por Luísa Correia, em 09.01.13
Sempre me encantou a ideia de Buffon, de que «Le génie n'est qu'une plus grande aptitude à la patience». Para o matemático e naturalista francês, o milagre da genialidade é democrático, está ao alcance de todos nós, contanto que disponhamos da ferramenta que dá pelo nome de "paciência infinita". Sucede que eu - posso afirmá-lo com doloroso conhecimento de causa - não disponho. Pelo que, em jeito de compensação, vou tentando descobrir se haverá ferramenta que me permita realizar outros milagres. Ou, especificamente, o milagre do "saneamento" do corpo pelo espírito. É que não me conformo com a tirania da matéria em que vivemos; queria que o tangível se dobrasse ao poder do intangível. E assim, de quando em quando, foco-me numa maleita e ponho a teste a ferramenta que dá pelo nome de "pensamento de furor telepático em estado de altíssima concentração". Infelizmente, ainda não vi resultados. Já comecei até a suspeitar se não será como dizem, se este milagre não caberá nas competências exclusivas da Providência... Embora, às vezes, pressinta nas ferramentas que dão pelos nomes de "doçura" e "optimismo", um curioso potencial...