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A divulgação de uma lista extensa de filiados no Grande Oriente Lusitano (GOL), a mais antiga agremiação maçónica cá do burgo, revelou-se do maior incómodo para quem se sentiu, digamos assim, denunciado. De acordo com os jornais, António Reis, ex-Grão-Mestre, atribuiu a façanha a hackers. À pirataria informática, em suma.
De resto, a identificação dos maçons não trouxe surpresas de maior. Grande parte deles encaixa-se no PS, afinal o "herdeiro moral" da malandragem primo-republicana. Já se sabia.
A questão de defendido (e ofendido) secretismo da organização é que levanta interrogações mais relevantes, designadamente no plano do Direito. Qual a natureza jurídica das estruturas maçónicas? Do que eu conheço do Código Civil, associações de direito privado não são concerteza. Impossivelmente passariam no crivo fiscalizador do Ministério Público. Do mesmo modo, não cabem na tipologia das entidades jus-publicistas. E ignoro legislação especial que as preveja e, consequentemente, lhes reconheça personalidade e capacidade jurídica.
Acresce a imensidade de preceitos constitucionais que o seu secretismo e desigualitarismo violam. O que repugna sobretudo porque, se há defensores estrénuos da Constitução da República, são eles os "senhores da Ética", os nossos maçons.
Por isso, o que é então a Maçonaria e o que significa em Portugal, além de uma rede vastíssima de conluios, conspirações e sindicatos de voto?
Talvez agora pudessemos ser todos esclarecidos. Sem filosofias baratas e com alguma sustentação de iure.
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