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Da vida na cidade

por M. Isabel Goulão, em 30.09.07






No passado dia 21 deste mês, a sala da Cinemateca encheu-se de sons saídos do piano que acompanhavam John Gilbert e Mae Murray no filme mudo "A Viúva Alegre" de Eric von Stroheim, cheio de galãs românticos com bigodes de luxo e obsessões com sandálias de fazer inveja a modernos fetichistas.
Foi com este filme que o Odéon abriu as portas ao público em 1927. Foi nesse dia que lisboetas aprimorados puderem ver "A Viúva Alegre" num écran mudo acompanhado de orquestra. Quem passar ali na Rua do Condes , oitenta anos depois, pode constatar a estado de abandono em que se encontra esta antiga sala de cinema, encerrada há alguns anos.
Como escreveu E.B. no DN: "É impressionante. Em poucos anos, mudou tudo. Vetustos, velhos ou não tão antigos como isso, os cinemas tradicionais da capital desapareceram quase todos, e foram substituídos pelos multiplexes dos centros comerciais. (...) A experiência de ir ao cinema alterou-se por completo. Ir ao Monumental não era o mesmo que ir ao Odeon, como ir ao Star não era igual a ir ao Lys. (...)"
Isto significa que desapareceram os cinemas de rua. Em dias de maior indignação chego a pensar que tanto as árvores como a vivência das ruas é algo a que esta cidade virou as costas. E chegamos encantados com o movimento de Madrid de dia e de noite e onde uma baronesa se manifesta nas ruas em defesa das árvores junto ao Paseo del Prado. Porque as filas que vemos nas ruas e nas principais avenidas em tardes de fins de semana tanto em Madrid como em Paris são para a compra de bilhetes de cinema, com gente em cafés circundantes e habitando (também) assim a cidade.
Entristece-me ver como Lisboa vai abandonando lugares da sua história como uma inevitabilidade, só isso.



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