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50 anos

por João Távora, em 24.04.24

Evidentemente saúdo a democracia recuperada há 50 anos no 25 de Abril - quase desbaratada de seguida. Afinal, foi ao tempo da monarquia liberal, ao longo do século XIX, que se ensaiaram os primeiros e acidentados passos duma democracia moderna, um processo interrompido com o regicídio e a 1ª república.

Para celebrar o nosso regime liberal representativo não são necessários exercícios infantis de diabolização do passado. Acontece que não nos aliviam a consciência das misérias e preocupações do presente, uma delas com a Liberdade.


4 comentários

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De Anónimo a 25.04.2024 às 21:30

" Se alguém quisesse acusar os Portugueses de cobardes, destituídos de dignidade ou de qualquer forma de brio, de inconscientes e de rufias, encontraria um bom argumento nos acontecimentos desencadeados pelo 25 de Abril.
Na perspectiva de então havia dois problemas principais a resolver com urgência. Eram eles a descolonização e a liquidação do antigo regime.
Quanto à descolonização , havia trunfos para a realizar em boa ordem e com vantagem para ambas as partes : o Exército Português  não fora batido em campo de batalha; não havia ódio generalizado das populações  nativas contra os colonos ; os chefes dos movimentos  de guerrilha eram em grande parte homens de cultura portuguesa ;  havia uma doutrina, a exposta no livro "Portugal e o Futuro" do general Spínola, que tivera a aceitação nacional, e poderia servir de ponto de partida para uma base maleável de negociações. As possibilidades eram ou um acordo entre as duas partes , ou, no caso de este não se concretizar, uma retirada em boa ordem, isto é, escalonada, ordenada e honrosa.
Todavia, o acordo não se realizou, e retirada não houve, mas sim uma debandada em pânico, um salve-se - quem - puder.
Os militares portugueses , sem nenhum motivo para isso, fugiram como pardais, largando armas e calçado, abandonando os portugueses e africanos que confiavam neles. Foi a maior vergonha de que há memória desde Alcácer Quibir.
Pelo que agora se conhece, este comportamento inesquecível e inqualificável deve-se a duas causas . Uma foi que o PCP, infiltrado no Exército, não estava interessado numa retirada em ordem, mas num colapso imediato que fizesse cair esta parte da África na zona soviética.. O essencial era não dar tempo de resposta às potências ocidentais. De facto , o que aconteceu nas antigas colónias portuguesas insere-se na estratégia africana da U.R.S.S , como os acontecimentos subsequentes vieram mostrar.
Outra causa foi a desintegração da hierarquia militar a que a insurreição dos capitães deu início e que o MFA explorou ao máximo, quer por cálculo partidário, quer por demagogia, para recrutar adeptos no interior das Forças Armadas.Era natural que os capitães quisessem voltar depressa para casa. Os agentes do MFA  exploraram e deram cobertura ideológica a esse instinto das tripas, justificaram honrosamente a cobardia que se lhe seguiu. Um bando de lebres espantadas recebeu  o nome respeitável de "revolucionários".


Parágrafos iniciais do artigo de António José Saraiva , publicado no DN  de 26-1-79, com o título " O 25 de Abril e a História".
O texto completo pode ser encontrado em "Os Filhos de Saturno"...


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