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Os tempos não estão fáceis. As pessoas revelam-se mais quando assim é. São muitas as desilusões. Algumas pessoas são monótonas, superficiais e vivem apenas porque a vida não lhes exige grande coisa para os ter por cá. Estes voluntariamente pobres de espírito, estão sempre cheios de si, e fazem companhia uns aos outros.
Apesar disso, há também aqui gente que decidiu ter uma existência profunda. Andam muitas vezes sós. A dor profunda que levam no peito está abraçada ao sonho.
Como se o sofrimento resgatasse o homem acordando-o de uma vida sem sentido para uma existência plena, que, apesar de começar já, não acaba aqui.
A mais profunda dor da solidão é a daqueles que sabem amar, mas que percebem que aqui é muito difícil resgatar quem não se quer salvar a si mesmo. Mas os heróis da dor e do sonho, ainda que a vida e os outros lhes partam as asas, seguem sempre para o seu destino nem que seja a pé, por entre tanta gente que, deitada por terra, parece até gostar dos cheiros nauseabundos da superfície deste mundo.
Só quem sofre sonha. Só quem sonha vive. Só quem vive sofre. Assim são aqueles que sabem fazer as nuvens que derrubam montanhas.
Depois, no final desta vida... pouco me interessa se o meu corpo vai apodrecer num magnífico jazigo ou numa vala comum, importa-me mais saber por onde andarei enquanto aqui este meu corpo se perde.
Afinal, os verdadeiros sonhos de um homem esperam por ele, mas muito longe do sítio onde costuma dormir.
(publicado no jornal i - 21 de abril de 2012)
ilustração de Carlos Ribeiro
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