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Os dias do fim

por João Távora, em 22.09.12




Uma coisa são as críticas - duras, indignadas, veementes - ao Governo. Outra é arrasar por igual todos os políticos, defender o fim das instituições democráticas e menosprezar os mecanismos constitucionais. Confundir tudo numa amálgama de impropérios onde só falta pedir um "pulso forte" para "endireitar o País" é meio caminho andado para desembocarmos numa situação muito pior do que a actual.

 

Pedro Correia no Forte Apache

 

Imagem roubada ao Eurico de Barros


3 comentários

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De andresilva a 22.09.2012 às 19:24

 Pois é, para grandes males grandes remédios. Um Salazar ou Hitler, Stalin ou Mao Tzé tantos faz. Que viva Portugal!
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De Lionheart a 22.09.2012 às 19:32

Por acaso o eleitorado cuidou de que gastar mais do que o que se tem e pedir emprestado sem saber se se pode pagar, podia dar muito mal? A maioria não cuidou. Agora não gostam da Democracia? Fraca imagem dão de si próprios, comportando-se como uns criançolas. Quem reage assim só dá razão à opinião que Salazar tinha dos portugueses, razão pela qual ele achava que a Democracia não era viável em Portugal.
 
O grande problema da Democracia portuguesa é que as eleições foram sempre compradas, mas como hoje que não há dinheiro, os políticos estão sem narrativa. O público já de si muito pouco informado (também por culpa própria, porque se os portugueses se interessassem pela coisa pública como se interessam pela cusquisse, de certeza que não se fazia tanta coisa nas suas costas) foi infantilizado por uma classe política interessada em criar dependências, para mais facilmente ganhar eleições. O "debate" resumia-se apenas em como GASTAR dinheiro, não em como ganhá-lo. O dinheiro da "Europa" só agravou a parasitagem e a corrupção. Ele era quanto é que se ia aumentar o salário mínimo, quanto se aumentava nas pensões, quanto se ia gastar em obras, etc, etc. Nunca me lembro de se perguntar aos candidatos como pensavam tornar a economia mais competitiva. Nos últimos anos, o "debate" passou do "investimento" para o défice, sem passar pelo essencial, que é a fraca produtividade do portugueses. Tanto paleio para nada.
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De Vicente Páscoas a 22.09.2012 às 23:40

Sempre que alguém, justamente indignado, tece críticas à classe política (que se tem portado como uma quadrilha de lapidários, de ladrões e de videirinhos torpes), aparece de imediato um ou mais opinadores ou escrevedores mesmo a dizer que aqui d'el-rei que querem acabar com a democracia. Não. O que se deseja é acabar com os gangsters que, à pala de serem políticos ou lhes andarem nas imediações, agem discricionariamente e se servem daquela retórica intimidatória, em última análise manipuladora e mentirosa, para seguirem em frente. Com o pretexto de "aprés moi le déluge". Pura encenação, pura velhacaria conceptual. E o resto é conversa... 

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