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Uma forma infalível de compreender o porquê dos acontecimentos é causá-los. Parece profético, mas é um disparate. Ideias como “só me arrependo do que não fiz” revelam uma pobreza de espírito digna de compaixão. Cometemos erros, sim, mas seria muito melhor se não tivéssemos sido autores, actores, espectadores e vítimas de algo... errado.
É ainda pior quando esta inconsciência leva os sujeitos a ignorar os primeiros sinais adversos, mais subtis. Nestes casos, ou os acidentes são suficientemente grandes para ultrapassar a anestesia da ignorância, ou nem sequer são percebidos.
É possível compreender muitos aspectos da vida sem ser necessário errar. Outros, nem errando. É necessário tempo, domínio de si e uma certa sabedoria. Tempo para percorrer caminhos interiores; domínio de si para não ceder aos gritos da necessidade de conclusões rápidas; e a sabedoria humilde que faz aceitar que existem lógicas mais complexas que as que somos capazes de compreender.
A sabedoria, mais que cumulativa, é subtractiva. Se pensarmos bem, vamos aprendendo o que não fazer, como não fazer, em quem não confiar, etc. O nosso intelecto vai ganhando, progressivamente, capacidade de filtrar o lixo que o povoa.
Um sábio não é alguém que vê o extraordinário, mas sim aquele que conseguiu ficar cego em relação a coisas para que os outros olham. Antes disso, é preciso inteligência e confiança para aceitar que aquilo que faz sentido, no fundo, talvez não faça sentido nenhum.
(publicado no jornal i - 31 de dezembro de 2011)
imagem daqui
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