por Luísa Correia, em 09.05.13
Vi, há dias, "Vatel", uma belíssima produção anglo-francesa, com Gérard Dépardieu e Uma Thurman. O ambiente pareceu-me muito bem recriado, com todos os excessos que caracterizam o absolutismo barroco de Luís XIV, e o enredo desenvolve, romanceadamente, os pequenos grandes dramas vividos pelo mestre de cerimónias do Príncipe de Condé na organização dos três dias de banquete real, que culminariam, como se sabe, no seu hara-kiri. É um filme a não perder para quem ainda não o viu.
Outro, que está em cartaz e de que tenho as melhores referências, é "Nome de código Paulette". Estou explorando, afanosamente, todas as possíveis vias de acesso...
Finalmente, leio que se encontra em elaboração um filme sobre Hannah Arendt e sobre a polémica histórica que desencadeou, na sequência do julgamento de Eichmann, com a sua tese da "banalização do mal". Esta tese, que vemos exemplificada todos os dias, parece, contudo, não bastar para explicar o comportamento do alemão, sobretudo depois que Himmler mandou suspender a "solução final". Mas Arendt não isenta Eichmann de culpas: uma vez que sustentou e executou uma política traduzida na recusa de partilhar a Terra com o povo judeu e com os povos de um certo número de nações - escreve - não pode esperar de ninguém que queira partilhar a Terra com ele. Por esta razão e só por esta, merece ser condenado.
Aguardemos, então...