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O polémico artigo "Aborto pós-parto: Porque devem os bebés viver?" publicado numa revista científica ligada ao British Medical Journal , da autoria  de Francesca Minerva, formada em Filosofia pela Universidade de Pisa (Itália) com uma dissertação sobre Bioética, que se doutorou há dois anos em Bolonha, uma investigadora associada da Universidade de Oxford, em Inglaterra, e ainda por Alberto Giubilini, vem pôr a nu uma conclusão importante. Para aqueles que vêem na Ciência um substituto de Deus, este artigo deveria demonstrar-lhes que a Ciência, ainda que se baseie na realidade empírica e seja o somatório de pequenas conclusões verdadeiras, não pode explicar o extenso universo da humanidade e bem assim da vida. Para quem não leu, os autores sustentam que matar um bebé nos primeiros dias não é muito diferente de fazer um aborto. A sua polémica tese é a de que o “aborto pós-nascimento” (matar um recém-nascido”) deve ser permitido em todos aqueles casos em que o aborto também é, incluindo nas situações em que o recém-nascido não é portador de deficiência, uma vez que em teoria sentem o mesmo um embrião e um recém-nascido, (isto deveria pôr as pessoas a pensar se o aborto deve ser legal, mas deixemos isso para outro fórum). Ora este artigo é a prova de como a Ciência pode ser profundamente estúpida e não chega para desvendar todo o mistério do Universo e da Vida. Isto não é de somenos importância tendo em conta que é vulgar ter-se uma enorme fé na Ciência, quase como se fosse Deus.


5 comentários

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De João Távora a 02.03.2012 às 12:05

Muito bem, Maria!
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De RuiMCB a 02.03.2012 às 12:13

Esta antinomia entre Deus e Ciência é um profundo disparate, na minha opinião, claro. E fragiliza o debate da questão por que afasta antes de tentar congregar. No fundo, ressalta o que de pior pode vir de um religioso que se vê como detentor de uma superioridade moral que não tem.
Só quem acredita em Deus pode disputar o racional científico? E a ciência é absoluta? Quem não acredita num ente metafisico é incapaz de ter valores éticos? Moral? Princípios? Mal de nós se só os crentes disputassem a bondade do infanticídio.
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De nuno vieira matos a 02.03.2012 às 19:48

O artigo foi publicado numa revista de divulgação científica mas não se trata de um artigo científico. Trata-se de um artigo sobre ética. Mas retiro do seu título que quando a ciência alcançar a inteligência então deus passa a ser desnecessário. Será isso?
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De Maria Teixeira Alves a 03.03.2012 às 04:19

Esse inteligência de que fala é impossível à ciência. 
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De Eduardo R a 07.03.2012 às 17:59

Cara Maria,

'A religião pode ser profundamente estúpida (não faltam exemplos, históricos e recentes), e por isso não substitui a Ciência.'

Estou errado? Não. Do seu ponto de vista, a Maria também não estará. Mas ambos os pontos de vista serão generalidades presunçosas, pouco avisadas e extremistas , fechadas a uma sã discussão. O seu título é infeliz.

A ciência é a única ferramenta racional e fundamentada (sem dogmas) para melhor compreendermos os 'mistérios' do Universo e da Vida, que progressivamente deixam de ser 'misteriosa e religiosamente' obscuros para se tornarem racionalmente claros e acessíveis; e ainda se dota das ferramentas para, de foram proactiva, fazer evoluir o Conhecimento.

Sendo pró-ciência, também fiquei chocado com o conteúdo do artigo: a ética e a moral não são comprovadamente exclusivas da religião - a Ciência, ela mesma, também estuda a sua existência; o que é cientificamente possível não deixa de poder ser eticamente reprovável, e esse ponto normalmente é salvaguardado por quem aplica o conhecimento científico.

Por isso não acho que esse artigo seja o princípio do fim, ou que por causa dele se entre em generalizações básicas 'religião - bom; ciência - mau.' Já passámos há muito essa fase...

Peço-lhe apenas que acredite que conheço muito bem - e respeito - as duas 'facções'. Até ao ponto em que se tornam primária e perigosamente demagógicas.

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