Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Quanto mais os jornalistas insistirem em desempenhar o seu papel como o estão a desempenhar, mais redundante será o seu papel e menos necessidade teremos deles. E, do mesmo passo, mais ilustrarão e tornarão indispensáveis comentadores e colunas de opinião.
Veja-se o que se passou com a expressão «refundação do acordo de entendimento». A ela, os jornalistas não dedicaram um neurónio, sobre ela não tentaram uma interpretação, não tentaram investigar nela um significado. Em vez disso, mal o primeiro-ministro a pronunciou, pegaram apenas na forma e correram numa agitação frenética (que imita o movimento mas retrata a medular apatia), a colocá-la perante outros protagonistas da vida política para dispararem coisas sobre ela. É isto ser pé de microfone: suscitar uns dichotes, umas opiniões pitorescas, em geral coladas com cuspo e apressadas. Dar-se por muito contente. E, de informação, nada.
Chegam, então, pela própria mão dos jornalistas, os comentadores. E, com natural facilidade, visto que ainda por cima lho pedem, envergonham os jornalistas: uns, mais atentos ao tacticismo da política, explicam: deitar fora o acordo de entendimento e dispor-se a negociar outro é dar um brinde ao PS, é suicídio político; outros, olhando mais o fundo e menos a circunstância, informam com mais brutalidade: o Estado social está falido, o que há tem que deixar de haver, foi isso que ele disse.
Os jornalistas cultivam a perplexidade e vestem a pele de estafetas de sound-bytes. Os comentadores informam e explicam. A este ponto se deixaram chegar os orgãos de informação. Depois, como se fossem estranhos ao processo, clamam que estão em risco de vida e que a sua morte seria um atentado à democracia. Sugerem o quê como remédio? Assumirem um papel mais útil ou transformarem-se em mais uma rubrica na despesa do Estado?
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
A confiança constrói-se. Já se percebeu com quem M...
Perante resposta tão fundamentada, faço minhas as ...
O capitalismo funciona na base da confiança entre ...
"...Ventura e António Costa são muito iguais, aos ...
Deve ser por a confiança ser base do capitalismo q...