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«Sejamos sérios», como costuma repetir Pacheco Pereira. De como lidar com os lobbies falou-se pouco ou nada e a maior parte das mais de 30 perguntas colocadas pelo público ficaram por responder. Essa foi também a opinião de Pedro Passos Coelho, presente na assistência. No entanto, nem por isso o debate de ontem na Lusíada foi morno ou despojado de farpas incendiárias.
Paixão Martins teve direito à primeira palavra e aproveitou-a bem, para situar-se no ringue como alguém que «está num debate e não num combate». «Eu se pudesse multiplicava os Pachecos Pereiras», disse, «enquanto Pacheco Pereira se pudesse exterminava as empresas de comunicação». Logo de seguida, saiu-se com o soundbyte que JPP, minutos mais tarde, acusaria como exemplo das frases que «ganham pernas e um efeito viral»: «Pacheco Pereira tem má pontaria e o medo de falhar leva-o a disparar rajadas de metralhadora».
Para além do soundbyte, LPM levava uma agenda e cumpriu-a: Clarificar a sua posição face à resposta da AR e acusá-la de não ter tido um comportamento correcto na forma como comunicou a recusa de acreditação dos consultores ao Parlamento. E atacar António Cunha Vaz, dando azo a picardias como esta:
LPM: «Faça-me o favor de não confundir consultores de comunicação com o Cunha Vaz, ou tudo o que diz está certo».
JPP: «Eu sei que os dois partilham o mercado».
LPM: «Por favor. Não ofenda o mercado».
José Pacheco Pereira levava também a sua agenda, com argumentos idênticos àqueles que tem reiterado publicamente. Para JPP, que afirmou nada ter contra a representação de grupos de interesse desde que de forma transparente, «há uma degradação dos mecanismos formais de decisão dos partidos», os quais estarão a substituir o Ethos (que associou a «virtude»), dificilmente comunicável, ao Pathos que faz depender a substância da forma. Dito de maneira mais simplificada, «a subordinação da política ao acto de a comunicar».
JPP defendeu ainda a profissionalização da Comissão de Ética num Parlamento que deveria centrar-se menos na produção de legislação e mais na supervisão dos actos legislativos do Governo, dando exemplos «reprováveis eticamente» como o de António Vitorino, Pina Moura e, sem citar o seu nome mas de uma forma que foi claramente entendida, Jorge Neto.
Para LPM, enquanto ele mesmo vê à sua volta o mundo como caos, JPP insiste em vê-lo de acordo com uma ordem inexistente. «Não são Pinto Balsemão ou Belmiro que dominam os media. É o Comendador Berardo e a lógica de entretenimento».
Já para JPP, «A maioria das decisões ninguém sabe quem as toma». «Nós não sabemos como é feito o tráfico de influências e corrupção».

Uma frase de LPM: «A transparência está para os consultores de comunicação como a objectividade para os jornalistas».
E outra frase de JPP: «Temos um Estado muito sobreposto à actividade empresarial. O que é muito pouco saudável».
*Título roubado a Paixão Martins mas adequado para o autor deste post.


14 comentários

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De Anónimo a 02.02.2008 às 00:28

mas quem é o Paixão Marques? o que tem dôr de cotovelo do cunha vaz?

francisco costa
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De jd a 01.02.2008 às 18:05

Soundbyte que resume os Media, sobretudo os Mass Media: «Não são Pinto Balsemão ou Belmiro que dominam os media. É o Comendador Berardo e a lógica de entretenimento».

Bom ideia a do debate. Parabéns aos envolvidos.
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De Paulo Colaço a 01.02.2008 às 16:12

Será disponibilizado on-line em breve. Daremos notícias!
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De Mike a 01.02.2008 às 13:56

Boa. E nem temos que acreditar em tudo o que eles dizem.
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De Anónimo a 01.02.2008 às 13:43

E porque é que o debate não fica online para quem não teve oportunidade de o ver? A blogosfera agradeceria.
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De Paulo Colaço a 01.02.2008 às 12:59

Foi um grande debate!
O 6º debate do Psicolaranja e teve no Corta-Fitas e na Secção F/PSD dois excelentes parceiros de organização.

Ambos os oradores procuraram a picardia, sem se furtarem ao confronto.

A audiência aderiu bem ao formato de pergunta por escrito.

Uma das notas soltas deste debate é, a meu ver, esta: se Cunha Vaz não deve ser confundido com a consultoria de comunicação, [LPM dixit] devemos colar Cunha Vaz a que sector de actividade?

Um agradecimento à blogosfera pelo impacto que ajudou a conferir ao evento.
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De Anónimo a 01.02.2008 às 12:55

Ah, bom, se as perguntas colocadas ficaram sem resposta foi tal e qual como na Assembleia da República.
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De Once In a While a 01.02.2008 às 12:23

A fina ironia é de facto e muitas vezes dificil de entender. Esbarra-se no significado puro e cru da palavra dita sem lhe ver as nuances e sem ir mais além.
.. é igualmente fino o seu humor Caro JVL .. e muito bem escrita a peça ;)

bom fim de semana
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De Menino Mau a 01.02.2008 às 12:23

sim pedro.realmente foi porreiro pá!!
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De João Villalobos a 01.02.2008 às 12:18

Obrigado menino mau. Tentei escrever como se de uma peça jornalística se tratasse mas estou um pouco enferrujado :)

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