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Voltei atrás, para perguntar ao casal que estava em frente à Conservatória dos Registos Centrais se estavam à espera de alguma coisa.
Eram sete e picos da manhã, dizem-me que estão ali desde as quatro à espera que um serviço público abra as portas às nove da manhã.
Explico que nesse dia é feriado em Portugal, comentam que realmente tinham estranhado porque todos os dias àquela hora há já uma bicha (são brasileiros, devem ter dito fila) de cerca de cinquenta metros, informam-me que no dia seguinte, Sexta, há greve e no Sábado voltam para o Brasil sem ter conseguido entregar os seus papéis.
Por coincidência, no dia anterior tinha-me telefonado uma das minhas filhas a perguntar se poderia ir buscar netas à escola: a rapariga que as costuma ir buscar, depois de semanas a tentar contactar o SEF, tinha finalmente uma marcação para ser atendida ... em Portimão.
Eu sabia que a rapariga andava há muito tempo a tentar contactar o SEF, com a ajuda da minha filha, que até conhece alguém que lá trabalha, mas a informação era taxativa: o primeiro contacto é sempre por um número de telefone, em que 99,9% das vezes ninguém atende (dizem-me que há uns advogados que têm uma aplicação que está permanentemente a marcar o número, à espera do instante imediatamente posterior ao fim do contacto anterior, mas não sei se é assim, sei é que existe um negócio montado de venda de senhas de marcação em alguns serviços públicos, não sei se funciona na conservatória dos registos centrais ou no SEF).
Isso tinha sido confirmado no grupo de whatsapp da família, em que um sobrinho tentava desesperadamente ajudar alguém que precisava urgentemente de contactar o SEF, e sabia que a minha família tem uma rede de contactos extensíssima (somos muitos e quase todos socialmente muito mais competentes que eu), que se concluiu ser inútil, neste caso.
Tudo isto se passa num Ministério em que o ministro é considerados dos melhores e mais competentes do governo actual (como não sei quais são os critérios na base dos quais se fazem estas avaliações, não tenho opinião sobre isso).
A síntese é muito simples de fazer: se pensam que os problemas no SNS, fecho de urgências e tal, resulta de uma questão entre o Ministério e os profissionais de saúde, pensem outra vez, porque não há nada de específico no que lá se passa, excepto ser uma coisa que é mediaticamente mais impactante, porque se considera o fecho de uma urgência como socialmente inaceitável, ao contrário da impossibilidade de contacto do serviço de estrangeiros e fronteiras, uma coisa quase sempre longe das nossas bolhas sociais.
É o Estado, é a administração pública, que está em decomposição, com a nossa complacência, como a minha, que todos os dias úteis me cruzo, às sete da manhã, com uma bicha de cinquenta metros à espera da abertura de um serviço público duas horas depois e, ainda assim, vou calmamente comprar pão e um jornal, limitando-me a dizer aos meus botões como é triste conviver com uma administração pública do terceiro mundo, mesmo que a minha posição de privilégio me defenda das suas principais consequências.
Dezenas de milhares de pessoas protestaram hoje em Barcelona contra uma eventual lei de amnistia para os independentistas catalães em Espanha, que, ao que tudo indica, fará parte do acordo dos socialistas para formar governo.Num dos cartazes descritos pela agência espanhola Europa Press, acusava-se o rei Filipe VI de cobardia, por “vender Espanha por cinco votos”, e noutro prometia-se: “Nem esquecimento, nem perdão.”
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