Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]




Os Verdadeiros e Legítimos Reaccionários

por José Mendonça da Cruz, em 22.07.13

Conhecido o grau de irresponsabilidade daquilo a que o Partido Socialista chama «propostas alternativas», foi José Gomes Ferreira quem (perante o incontido desconforto de António José Teixeira, que logo convidaria Seguro para uma entrevista) as explicou melhor, na Sic: o PS defendia cortes de apenas 2 mil milhões; seguidos de aumento de despesa e diminuição de receita de 2 mil milhões (mediante coisas como a subida de salários, a reposição das pensões, o congelamento das saídas na função pública, o abaixamento do IVA da restauração). Ou seja, o PS quereria governar como se houvesse dinheiro, como se não estivéssemos ainda a pagar penosamente as consequências do desgoverno socialista, como se não estivessemos mergulhados num gravíssimo problema de défice e dívida.

 

A explicação de Gomes Ferreira é, além, de verdadeira, claríssima. Terá sido por isso que nenhum  outro jornalista repegou nela, preferindo ouvir sucessivamente um partido e outro, fingindo que a responsabilidade pelo fracasso do acordo de emergência cabia a todos por igual. Nenhum quis fazer as contas que Gomes Ferreira fez, inquirir o PS sobre o valor das suas «alternativas», avaliar se elas seriam viáveis sem agravar o desastre. Preferem assim: estar distraídos, não fazerem contas, não saberem nada. Assim, já podem dizer que as acusações contra o PS são mera parte de um «jogo de ping pong de culpas».

 

Além de debilitar Seguro (mero agente transitório), o fracasso das negociações serviu para outra demonstração bem mais relevante: a de que o progresso do país só será feito contra o PS. O PS, hoje, não tem ideologia. Já não quer certamente a colectivização dos meios de produção. Quer apenas um cozinhado confuso de peso estatal aposto à iniciativa privada; de burocracia parasitária da actividade económica; de absorção de meios através do que chama «regulação»; de empresas públicas e monopólios disfarçados com máscaras de falsa concorrência; de fantasiosas «políticas de crescimento», que consistem, por um lado, no mesmo investimento público à Sócrates que nos trouxe com «dinamismo» à bancarrota, e, por outro, em intervenções «especiais» do Estado na economia, como os projectos PIN (verdadeira institucionalização da corrupção, que teria dado um escândalo em qualquer país civilizado); de «política para as pessoas» sem significado algum; de suposta «solidariedade» que só eles ministrariam, porque os socialistas se alucinam num pedestal de virtudes rodeados de gente vil, que são todos os que não pensam como eles; e de «cultura», que é para os socialistas uma arma de arremesso (se «fracturante», tanto melhor).

 

Esse poderia ser, também, o programa socialista do confrangedor Hollande. A diferença é que Hollande é governo e, portanto, meteu o irrealismo na gaveta. Mas o nosso PS tem algo mais que os outros partidos socialistas têm menos: tem um Sócrates, um Alegre, um Soares. Tem, bem representada desta forma resumida, uma elite exclusivista e ávida de rendas, que se crê titular de todos os direitos e não tolera mudança alguma. São os mais genuínos reaccionários. Sem ideologia, hão-de sê-lo por razões privadas suas. Foram muito sonoros e claros durante as negociações do acordo de emergência nacional. Foi esclarecedor ouvi-los.


15 comentários

Sem imagem de perfil

De Simão a 23.07.2013 às 03:51

Entretanto, lá pela estranja, eis o que se vai dizendo Portugal e outros (uma excelente leitura, diga-se):

http://www.telegraph.co.uk/finance/comment/ambroseevans_pritchard/10196220/Europes-crisis-states-should-fight-back-with-a-debtors-cartel.html


Gosto, sobretudo, de:
""Given the debt dynamics, if debt levels remain where they are and growth remains where it is, there is never going to be a reduction in the debt ratio the foreseeable future. Moving away from austerity at this stage is a sensible course of action,"


e também de:


"...crippled coalition of premier Pedro Passos Coelho..."


