por Luísa Correia, em 30.01.13
Cevou por aí, há dias, uma polémica ridícula em torno de não sei que declarações racistas de não sei que dirigente sindical. Não procurei, realmente, saber coisa nenhuma, porque a nota era dissonante, uma evidente fífia de execução. Mas agora, com Costa a perfilar-se tão extemporaneamente no PS, a polémica parece reenquadrar-se. Para um herdeiro do "socratismo", o melhor - ou único! - argumento para a vitória, num cantinho provinciano como o nosso, onde o "efeito imitação" encontra terreno fertilíssimo, é fazer dele - do cantinho - um pioneiro ocidental, o primeiro, na Europa, a subscrever os princípios da vanguarda "politicamente correcta", que alçou Obama à presidência do país mais poderoso do mundo. Saltar da cauda económica para a testa moral do velho continente é uma tentação irresistível para muito português. Insista-se, pois, na fífia, apele-se, acto contínuo, a uma "ética de modernidade", e ter-se-á cegado muito português para a circunstância de que Costa, sendo um homem simpático e bem falante, tem o currículo de um indeciso e de um inoperacional.
2 comentários
De Anónimo a 31.01.2013 às 12:33
Desculpe lá, mas o Pombal era mulato. Até nisso chegamos em primeiro lugar!!!
É precisamente por isso, caro Anónimo, porque o nosso cosmopolitismo tem barbas, que uma estratégia "obamista" não faz sentido. Mas cá para mim...