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Trump, um politico mais tradicional. do que parece

por Jose Miguel Roque Martins, em 12.03.25

Ontem, os EUA e a Ucrânia, conseguiram chegar a acordo na proposta, á Rússia, de um mês de cessar-fogo. O congelamento de apoio pelos EUA foi levantado. A proposta de acordo, muito provavelmente, será rejeitada pela Rússia.

Juntando este episódio, com o que se passou na Casa Branca, parece mais clara a estratégia geral de Trump. Em primeiro lugar, dar espectáculo. Fazer grandes demonstrações publicas, mesmo recorrendo á mais lamentável grosseria, de que é um indómito defensor dos interesses americanos, que não subordina a ninguém, nem a nenhumas justificações fofinhas. O que poderá calhar bem para o que ele considera ser o seu eleitorado (para alem de massajar o seu ego).  Em segundo lugar, “explicar”, um percurso. Já não determinado com base em princípios abstractos, mas num claro roteiro. Demonstrou não estar ao lado da Ucrânia, que humilha e ofende. A quem corta, imediatamente o apoio. Para escassos dias depois, do alto do seu poder, obrigar a uma proposta de cessar-fogo, que imediatamente levanta o apoio que retirou. Torna-se um paladino da paz, abre o campo, (como desejo) para poder continuar a apoiar uma guerra, caso se verifique a esperada recusa da Rússia (finalmente quem deseja a guerra), que disse estar a ser mal-conduzida, que acabaria em 24 horas. Como poderia continuar a fazer o mesmo se tudo o resto nao mudasse? Ao mesmo tempo, consegue o que nenhuns presidentes, pelo menos desde Obama, tinham conseguido: que a Europa comece verdadeiramente a pensar ter de pagar pela sua defesa.

Trump tem um estilo indecoroso, mas é muito prematuro declarar que é um espião avençado de Putin, ou desprovido de qualquer tipo de eficácia.

O das tarifas é mais absurdo, mas também pode ter uma explicação, se não razoável, pelo menos compreensível. A grande base de apoio de Trump, são os menos favorecidos com a globalização, os trabalhadores indiferenciados que passaram a sofrer a concorrência de biliões de trabalhadores do resto do mundo. Não vivem pior do que viviam. Mas não prosperaram tanto como os trabalhadores menos indiferenciados, que hoje votam maioritariamente no partido democrático.

Esses trabalhadores querem repor a sua importância relativa e, para isso, á falta de políticas de redistribuição de rendimento (a mais adequada), ou aumentos significativos do salário mínimo (com custos económicos evidentes), acreditam que o caminho é reduzir a sua concorrência enquanto grupo laboral. Internamente, limitando a entrada de emigrantes, externamente, impedindo a concorrência de produtos industriais mais baratos, impondo tarifas esdrúxulas.

No combate aos emigrantes, a agressividade e brutalidade publica que coloca no tema, é contrabalançada por números mais baixos de deportações do que nos últimos tempos de Biden.

Não é impossível que Trump não perceba os benefícios do comercio internacional. Mas até declarou esperar uma recessão por via da imposição de direitos alfandegários. Mais uma vez, no entretanto, estará a fazer o que prometeu ao seu eleitorado.

É certo que Trump não se mostra um líder responsável, equilibrado, previsível e com valores consagrados no cerne das suas políticas.  Não é certo que Trump não siga uma lógica, pouco elegante, e que em alguns casos não o tornam diferente de qualquer político tradicional. O cuidado com a base eleitoral, os votos, os desejos de parte da  população americana, parecem explicar muitas das acções do actual presidente.

 

 


24 comentários

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De lucklucky a 13.03.2025 às 01:40

"No combate aos emigrantes, a agressividade e brutalidade publica que coloca no tema, é contrabalançada por números mais baixos de deportações do que nos últimos tempos de Biden."


Para lá do erro, o autor não nota como adopta a narrativa do jornalismo. 
Não são imigrantes.  São imigrantes ilegais.

Estamos num conto  de Orwell em que é classificado como extremista pelos centristas quem quer que a lei da imigração votada pelos partidos centristas seja cumprida.




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De O apartidário a 13.03.2025 às 09:19

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De Jose Miguel Roque Martins a 13.03.2025 às 15:16

Se não fossem emigrantes ilegais seria um absurdo falar em expulsão 
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De O apartidário a 15.03.2025 às 08:42

Uma via aberta em Espanha para a imigração ilegal(mais links no meu recente post no Imagens) :

Hoy viajamos al aeropuerto Adolfo Suárez Madrid-Barajas, específicamente a la Terminal 2, para investigar un tema que está generando mucha polémica. En redes sociales circulan vídeos que afirman que inmigrantes llegan en aviones desde Canarias y son distribuidos por toda España. Pero, ¿es esto cierto?

Para comprobarlo, preguntamos directamente a los trabajadores del aeropuerto. ¿Qué nos dicen? ¿Confirman o desmienten esta información? Acompáñanos en esta investigación y descubre la verdad sobre los vuelos de inmigrantes en España.

https://youtu.be/OxI3bMg3BFk?si=NPcNGwEzVd31l498
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De O apartidário a 15.03.2025 às 09:18

E por cá no Rectângulo? 
Máfias da imigração ilegal: o escândalo dos documentos falsos!

Das 24 freguesias da capital portuguesa, 17 já foram identificadas com redes criminosas que facilitam a imigração ilegal através da falsificação de documentos. Máfias especializadas fornecem comprovativos de moradia e outros documentos falsos, permitindo que imigrantes ilegais se legalizem no país de forma fraudulenta.

🚨 E o pior? Muitos portugueses participam ativamente neste esquema, colaborando para uma crise migratória descontrolada e um impacto social alarmante. Enquanto isso, o governo insiste que está tudo sob controle… mas será mesmo? O que está por trás desta discrepância absurda?

🇵🇹 Portugal enfrenta um momento crítico! O fluxo migratório sem controlo está a provocar distúrbios sociais e desigualdades, e enquanto as fronteiras continuam abertas, as máfias seguem a operar livremente. Este vídeo revela os bastidores dessa realidade chocante e o que pode ser feito para reverter este cenário!

Canal 100 fronteiras https://youtu.be/ND5V3amiKBw?si=lERrWr4kMoHCACSb

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