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Falhada a sua greve, uma vez que mais de ¾ dos alunos conseguiram fazer os exames, vêm alguns professores e os sindicatos insurgirem-se contra a falta de equidade que eles próprios promoveram. Alguns falam até em anular os exames aos 76% de alunos que os conseguiram fazer, prejudicando-os uma vez mais. Ou anular todos. Não sei bem o que é a equidade (por exemplo, o Estado devolverá às famílias os pagamentos por estas efectuados no ensino privado?) mas sei que a ideia é um absurdo tremendo: bastaria então, no futuro, que a greve dos professores aos exames se restringisse a Cuba, Grândola ou Setúbal para que todos os alunos de todo o país se vissem prejudicados.
Os exames encontravam-se marcados e os sindicalistas resolveram fazer greve para esse dia. É uma decisão dos sindicalistas. Eles é que quiseram fazer a greve, eles é que quiseram prejudicar os alunos, eles é que quiseram usar os alunos como arma para defender os seus (dos professores) interesses. Não percebo, por isso, que chamem “teimoso” ao Ministro. Deveria ele mudar a data dos exames, alterar a vida e os planos dos alunos por causa dos desejos dos sindicalistas? – nunca mais se conseguiria fazer qualquer exame no país.
Mas, pergunto, os sindicalistas não foram teimosos? Não poderiam ter desmarcado a greve à última? Ou mantê-la, mas assegurando que os alunos não seriam prejudicados e que fariam os exames? Os apoiantes da greve dos professores aos exames não percebem a singularidade desta greve, mas é tão simples de explicar que me vou socorrer das observações de dois rapazes que ontem estavam no noticiário da RTP. Diziam eles que esta greve não é comparável a uma greve dos transportes, ou outra do género, em que as pessoas não conseguem chegar ao trabalho ou chegam mais tarde, um dia ou uma semana ou o que for. É uma greve a um momento singular, quase único, e importantíssimo na vida dos alunos, que pode definir a sua vida futura. Um professor que não percebe esta evidência cristalina não merece ser tratado de professor.
E um sindicato de professores que não percebe isto não merece ser assim chamado. Que este sindicato se está nas tintas para os alunos (e, consequentemente, para a qualidade do ensino) é evidenciado pela forma como celebrou o dia de ontem. O sindicato pôs a tónica na percentagem de professores que fizeram greve. Já o Ministério da Educação sublinhou antes a percentagem de alunos que conseguiram fazer exames. Isto evidencia quem se preocupa com quê e quem se preocupa com quem.
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