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– Pérolas da Língua, SôDalai?
– Pouca coisa, e de onde eu não esperava.
– Então?
– Do Sérgio Conceição. A responder aos piropos dos Jesus, que disse que ele vai ser um grande treinador, no rescaldo do Olhanense-Benfica.
– E ele, respondeu o quê?
– Que não quer passar a mão pelo cabelo do Jesus.
– Xiça, também eu não. Canojo.
– Acho que nem o cabeleireiro dele. Por isso é que chegou àquele ponto. Parece um ninho de cucos.
– Os cucos não fazem ninhos, SôDalai.
– Como aquele, espero que não. Mas enfim, depois, disse que não queria lisonjear o Jesus.
– Isso não está exactamente errado, pois não?
– Pois, mas normalmente usa-se na primeira pessoa.
– Como o cabelo do Jesus. Não há uma segunda nem terceira pessoa capazes de usar aquilo.
– Lá está. Agora por falar nisso, o que me faz mesmo impressão é esta moda de elogiar o adversário, equipa e treinador.
– Também a mim, também a mim! «O Benfica vai defrontar uma equipa muito regular, que conseguiu a proeza de se manter no último lugar até à última jornada.»
– O «treinador adversário merece o nosso maior respeito», «equipa recheada de valores», «têm sobejas provas dadas da sua valia», «rápida nas transições», «muito aguerrida», «deram boa réplica».
– A coisa tem lógica, numa lógica de réptil. Se ganhar, ganhei a uns tipos fantásticos, sou fantástico. Se perder, tem de se aceitar, porque era um adversário de peso.
– Bichanagem, esta conversa, SôZé. Ao menos os All Blacks, antes dos jogos fazem aquele mambo-jambo intimidatório, com as caretas, e as ameaças aos berros.
– É de homem.
– E o Cassius Clay, nas conferências de imprensa antes dos combates, lembra-se? Tinham de o segurar, para não esventrar o adversário.
– Isso.
– E as pessoas não sabem, mas aquela canção maravilhosa do Vinícius, segundo ele próprio, fazia parte de um ritual de insultos entre tribos inimigas.
– Olhe, não sabia. Aquela do «A tonga da mironga do cabuletê»?
– Essa. «Cabuletê», no léxico do candomblé, derivado do quimbundo, significaria «indivíduo reles, desprezível, vagabundo». Bom, parece que o poetinha inventou um pedacinho, mas pelo menos não é bichanagem, a passar a mão pelo cabelo.
– Paneleirices não, SôDalai.
– Paneleirices não, SôZé.
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