A ver um debate na SIC entre uma excelente jornalista (Helena Garrido), imparcial, inteligente; uma pivot (Ana Lourenço) tendenciosa e não especialmente inteligente e um comentador cheio de clichés, político, tendencioso, populista, que se chama Pedro Adão e Silva. Ana Lourenço e Pedro Adão e Silva só dizem mal do Orçamento por dizer e a Helena Garrido que responde com a verdade simples: "precisamos de financiar um défice e não o podendo fazer nos mercados, só o podemos fazer reduzindo despesa ou aumentando receita. Falhando a redução de despesa, só se pode ir à receita". Elementar caro Watson. E acrescentou "Portugal ganhou um capital de credibilidade, que não se vê, mas que é importante, e serviu para baixar os juros da dívida e que se pode perder a qualquer momento com as manifestações e com as crises da coligação". E eu acrescento não se esqueçam que os juros são uma das componentes da despesa do Estado...
O anúncio do brutal aumento de impostos, que terá um impacto violento no rendimento mensal dos portugueses que ainda consomem, deixa algumas preocupações no ar. Se isto tudo é para baixar o défice para 4,5% o que será quando em 2014 o défice tiver de descer para 2,5%. Se se esticam muito ainda se cria um movimento de greve fiscal. Em que consiste? Consiste em rasgar a declaração de IRS, em rasgar as notas de cobranças de impostos, não pagar o IMI, nem IUC, nem nada. O que faria o Estado? Punha em Tribunal dois milhões de portugueses?
É preciso haver bom senso, senão deitam tudo a perder.