:)


e de:


"..."The politics of economic reform in Portugal have become even more treacherous, and it is very unlikely that the political wounds that have opened up can be healed,"


ou de: 


""Mr Passos Coelho's authority has now been undermined, and aggressive austerity has in any case completely failed. The public debt burden is rising at a frightening pace,"


ou:


"It is time for Southern Europe to look after its own interest once again."


e


"for a country without its own sovereign currency and central bank."


(ah, mas na altura éramos os "pessimistas"...pois...agora aguentem.....)




Um país SOBERANO emite a sua própria moeda e gere as suas finanças. Para o bem ou mal mas é....SOBERANO!Ponto.


É espantosa a (suposta) Direita d'hoje em dia........


ah e, já agora, para os mais económicamente iletrados:


"The more these economies deflate wages, the more they raise the real cost of debt."


As cenas dos próximos capítulos prometem...
Imagem de perfil

De José Mendonça da Cruz a 24.07.2013 às 18:06

Obrigado pelas citações e pelos comentários, todos razoáveis.
A estas citações, porém, eu oporia com facilidade outras tantas ou o dobro com sentido diametralmente oposto e também fora de contexto (não tome isto como hostilidade na resposta; sou só eu que gosto de discutir civilizadamente).
Quanto às virtudes da soberania, também eu as subscreveria em geral. Mas quando considero o que dizem os reaccionários em defesa de que se deite ainda mais dinheiro para cima dos problemas (e de resto se deixe tudo na mesma), eu tremo de medo retrospectivo e agradeço que os nossos credores tenham posto freio ao disparate e nos obriguem a mudanças. Não imagina a Casa da Moeda a produzir inflação frenética para continuar a pagar o desnorte, o tal dinheiro que aparece nas árvores segundo Mario Soares?
Eu gosto, verdadeiramente, é do que está por fazer e lamentavelmente não foi feito: a reforma do Estado (reforma, não é só cortes) e a libertação da economia.
Quanto à péssima gestão da nossa entrada numa união monetária, não tenho outra coisa a dizer-lhe senão isto: «Salve, irmão pessimista!»
Sem imagem de perfil

De Joaquim Amado Lopes a 23.07.2013 às 04:28

Com tudo o de errado que o Governo de Pedro Passos Coelho fez (e o pior é que não fez e tinha mesmo que fazer), torna-se cada vez mais evidente (para quem não insista em enterrar a cabeça na areia) que, mesmo assim, qualquer "solução" que inclua o PS é muitíssimo pior.
Imagem de perfil

De José Mendonça da Cruz a 24.07.2013 às 18:12

É assim o PS: obter algum crescimento mesmo transitório (as obras públicas que os socialistas adoram) para pagar o  imobilismo, para ser bonzinho, para fazer uma «política paras as pessoas». Mas também concordo consigo que foi quase criminosa a apatia do governo de coligação que deixou o Estado na mesma, quando as condições sociais e políticas teriam deixado reformar muito.
Sem imagem de perfil

De Lionheart a 23.07.2013 às 10:06

Um partido em que um bando de velhos com os pés para a cova mandam mais que a liderança em exercício não pode ser levar a sério. Quem tem sempre a democracia na boca que explique qual é o mandato democrático de Mário Soares para que este continue a ter tanta influência na política portuguesa. Isto é puro "feudalismo", porque ninguém vota nele, mas ele continua a mandar, e muito.

Não é com os "pê-ésses" que Portugal dá a volta. Nem sequer com o (péssimo) edil de Lisboa em São Bento. O Passos Coelho pode ser insuficiente a comunicar, nomeadamente na referência que fez ao norte da Europa já não nos querer sustentar, porque as coisas não assim tão simplistas. O que se trata é que quem define o rumo da UE, e que é a Alemanha, não está mais disposta a financiar políticas redistributivas, que por sua vez caíam que nem ginjas nos interesses políticos de partidos como o PS. O ênfase da UE agora é a competitividade, precisamente porque a Europa perdeu estatuto mundial nas últimas décadas e tem de fazer pela vida para o recuperar, ou pelo menos manter o que tem. Se isso tem óbvios inconvenientes para os países mais débeis como Portugal, também não deixa de ser verdade que a nossa economia não podia continuar como estava, dependente do financiamento externo, mas ao mesmo tempo cada vez mais improdutiva.

