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Acabo de ouvir o Miguel Sousa Tavares dizer que as privatizações são desastrosas para o "interesse nacional" e dá o exemplo da ANA - Aeroportos de Portugal, que tem como missão gerir as infra-estruturas aeroportuárias; dos CTT - Correios de Portugal, da TAP, e da Águas de Portugal, ainda que seja só a concessão. A minha pergunta é. Porquê? Porquê que é que o Estado vender a privados os Correios, ou a gestora dos aeroportos, ou a TAP (condicionada obviamente a que o aeroporto se mantenha cá), ou a concessionar a gestão da empresa das Águas, é desastroso para o país? Pois, os argumentos válidos para justificar as opiniões é que não aparecem no discurso de Miguel Sousa Tavares.
Estive a ouvi-lo e nem por uns minutos, daqueles bitaites que manda, ouvi alguma coisa substancial sobre a economia e sobre o país. Criticou o ajustamento, mas não deu nenhuma alternativa, porque não há, e por aí fora. A chamada crítica fácil. Conclusão: AINDA BEM QUE NÃO É MIGUEL SOUSA TAVARES QUE GERE O PAÍS. Só me lembrei do Truffaut, realizador francês da Nouvelle Vague, que num dos seus filmes a sua personagem leva o filho Alphonse à estação e recomenda-lhe que estude muito violino, para se tornar no melhor músico, e o filho pergunta-lhe, o que é que acontece se não conseguir ser o melhor? Não faz mal, vais para crítico. Miguel Sousa Tavares também foi para crítico.
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