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O processo de desmantelamento do Grupo Espírito Santo parece uma doença em fase terminal. A ES Internacional devia no final do ano passado, mais de 7.300 milhões de euros. No final de 2013, a ESI e suas subsidiárias tinham 6.039 milhões de euros de papel comercial emitido, dos quais 2.256 estava colocado junto de investidores institucionais. A principal fatia do papel comercial, 3.783 milhões foi vendida aos clientes de retalho das diversas instituições financeiras do ESFG, incluindo o BES. Mas só este tem garantias de reembolso. Porque a dívida que foi colocada em clientes dos outros bancos da ESFG, que era a holding sob escrutínio da EBA - autoridade bancária europeia, por esse mundo fora, não tem qualquer protecção. Espanha, EUA, Panamá, França, Suíça, Dubai, etc, nessas sucursais ou filiais, os clientes, alguns portugueses, o pânico generalizou-se e houve uma corrida aos depósitos. Os clientes foram obviamente fazer queixa aos reguladores locais, que passaram a ficar alerta com os bancos Espírito Santo. A corrida aos depósitos fez com que nem se consiga neste momento ter acesso às contas à ordem e depósitos a prazo. Há um pânico generalizado. Há processos crime em preparação. Isto parece não ter muito interesse porque é longe, por que é private banking (banco de fortunas), porque é pequeno. Desenganem-se. A situação dos clientes nos Estados Unidos, na Suíça, etc, foi responsável pela divulgação da notícia pelos jornais estrangeiros, pelos canais de televisão como a CNN.
A imagem dos Espírito Santo foi hoje manchada de uma forma irremediável, lá fora. Isso é inédito para uma família como a Espírito Santo. Uma reputação internacional destruída num piscar de olhos. Esses incumprimentos dos pequenos bancos Espírito Santo nesses países têm um efeito multiplicador que não pode ser descurado.
A imagem do BES fora de Portugal pode afectar até a capacidade de financiamento do banco no mercado monetário internacional. Daí que o problema seja também nacional, porque se o mercado se fecha para o BES, quem paga é o país. Porque alguém terá de financiar o BES.
Há muitas coisas ainda por revelar que estão a perturbar a cotação do BES. A CMVM suspendeu a cotação e bem. O banco perdeu 600 milhões de euros em bolsa em apenas 4 horas. Porque fez bem a CMVM? Porque o valor do banco é importante não só porque está dado como colateral de empréstimos, muitos deles foram contraídos na altura do aumento de capital do BES, contraídos pelas empresas que compõem o GES, mas também porque o buraco das empresas do GES é agravado de cada vez que o seu melhor activo, o BES, desvaloriza.
O problema do GES ainda vai no adro. Porque o papel comercial da ESI e da Rioforte está a intoxicar muitas das empresas do universo financeiro do GES, para além de intoxicar outras empresas de fora, como a PT e a Inapa, e para além de intoxicar as carteiras de clientes particulares. A ESFG está numa situação muito complicada devido à exposição à Rioforte e à ES International. Para estas empresas-holdings pagarem o papel comercial a alguns clientes na data do vencimento, a ESFG financiou-as. Por isso a exposição do Espírito Santo Financial Group (ESFG) ao Grupo Espírito Santo (GES) subiu para 2,35 mil milhões de euros a 30 de Junho de 2014, mais 980 milhões do que no final de 2013. Hoje a ESFG está numa situação de quase ruptura. Próxima do patamar de falência. A ESFG pediu para ser suspensa na bolsa. A suspensão decidida pela ESFG abrange igualmente as obrigações emitidas pela Espírito Santo Financière (ESFIL).
Com a queda do GES, caem uma série de empresas ligadas por laços de dependência com o Grupo e com o BES.
Se o Estado entrar no capital do BES, através dos famosos Coco´s, as regras são hoje mais rígidas, por exemplo os detentores de obrigações convertíveis são chamados em primeiro lugar a converter as obrigações em acções. Depois, por exigência da troika haverá remédios a aplicar para atenuar um vantagem de concorrência, e haverá um rigor maior com os créditos incobráveis de algumas empresas, que se antevê que serão imediatamente executados. Enfim, vai haver um efeito de dominó.
A comunicação do plano de reestruturação da ESI vai clarificar o mercado, mas nem por isso deixará sossegados os investidores em papel comercial da holding do GES.
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