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Recortes

por João Távora, em 06.06.13

A Co-adopção


Agora que o debate em torno da co-adopção e da adopção por famílias monossexuais está lançado, começam a surgir de forma evidente as motivações de cada lado e naturalmente os estudos sobre o assunto.

A ideia lançada pelos activistas da adopção por pessoas do mesmo sexo tem sido sempre que não existe diferença para o desenvolvimento das crianças crescer numa família com um pai e uma mãe ou crescer numa família com "dois pais" ou "duas mães".

Ora a vasta literatura científica apontava que assim não fosse, mas os recentes estudos mostram cada vez de forma mais evidente que as diferenças existem e são significativas.

Os estudos que defendiam não existirem diferenças de acordo com o Prof. Loren Marks da Universidade do Louisiana eram constituídos por amostras muito reduzidas e não representativas. No sentido de colmatar estas falhas foram desenhados e realizados novos estudos com amostras maiores.

Os mais recentes estudos, como o NFSS - New Family Structures Study (2012), que pode ser consultado em www.familystructurestudies.com, conduzido pelo Prof. Regnerus, da Universidade do Texas, foi realizado com uma amostra de 2988 adultos jovens e permitiu comparar o desenvolvimento de crianças que cresceram com casais heterossexuais em comparação com crianças que cresceram noutros contextos, como uma família com pessoas do mesmo sexo.

Os resultados não deixam margens para dúvidas. As crianças criadas por pessoas do mesmo sexo têm resultados significativamente piores nas dimensões sociais, emocionais e relacionais.

Já não se pode dizer que é a mesma coisa para uma criança crescer numa família natural heterossexual ou crescer numa família monossexual.

A criança precisa de um pai e de uma mãe e na falta destes precisa de ter a oportunidade de criar a representação interior, intelectual, desse pai ou dessa mãe que lhe falta, não podendo ser essa oportunidade organizadora da criança, esmagada com uma realidade de dois pais ou duas mães.

Como afirma Marinho e Pinto, bastonário da Ordem dos Advogados, ou Pestana Bastos, do Conselho Superior da Magistratura, tudo se resolveria com uma pequena alteração do Código Civil que atribua a guarda da criança ao cônjuge do progenitor falecido com quem esta estabeleceu um vínculo afectivo, com prioridade no processo de adopção sucessiva.

 Abel Matos Santos hoje no jornal i


13 comentários

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De Zé a 22.06.2013 às 00:01

Não me interprete mal, eu também sou de direita, daí ser-me impensável que o Estado venha "meter o bedelho" na vida privada das pessoas. E também conheço muito, muito bem o meio monárquico e católico. Sei que este é um tema muito sensível a muitas pessoas, tanto de esquerda, como de direita. Monárquicas e católicas então nem se fala, quantos casamentos não são autenticas fachadas! (e na maioria dos casos, a maioria das pessoas percebe e sabe isso) Por isso é que sempre me fez confusão ver pessoas a "falar contra si próprias" ou contra os seus, sejam colegas de trabalho, amigos e mesmo família. "Diz-lhe que se calem Tomé. Se não souberem o que dizer diz-lhe que se calem e que pelo menos não falem contra si próprias." O João não faz mesmo ideia se amanhã não é com um seu filho ou com um seu neto que terá que enfrentar o problema de frente. Talvez nesse dia se deixe de comparar à besta (não tem outro nome) do Marinho Pinto. Aliás só o facto de se estar a colocar no mesmo barco do Marinho Pinto já devia ser suficiente para o preocupar e fazer pensar duas vezes.

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