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O Eléctrico 28 segue o seu percurso e desce a Rua Domingos Sequeira. Pintor notável que nasceu em Lisboa em 1768 e faleceu em Roma em 1837; destacou-se como retratista (entre outros, os retratos de D. João VI e do Conde de Farrobo) e em cenas da vida religiosa; as suas obras encontram-se espalhadas entre Portugal (Palácios da Ajuda e Mafra), Roma e Brasil.
Nesta rua o edifício que se destaca é o Cinema Paris que se encontra em ruínas e há vários anos no lamentável estado que a fotografia mostra. Hoje é um exemplo perfeito da incapacidade autárquica em resolver este tipo de situações. Promessas de resolução há muito que alimentam programas eleitorais deste e dos anteriores executivos camarários. Bem se pode dizer que os políticos passam mas a vergonha fica!
Mas vamos à história: O Cinema Paris foi inaugurado em 1931 e sucedeu ao Cine Paris que se encontrava instalado na Rua Ferreira Borges. Foi investimento do empresário Vítor da Cunha Rosa e traço do Arqº Vitor Carvalho Pinto; O projeto arquitetónico é um exemplo do que se pretendia de um cinema moderno. Surge numa época em que se construíram vários cinemas de bairro : Europa (1930), o Lys (1930), o Royal-Cine (1929), o Jardim Cinema (1932). Serviram bairros povoados e em crescimento e, por outro, acompanhavam o desenvolvimento da indústria cinematográfica. Na inauguração, em Abril de 1931, a publicidade rezava assim: «A empresa do Paris Cinema, no ardente desejo de conquistar a simpatia do público, estudou com o máximo escrúpulo todas as condições de conforto e visibilidade, que a todos os títulos reputa magníficos, não esquecendo também as de temperatura, como poderá ser verificado pela existência de termómetro no balcão. Os camarotes estão providos de pequenas mesas para serviços de chá ou refrescos.» Refira-se ainda a sala de fumo onde foram colocados painéis decorativos da autoria de Paulo Guilherme. Para quem, como eu, nasceu e viveu em Campo de Ourique, os Cinemas Europa e Paris foram referências incontornáveis da infância e juventude. Recordo-me de ter visto no Paris a “Branca de Neve e os Sete Anões” pois alguns saíram a meio com medo da bruxa. Mas a oferta e também a procura de cinema sofreu mudanças significativas especialmente a partir do início doas anos 80. Primeiro porque surgiram outras ofertas mais modernas e com novos conceitos associados e, depois, porque a frequência das salas de cinema sofreu uma brutal redução. O Paris não foi excepção passando a exibir, primeiro, reposições, depois filmes de fraca qualidade e acabando na pornografia. Foi abandonado no início dos anos 90 e ainda serviu de cenário, em 1994, para o filme “Lisbon Story” realizado por Wim Wenders. Depois acabou na triste imagem que hoje conhecemos quando por lá passamos.
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