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A fita

por Rui Crull Tabosa, em 11.11.12

Depois de ver o patético filme que o prof. Marcelo encomendou para dar uma lição de moral aos alemães e ensinar-lhes o valor da “solidariedade” que anima a política externa portuguesa desde a alvorada de Abril, lembrei-me da seguinte máxima de Otto von Bismarck, o Chanceler de Ferro, e que era a seguinte: “A única base positiva e salutar para um grande Estado, e eis o que o distingue essencialmente de um pequeno Estado, é o egoísmo político em vez de um qualquer preconceito romântico – e será impróprio de um grande Estado bater-se por uma causa que não esteja em conformidade com o seu mais lídimo interesse.”

Pode não ser simpático, mas quem não percebe isto não percebe nada. E está condenado. Um Estado só ajuda outro se e na medida em que tal lhe for útil. Ponto. O resto é treta ou engodo para entreter indígenas e cultivar vaidades liliputanas.

Mas voltando à fita marcelista (não que a coisa tenha alguma importância), felizmente foi recusada a sua exibição pública na Alemanha, dado o mau gosto, a falta de qualidade, a demagogia e as inverdades que a tornaram simplesmente ridícula. Pretender insinuar responsabilidades alemãs no endividamento português com a compra de carros alemães, de submarinos, com a construção dos estádios do Euro 2004 ou a instalação de fichas para carros eléctricos, não só releva do mais absoluto nonsense, como apenas geraria desprezo e comiseração nos destinatários de uma tal mensagem.

Seremos capazes de ultrapassar a presente difícil situação, sim, mas com vontade, tenacidade, organização, eficiência, empreendedorismo e amor à Pátria. Seguramente não alijando culpas próprias para terceiros.

Amanhã será um bom teste ao Destino que queremos.


16 comentários

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De Rui Crull Tabosa a 12.11.2012 às 23:36

Desculpe lá, mas francamente não percebo: queria então que as marcas de carros alemães recusassem vender ou limitassem a venda de carros em Portagal e a portugueses? acha que as empresa alemã construtora dos submarinos deveria ter recusado a sua coimpra pelo Estado português (que se diria, então? e não se comprariam a outro país?). É assim tão dificil reconhecer que o País andou a viver acima das suas possibilidades, endividando-se a torto e direito - Estado e particulares - e que agora chegámos à hora da verdade em que já ninguém nos emprestava mais e temos de corrigir o modelo de desenvolvimento do País, gastando menos e produzindo mais?
Quanto à 1.ª guerra, passou de a alemanha ter começado a guerra para ser uma das grandes responsáveis, o que já é um progresso. foi-o, menos que a Sérvia, a Rússia e a França, a primeira desejosa de desmembrar o Império Austro-Hungaro, a segunda de dominar a Europa oriental e do Sudeste a a França... absolutamente dedicada a provocar uma guerra de vingança pela capitulação de 1871 contra a Prússia. Mas sim, claro que a Alemanha também teve culpa de não medir as consequências que para a EWuropa resultariam de uma conflagração geral. O mesmo erro voltou a cometer em 1939, juntamente com a Inglaterra e a França.
Voltando a Portugal, a cortar no Estado já está o Governo (menos 10 mil milhões de Euros entre 2010 e 2012, só na saúde foram mil milhões, coisa de que naturalmente não se fala), preparando-se para cortar mais os tais célebres 4 mil milhões, e as reacções são as que vê. Quem é contra esses cortes - como por exemplo o PS - devia assumir que quer que os contribuintes os continuem a pagar.
Como deve saber, reestruturar a dívida é complicado e afetará gravemente a reputação de Portugal e comprometerá a confiança dos investidores e credores estrangeiros no nosso País, além de que pode apenas adiar o problema e fazer recuar as reformas em curso. Conviria que as pessoas, principalmente aquelas que têm e tiveram responsabilidades, pensem bem nas consequências terríveis que daí poderiam advir para o País.
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De Nuno Castelo-Branco a 12.11.2012 às 23:39

Apenas uma questão: como é que este regime de m... justifica o facto de hoje, com apenas 90.000km2, termos 5 vezes mais "funcionários" públicos que aqueles registados no Portugal imperial de 1973? É que no Ultramar existiam secretarias de Estado, correios, portos geridos pelos governos provinciais, escolas, liceus, hospitais, administrações locais, etc, etc. E funcionavam muito bem!
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De makarana a 13.11.2012 às 16:08

Rui, efectivamente é aquilo que penso: se estavam tão preocupados com o nosso alegado problema de défice externo, então o normal tinha sido recusarem vender-no ou limitar as vendas.A verdade é que na altura foi-lhes útil.De qualquer forma,o problema agravou-se quando o de todos os paises agravaram-se incluindo a Alemanha da sra merkel, ou suécia e finlandia .Enfm, amnésias nacionais e internacionais.
E é dificil reconhecer, que muito mas muito mais que os particulares, quem viveu acima das possiblidade isso sim foi o estado? É no estado portanto, que o ajustamente tem de ocorer magistralmente, e não nos contribuintes, que são muito mais inteligente do que a maior parte da classe politica? Eu sei que o ps está errado, concordo, mas os aumentos e impostos deste ano e do próximo são um erro que pagaremos caro.Um ajuste para ser bem sucedido, tem que ter as medidas certas(dimiuição de despesa e impostos) e um tempo mais alongado, para haver mais tranquilidade.E quanto á reestruturação da divida, como é recomendável que se pague a divida, é preciso de faze-la.. pagável,isto é, ainda menos credibilidade teriamos e viremos a ter, se assumimos algo que não poderemos pagar no futuro.Não há escolhas perfeitas .Ainda mais
Quanto á 2ºguerra,é capaz de ter razão em relação á sérvia e russia, mas sinceramente o argumento em torno da frança, parece--me especulativo.
Mas é inegável que foi da Alemanha que o rastilho da 2ºguerra começou da alemanha

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