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O mais interessante das declarações espontâneas de Mário Soares sobre Eusébio, a propósito da sua morte, é a revelação de uma coisa que há muito eu sei, mas que todos parecem ignorar: a esquerda também pode ser preconceituosa e soberba. A esquerda tem uma Maria Antonieta, mas ninguém parece reparar.
Mário Soares começa por dizer de Eusébio, "que era um homem agradável com pouca cultura, mas evidentemente que não se estava à espera que ele fosse um pensador, o que se queria é que ele fosse um grande futebolista e ele foi". Depois de alguns elogios à sua modéstia e simplicidade, como compete a este tipo de pensamento, Mário Soares lembra que lhe falava quando se encontravam: "Fui algumas vezes almoçar naqueles restaurantes onde ele comia" [reparem bem na terminologia usada].
Depois acaba a dizer uma coisa pouco conveniente (isto é da idade): "Não sabia nada que ele estava doente, sabia que bebia muito whisky, todos os dias, de manhã à tarde, mas julguei que isso não lhe fizesse assim mal".
Traduzindo, para Mário Soares, Eusébio era um bruto ignorante que sabia jogar bem à bola. Era um simples e modesto como compete aos inferiores de classe, e até comia (não almoçava, nem jantava, dadas as maneiras típicas daquela classe) nuns lugares onde ele Mário Soares almoçava e jantava. Agora não passava de um bêbado. E Mário Soares achava que gente daquela estirpe tinha uma resistência fisica de um toiro e como tal, whisky de manhã à noite todos os dias não haveria de lhe fazer assim mal.
Tenho ainda a destacar a ausência da reprodução destas declarações nas televisões, e nos sites. Fosse alguém de direita a proferir estas declarações e incendiavam-se a internet e os media, com imagens e comentários de indignação. Todos, de Isabel Jonet a Fernando Ulrich, foram corridos ao estigma Maria Antonieta, mas Mário Soares está imune.
Viva a democracia, onde cada um pode dizer o que quer porque é livre (ou libertino). Mas há uns que são mais livres que outros!
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