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Súbitamente, em Portugal, regredimos a uma discussão politico-filosófica marx-engeliana. Afinal, havia (e há) uma classe dependente profissionalmente que não participava no processo produtivo. Não eram (são) proletários, sequer são também patrões de si próprios. Onde colocá-los na dicotomia explorados- exploradores?
Marx e Engels deram voltas aos textos. Creio que acabaram posicionando-os do lado dos bons. Contra os cow-boys. E o mundo foi avançando até, aparentemente, o terminus da luta de classes. Há muitos anos que - falo de Portugal - os comunistas, à falta de tema, se dedicam aos direitos das minorias. Com proveitos, por exemplo, para a tropa gay.
Os ventos económico-financeiros mudaram, como é do conhecimento de todos. Ante o gozo da CGTP, entretanto quase esquecida.
Agora temos a Troika, a austeridade e alguns complicadíssimos problemas pela frente. O do desemprego à cabeça.
O discurso da Central Sindical rejubilou. Finalmente!
Arménio Carlos (membro do Comité Central do PCP) apressou-se a trazer à colacção a luta de classes, aquando da sua eleição para a cabeça da CGTP. Eles estão na rua, novamente! Conforme a sua vocação de origem. Não será dificil adivinhar o programa que se segue.
Somente, tenhamos bem presente - na frente da contestação não estarão os (soi disant) proletários. Como sempre - e exclusivamente - os assalariados não produtivos (prestadores de serviços?), funcionários dos sindicatos. Falemos claro: os agitadores de profissão.
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