Por isso a nossa resposta nunca pode advir de partidos que não aceitam nem entendem os novos tempos, pois vivem virados para o passado, para manter as suas regalias. Portugal tem de aceitar as novas condicionantes, mas alertar os seus parceiros para os seus problemas específicos, concretamente a sua situação social, que é ainda mais frágil que a da Grécia, porque aqui há mais desigualdade social e pobreza estrutural do que em qualquer país da UE 15. De nada adianta vociferar contra as actuais lideranças da Europa, porque não é (só) por elas que há menos disponibilidade para financiar políticas sociais na periferia, pois são os eleitorados dos países ricos que não as querem, dados eles próprios também terem menos desafogo financeiro. E os portugueses têm de entender de uma vez por todas que a "solidariedade" europeia não é eterna e tem condições. Para eles ser pobre não é uma condição, é uma situação. Portugal que não espere sempre apoios financeiros enquanto for um Estado necessitado. É bom que faça por deixar de o ser, ou algum dia deixa de ser "apoiado" de qualquer maneira.
Imagem de perfil

De José Mendonça da Cruz a 24.07.2013 às 17:40

Obrigado pelo seu texto, de uma seriedade e inteligência tão raras nas caixas de comentários 8como poderá confirmar no comentário do Jo abaixo)
Sem imagem de perfil

De jo a 23.07.2013 às 14:23

Rais parta os socialistas!
 Por causa deles temos um governo em que não se sabe se o Paulinho das feiras é ministro dos negócios estrangeiros ou vice primeiro ministro.
E tiveram o desplante de obrigar o Pedro Passos Coelho, tão bom rapaz, a vir a público dizer que não aceita a demissão do outro.
E obrigaram o presidente a ir pró meio das cagarras!
E forjaram uma carta do Vítinho a dizer que tinha falhado em  tudo e que era hora de se por na alheta!
E colocaram uma ministra que aprovou contratos de Swap duvidosos como ministra das finanças. Isto porque ter de parecer séria é para a mulher de César, não para governos destes!
Onde é que têm andado?

 
Sem imagem de perfil

De Lionheart a 23.07.2013 às 16:35

Também "não" levaram o país à bancarrota nem "nada"! E "não" negociaram o memorando com a "Troika". Não têm "nada" a ver com isto! Nem falo no Guterres e no Sampaio, outras "jóias".
Imagem de perfil

De José Mendonça da Cruz a 24.07.2013 às 17:50

1. Concordo parcialmente consigo: rais partam, não os socialistas, mas as propostas socialistas
2. É pena que chame Paulinho das feiras ao vice-primeiro-ministro. Suponho que agora já sabe o cargo dele.
3. Foi a decisão de PPC (de uma surpreendente frieza e, aliás, muito troçada) que forçou as negociações com o CDS e resultou numa coligação reforçada. Compreendo a sua irritação.
4.O presidente não foi para as cagarras. Foi para um mini-arquipélago cuja pertença a Portugal nos garante mais 200 milhas de zona marítima e contém as ambições espanholas. Foi de navio de guerra, como é mais elucidativo que vá; dormiu na parcela de território com a bandeira portuguesa hasteada, como nos orgulha que faça; lembrou, em resumo, a nossa soberania. Compreenderia a irritação de um espanhol. A sua é que eu não compreendo.
5. O ministro das finanças, Vítor Gaspar, demitiu-se porque não vislumbrava acordo para a sua política estrita de austeridade, que, como ele disse, teve resultados que ele não previra. Saíu mal, difo eu, mas não saiu a dizer que falhou em tudo, como escreve.
6. É de uma impenitente cegueira achar que a tónica do problema das Swaps não está em quem celebrou contratos altamente especulativos e perigosos num desespero terminal de ir buscar alguns trocos (como o governo Sócrates fez), e está antes em quem recebeu mais esta trapalhada como herança.
E o seu português não poderia ser um pouco melhor? Onde é que ele anda?
Sem imagem de perfil

