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Pena que se transforme uma conferência de sugestões da sociedade civil para melhorar o país num caso político.
Hoje em dia é tudo política e até o jornalismo é política.
Talvez porque dá menos trabalho.
Pode considerar-se um exagero, ou uma má estratégia que poderá ter o efeito contrário ao pretendido, que os oradores tenham proibido os jornalistas de reproduzir as suas intervenções. Os oradores que não são políticos, não confiam nos jornalistas. É um sinal da desconfiança que se instalou nesta sociedade.
Na prática os jornalistas tiveram acesso a tudo, e verdadeiramente aquilo que iriam sempre reproduzir era a parte da conferência que sempre foi pública: Carlos Moedas e Pedro Passos Coelho. Mas o fruto proibido é o mais desejado e talvez por isso indignaram-se, e de repente até parecia que o que interessava mesmo aos jornalistas, não era nem o Secretário de Estado Adjunto, nem o Primeiro Ministro, mas sim o Augusto Mateus, o Miguel Lebre de Freitas, o Manuel Lancastre, o Gonçalo Reis, o Alexandre Relvas.... todos menos os mais importantes, porque, afinal, na participações destes a conferência era livre.
Não percebo a indignação, senão num contexto de quetudo serve para fazer oposição política.
Lembro que em Maio do ano passado, em Cascais, no encontro Empreendedorismo Inovador na Diáspora Portuguesa, um Conselho para a Globalização, iniciativa promovida pela Associação COTEC, os jornalistas foram impedidos de entrar na sala onde decorria o encontro. Havia salas de imprensa e os jornalistas esperavam que as informações chegassem através dos assessores. Ninguém se indignou com isso. Mas nestes últimos dois dias esta conferência no Palácio Foz foi tema de notícia mais por causa das condições à entrada, do que pelo conteúdo do que lá foi dito.
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