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Duelo em Forte Apache

por João-Afonso Machado, em 28.01.12

De passagem por Forte Apache apercebi-me de algum burburinho entre-muros. De olho numa frincha, logo topei mais um pronuciamento republicano. Ricardo Vicente acusava os monárquicos da falta de racionalidade dos seus argumentos, do rídiculo do seu ideário assente numa pretensa superioridade imposta pelo nascimento, da sua propensão para a desigualdade de tratamento... E proclamava às tropas gaffes protocolares tremendas, em que abundavam Senhoras Donas Marquesas e Meninas Viscondessas. A fazer lembrar as anedotas (que Ricardo Vicente decerto desconhece) sobre as fífias do mesmo calibre de Madame Fragoso Carmona, ou mesmo a bucólica Morgadinha de Júlio Diniz.

Do lado monárquico, João Gomes de Almeida segurou muito bem os seus pontos de vista e com duas descargas - uma visando o crime de que nasceu esta República, outra a lista dos mais ricos países, esmagadoramente de chefias de Estado dinástica - rapidamente pôs cobro a estoutra manobra de caserna.

Pelo que, a bem dizer, não houve novidade. Já nos vamos habituando. E, sempre fieis ao princípio da soberania popular, resta-nos esperar que a Povo - a esmagadora maioria do Povo, não a aritmética do 50%+1 - opte pelo Trono como símbolo e representação da Nação, em vez de um Presidente reeleito sistemáticamente - ou vitalíciamente, se a Constituição o permitisse.

João Gomes de Almeida - pela minha parte, além de felicitar a sua intervenção, venho daqui lembrar-lhe onde estão os que se batem também por convicções como as suas.


10 comentários

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De O Faroleiro a 28.01.2012 às 14:58

No fim caro amigo, resume-se tudo a uma questão de fé !

A monarquia é tida pelos monárquicos como um símbolo impoluto, alheio às quezílias partidárias com o Rei educado de infante para a sua real função.

Na visão romântica dos monárquicos não cabe a possibilidade de haver um mau rei, e em caso de tal abstrusidade, chamam-se então as cortes a intervir, as quais, supostamente, terão a isenção da praxe para dessa forma aclamarem em consciência o Rei que se segue; sempre a isenção, e sempre a fé nela implícita !

O efeito prático da coisa difere muito pouco da nossa actual "Rainha de Belém", das que a precederam a montante e das que a sucederão a jusante; pouco mais que um biblot, caro e de utilidade duvidosa, restando um efémero sentimento de símbolo da pátria que de pouco serve a um povo sem rumo.

O patriotismo serve para tudo, e está sempre na ponta da língua quando faltam argumentos, cada vez mais se esfuma a pátria ou o que ela representa neste mundo global.

Para mim, monarquia é figura da história que já teve o seu tempo, não a demonizo nem a ataco em tom jocoso com atoardas de marialva ou talassa; um povo deve ter direito a escolher quem o representa, e essa escolha tem de ter forçosamente prevalência sobre o privilegio de se ter saído de um ventre.

A "res publica" é isso mesmo que representa, a coisa publica, o expoente máximo da vivência em liberalismo, sem castas nem previligiados; isto como conceito pois claro... Enquanto vigorar o corporativismo vigente pouco nos adianta discutir estas questões mais acessórias; já foram os corporativos rotativos que mataram a monarquia constitucional em 1910 e serão os corporativos rotativos que irão matar esta res-muito-pouco-publica !
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De João-Afonso Machado a 28.01.2012 às 17:49

Concordo consigo: é dificil mexer nas convicçõe de cada um. Há sempre argumentos na manga. Po isso, como digo sempre, deixemos o povo escolher. Agora não digamaos que não é ele que escolhe.
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De O Faroleiro a 28.01.2012 às 18:15

Quando houver dinheiro então, referende-se a dita (a república).

Um abraço !
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De João Távora a 28.01.2012 às 19:33

Uma Nação, tal como o seu monarca é uma questão de fé, um "presidente da república neutral uma "ficção benigna" como lhe chamou Miguel Morgado.
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De O Faroleiro a 28.01.2012 às 21:38

De acordo, é como eu digo, um regime presidencialista não só seria mais eficiente como também seria mais barato ! E pelo andar da carruagem, e para bem, era outro Sidónio !!!
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De Réspublica a 28.01.2012 às 19:45

Mas que raio, anda uma pessoa afastado uns dias da blogosfera em serviço público e os índios atacam!!!
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De João-Afonso Machado a 28.01.2012 às 20:46

O Caro Amigo deixa o comando dos seus batalhões e é isto.
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De Réspublica a 28.01.2012 às 21:30

A culpa é de andar a tentar a salvar quatro batalhões de soldados das beiras, mas daqueles da paz!!!
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De LUIS BARATA a 29.01.2012 às 08:53


Pode ser que o menino Ricardo tenha aprendido, finalmente, alguma coisa para além da habitual vulgata anti-monárquica.
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De Nuno Castelo-Branco a 31.01.2012 às 09:31

Pelos vistos, houve alguém que saiu escalpado do Forte Apache...

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