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Dilma Roussef proclamou do alto do seu medo que o Brasil acordou mais forte, e, em resposta às manifestações, prometeu mais educação gratuita, mais bolsas, mais viagens para o estrangeiro.
Nem se esperava que a resposta de qualquer esquerda consistisse em algo diferente das exactas ilusões com que cava problemas e arruina países.
Mas Dilma precipitou-se. A rua que ela diz que vai ouvir é uma mistura heterogénea, uma mistura tão pouco mobilizável como o nosso 15 de Setembro.
As manifestações do Brasil estão cheias de uma contraditória mistura de penduras e dos que estão fartos de os pagar. Estão cheias de penduras do «bolsa família», penduras do «minha casa minha vida», penduras do «minha casa melhor», penduras anafados dos créditos superbonificados para viver sem trabalhar, penduras dos que compram casa e electrodomésticos sem orçamento para os pagar, penduras que, à cautela, já vão gritando por seus «direitos», sua «justiça», seus «transportes gratuitos». Mas as ruas também estão cheias dos que estão fartos de pagar: fartos de pagar os embustes de crescimento à força de obras faraónicas, as ilusões de erradicação da pobreza à custa da engorda obscena do funcionalismo e das burocracias, a corrupção dos que enchem a boca de «solidariedade» e os bolsos de luvas - e ainda se intitulam, com sarcasmo dilacerante, de Partido dos Trabalhadores.
Mas ainda não. Dilma ainda pode descansar. A coincidência dos penduras com a gente que desejaria um país decente é só efémera.
Mas em 2015 não será. Já hoje, o crescimento do Brasil (nos dois dígitos há anos, nos 9% há um) caíu abaixo do 1%. Já hoje a inflação que o estadista Henriques Cardoso domou, espreita, animada pelos gastos perdulários (e os desvios milionários) dos Lulas e das Roussefs. Já hoje o superavit orçamental galopa para o défice. E em 2015, os estádios, as estradas, os aeroportos, as bolsas, o peso e o arcaísmo da máquina estatal, a venalidade e a corrupção estarão a pagamento. E o povo brasileiro será recordado de que não há almoços grátis e o dinheiro não aparece sempre (mas não a esquerda - a esquerda não aprende nunca).
País irmão, de facto... Conhecemos isto tão bem...
Conhecemos tão bem mesmo que não sobra nem réstea de dúvida de que, quando a direita, talvez sob o nome de Aécio Neves, tiver que pôr ordem na ruína, o sucessor de Dilma há-de criticar descaradamente as políticas de salvação. E há-de propor em alternativa, uma «política de crescimento», uma «política para as pessoas».
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