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Como é óbvio a insustentável situação financeira a que chegámos não é culpa de Angela Merkel. E apesar dos Socialistas serem muito sensíveis ao tema da “culpa” - do ponto de vista psicológico e não da ética, como é bom de ver – é lamentável a despudorada atitude persecutória e xenófoba que não se eximem de exibir quanto aos alemães. Não vale tudo para cavalgar o natural descontentamento popular nestes inevitaveis tempos de penúria, e é verdadeiramente deplorável o jogo perigoso que alguns socialistas insistem praticar: não tenho dúvidas que de hoje para amanhã, mais cedo do que julgam, ver-se-ão eles na contingência de desarmar a bomba relógio que agora se entretêm a armadilhar. Não vale tudo, "terra queimada", não.
E, logo, quando as coisas não correm bem, há sempre culpas a distribuir.
Não por acaso, das da Alemanha tem-se falado pouco. Paul De Grauwe (http://www.voxeu.org/article/target2-scapegoat-german-errors) vem equilibrar a conversa, e de que maneira.
É que se a Sul se gastou mais do que se devia, a Norte emprestou-se mais do que se devia. Para que o Sul comprasse produtos ao Norte. E para escoar liquidez, a alternativa era ter permitido uma inflacção alta na Alemanha, como consequência do afluxo de dinheiro.
Simples ... Culpa de quem? Bom, é como num casamento ...
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