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De morangos já o Bergman falava

por Corta-fitas, em 27.09.06
Eu, quando era miúdo, li tudo o que apanhei à mão. Na biblioteca dos meus pais e, quando se esgotaram, nas bibliotecas públicas. Certo dia, um bibliotecário quis impedir-me de requisitar livros porque, dizia ele, «não eram para a minha idade». O senhor, diga-se de passagem porque podia ser de outro partido qualquer, era comunista. Queixei-me em casa e tive carta branca para ler o que entendesse, com reprimenda severa à direcção da biblioteca.
Hoje, é a televisão. Codificar canais ou proibir ver, é não confiar no discernimento dos nossos filhos nem na educação que lhes damos. Entender esses programas e dar-lhes o enquadramento que merecem, é confiar na nossa capacidade de acompanhamento da contemporaneidade e da sociedade que temos, queiramos ou não que ela fosse diferente. O mundo sempre foi perigoso e perverso. Hoje, é-o mais claramente que ontem. E isso é bom. Não há redomas que o façam ser de outra maneira.
Por isso, caro João, eu dialogo, explico e digo o que tenho a dizer. Mas não codifico, nem proibo, nem me armo em Maria Filomena Mónica como se habitasse num Xanadu intocável pela realidade que me cerca e às pessoas com quem vivo. Não tome isto como um comentário pessoal. É apenas o respeito muito grande que me merece que faz com que o escreva. De coração aberto. E sem códigos.


1 comentário

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De I.P. a 27.09.2006 às 18:33

Confiar no discernimento das crianças, algumas delas na faixa etária dos 5 ou 6 anos, é capaz de ser perigoso, João. Eles devoram tudo e, sob o efeito do grupo e da necessidade de não serem rejeitados, dificilmente serão capazes, em tão tenra idade - nem muitos deles, mais tarde, na adolescência -, de se oporem aos esterótipos da moda, fazendo jus aos valores que lhes vamos transmitidos. Pelo tipo de temas abordados, os "Morangos" destinam-se, claramente, a um público-alvo de adolescentes mas a verdade é que conquistam, cada vez mais, uma legião de fãs muito muito jovens. Crianças pequenas mesmo. Para os mais novos, se o visionamento da série não é possível na presença dos pais, então tenho de concordar com o João Távora. O melhor mesmo é proibir e deixar para o fim de semana, quando poderão ver um outro episódio acompanhados de quem lhes possa, logo no momento, filtrar e explicar devidamente a ficção da realidade.

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