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Ontem, acabou a campanha de intoxicação que tinha por alvo a nova ministra das Finanças. Com a audição de Vítor Gaspar e da visada, ontem, na comissão de inquérito da AR, ficámos a saber, sem margem para dúvidas, várias coisas edificantes, entre outras, que a ministra não mentiu, que a informação transmitida, e só a insistente pedido, pelo PS (fosse Teixeira Santos ou Costa Pina) era risível para qualquer pessoa competente ou séria ou as duas coisas, que o antigo secretário de Estado socialista que «desmentiu» a actual ministra inventou uma reunião inexistente entre pessoas que só se conheceram mais tarde. Fomos lembrados ainda - porque quando acaba a intoxicação, vem ao de cima o cerne dos assuntos - de que foi o governo Sócrates que se lançou numa corrida desenfreada aos swaps mais especulativos, que, como as PPP, eram poucos e moderados, e passaram a ser excessivos e irresponsáveis.
Isto foi o que ouvimos claramente e ficámos a saber com clareza.
É, então, o conhecimento dos factos que nos dá a certeza de que acabou a campanha?
Não, não é isso. O que nos dá a certeza é a mudança de cantiga de televisões como a Sic, é quando a Sic deixa de enviesar tanto o que costuma enviesar demasiado.
Já à hora do almoço, o noticiário da Sic fazia um relato de tal maneira obscuro que só podia ser tomado como bom sintoma. Boas notícias: em vez de acusações, não se percebia nada.
E ao longo do dia, a Sic mudou inteiramente de música, embora sempre recorrendo a pequenos remoques ressabiados. Diz a Sic, agora, que Gaspar defendeu Maria Luís com semântica, o que é falso, mas uma acusação extraordinária por parte de quem liderou uma campanha baseada exclusivamente na semântica. Diz a Sic que, OK (eles gostam muito de dizer OK ao virar a página), OK, Maria Luís não foi informada mas devia ter-se informado, o que é uma acusação curiosa vinda de quem passou dias a fazer desinformação a reboque dos socialistas, e uma crítica indigna contra quem tentou obter informação e esbarrou sobretudo com incompetência e opacidade. Por fim (o argumento substitui sempre o pedido de desculpas que se justificava) diz a Sic que se a culpa não é do governo (e sabendo-se que ali a culpa nunca pode ser do PS), então a culpa é de todos, que andaram, todos, desde Sócrates, desde Barroso, desde Guterres, desde Cavaco, desde Salazar e Afonso Costa, a empurrar com a barriga.
Quando, portanto, é que sabemos que o governo está limpo? Quando a Sic não consegue dizê-lo mas dá sinais de que compreendeu que continuar a intoxicação pareceria demasiado estúpido.
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