De jo a 24.07.2013 às 21:00


1 - Pronto não lhe chamo Paulinho das feiras. Chamo-lhe irrevogável Paulinho. Está mais correto assim.
2 - Sei sim senhor! Graças à revogável irrevogabilidade subiu um poleiro. Entretanto já sei que o novo MNE é um antigo administrador da SLN que tinha como funções a fiscalização interna do BPN, mas não viu nada. Tal como o fiscalizador externo do Banco de Portugal. Parece que o axioma da mulher de César também não se aplica ao MNE.
3 - A decisão de PPC é brilhante se se pensar que a política nacional é a continuação lógica das intrigas das Jotas. Mas ele tem razão: "irrevogável" na nova linguagem governamental tem o significado de "se não for promovido".
4 - Sei onde fica o arquipélago, para os lados do Pulo do Lobo.
5 - O Exmº Sr. Ex. Ministro das Finanças Professor Vítor Gaspar disse que a sua política tinha tido resultados que ele não previu e que não a consegue continuar a implementar. Sentiu que não tinha condições para continuar e saiu de surpresa. Tirando isso, não falhou nada.
Em resumo: gizou uma política que anunciou necessária para controlar o deficit, diminuir a dívida pública e pagar a dívida (custasse o que custasse) - e falhou nas três vertentes.
6 - É de uma impenitente cegueira achar que os gestores que assinaram os contratos, não sabiam o que estavam a assinar. A Ministra das Finanças assinou contratos de Swap que foram considerados duvidosos. Outros os aprovaram mas a assinatura foi dela. Como prova de confiança para um cargo de Ministro das Finanças é um pouco fraco.
Não se preocupe com o meu português. Penso que tem razão em muito do que diz sobre o PS. Mas, neste momento, andar a fingir que estas últimas semanas vergonhosas para qualquer governo não existiram é um pouco forte.
Sem imagem de perfil

De a a 23.07.2013 às 16:47

Estes é que são a verdadeira " Brigada do Reumático"
gente pendurada em privilégios e privilégios e privilégios
Imagem de perfil

De Pedro Freire a 23.07.2013 às 23:58

Absolutamente certeiro. Foi o que eu pensei quando ouvi José Gomes Ferreira confirmar com números o que eu tinha suspeitado ao ler o documento do PS, que se deveria destinar a um contributo para o "compromisso" mas que tinha por fim evidente matá-lo à nascença.
Sem imagem de perfil

De antonio cristovao a 24.07.2013 às 09:09

O Salazar é muito culpado de deixar um povo mal habituado a pensar! como se entende que os eméritos membros da Brigada das Colheres consigam enlevar 37% dos eleitores com a realidade a saltar pelos olhos dentro e JGF e outros a traduzi-la em linguagem entendível ! custa-me que gente letrada consiga seguir regras aplicáveis a 2 mil e 1500 anos atrás e acharem que são sagradas!! mas não é para entender é para aceitar e pronto.
Sem imagem de perfil

De zé luís a 24.07.2013 às 16:40

Um amigo meu costuma dizer que a herança de Salazar foi pobres e benfiquistas.
Imagem de perfil

De José Mendonça da Cruz a 24.07.2013 às 18:27

O Salazar conformou-nos dentro de várias manias perniciosas e a pior delas é esta ideia de que, por oposição à ditadura, a esquerda é que há-de ser competente e benfazeja. Outra, é pensar-se pouco: a evidência de 40 anos de políticas socialistas e seus extraordinários resultados já haveria de ter suscitado algumas conclusões gritantes. Por enquanto é assim: um tonto qualquer proclama que o dinheiro aparece sempre, e logo é celebrado como senafor da República (a pobre!).

Comentar post



Corta-fitas

Inaugurações, implosões, panegíricos e vitupérios.

Contacte-nos: bloguecortafitas(arroba)gmail.com



Notícias

A Batalha
D. Notícias
D. Económico
Expresso
iOnline
J. Negócios
TVI24
JornalEconómico
Global
Público
SIC-Notícias
TSF
Observador

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Comentários recentes

  • M.Sousa

    Claro. Tudo será cabal e integralmente esclarecido...

  • passante

    > Tudo uma hipótese completamente absurda, clar...

  • Anónimo

    Clara manobra de diversão para fingir que todos sã...

  • M.Sousa

    Vamos ver o que diz agora a imprensa sobre a dita ...

  • Beirão

    Tudo e todos farinha do mesmo saco, gato escondido...


Links

Muito nossos

  •  
  • Outros blogs

  •  
  •  
  • Links úteis


    Arquivo

    1. 2025
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    14. 2024
    15. J
    16. F
    17. M
    18. A
    19. M
    20. J
    21. J
    22. A
    23. S
    24. O
    25. N
    26. D
    27. 2023
    28. J
    29. F
    30. M
    31. A
    32. M
    33. J
    34. J
    35. A
    36. S
    37. O
    38. N
    39. D
    40. 2022
    41. J
    42. F
    43. M
    44. A
    45. M
    46. J
    47. J
    48. A
    49. S
    50. O
    51. N
    52. D
    53. 2021
    54. J
    55. F
    56. M
    57. A
    58. M
    59. J
    60. J
    61. A
    62. S
    63. O
    64. N
    65. D
    66. 2020
    67. J
    68. F
    69. M
    70. A
    71. M
    72. J
    73. J
    74. A
    75. S
    76. O
    77. N
    78. D
    79. 2019
    80. J
    81. F
    82. M
    83. A
    84. M
    85. J
    86. J
    87. A
    88. S
    89. O
    90. N
    91. D
    92. 2018
    93. J
    94. F
    95. M
    96. A
    97. M
    98. J
    99. J
    100. A
    101. S
    102. O
    103. N
    104. D
    105. 2017
    106. J
    107. F
    108. M
    109. A
    110. M
    111. J
    112. J
    113. A
    114. S
    115. O
    116. N
    117. D
    118. 2016
    119. J
    120. F
    121. M
    122. A
    123. M
    124. J
    125. J
    126. A
    127. S
    128. O
    129. N
    130. D
    131. 2015
    132. J
    133. F
    134. M
    135. A
    136. M
    137. J
    138. J
    139. A
    140. S
    141. O
    142. N
    143. D
    144. 2014
    145. J
    146. F
    147. M
    148. A
    149. M
    150. J
    151. J
    152. A
    153. S
    154. O
    155. N
    156. D
    157. 2013
    158. J
    159. F
    160. M
    161. A
    162. M
    163. J
    164. J
    165. A
    166. S
    167. O
    168. N
    169. D
    170. 2012
    171. J
    172. F
    173. M
    174. A
    175. M
    176. J
    177. J
    178. A
    179. S
    180. O
    181. N
    182. D
    183. 2011
    184. J
    185. F
    186. M
    187. A
    188. M
    189. J
    190. J
    191. A
    192. S
    193. O
    194. N
    195. D
    196. 2010
    197. J
    198. F
    199. M
    200. A
    201. M
    202. J
    203. J
    204. A
    205. S
    206. O
    207. N
    208. D
    209. 2009
    210. J
    211. F
    212. M
    213. A
    214. M
    215. J
    216. J
    217. A
    218. S
    219. O
    220. N
    221. D
    222. 2008
    223. J
    224. F
    225. M
    226. A
    227. M
    228. J
    229. J
    230. A
    231. S
    232. O
    233. N
    234. D
    235. 2007
    236. J
    237. F
    238. M
    239. A
    240. M
    241. J
    242. J
    243. A
    244. S
    245. O
    246. N
    247. D
    248. 2006
    249. J
    250. F
    251. M
    252. A
    253. M
    254. J
    255. J
    256. A
    257. S
    258. O
    259. N
    260. D