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Jornalismo de terra queimada

por João Távora, em 29.11.11

Como se não bastasse o ruído causado pelos interesses e ambições em natural disputa na democracia, somado às exibições de egolatria dos senadores do regime, um outro factor tende a incendiar a atmosfera de descrença e revolta que paira sobre o País: refiro-me às mentiras e meias verdades que geram escandalosas parangonas nos jornais. É o caso da notícia do Correio da Manhã, sobre a suposta compra de um automóvel de 86 mil euros pelo Ministro da Segurança Social Pedro Mota Soares, e que o mesmo teria levantado pessoalmente no Stand. Trata-se de uma rotunda falsidade com requintes de má fé: o carro arrendado através da Agência Nacional de Compras Públicas era o único disponível para entrega, tratando-se por mera coincidência daquele que foi anteriormente utilizado pelo do Ex-Secretário de Estado Carlos Zorrinho.

Entende-se que a realidade não cause grande impacto mediático, mas convém referir que, com uma redução de 30% nos consumos intermédios, o ministério da Segurança Social reduziu quase para metade o número de viaturas, tendo neste momento 11 veículos para estrita utilização em serviço, quando no anterior Governo eram 20.

Há muito que reclamo ao sentido de responsabilidade do jornalismo, como um dos mais poderosos actores da realidade politica que vivemos: por actos ou omissões, foi com a sua conivência que aqui chegámos. Ninguém está inocente. Acicatar pela mentira ou meia verdade o descredito e ressentimento popular nestes duríssimos tempos, no imediato pode render a atenção e fama a qualquer noticiário ou jornal, mas a prazo incendeia-se o País. E desse fogo ninguém sairá ileso. 


6 comentários

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De Sim, mas a 29.11.2011 às 13:53

Bem, segundo o comunicado do ministério, "O MSSS introduziu uma grande poupança na gestão da frota automóvel ao efectuar o abate de três viaturas, afectas ao seu parque, quando solicitou nova viatura oficial e ao reduzir quase para metade o número de viaturas ao seu serviço."

Se a notícia do CM não era verdadeira, ao ler este parágrafo fiquei sem perceber porque raio o ministro precisou desse automóvel. Dessas viaturas todas que dispensou não haveria nenhuma aproveitável, mesmo procedendo-se internamente a uma rotação das viaturas de modo a que o ministro ficasse com a melhorzinha?
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De João Távora a 29.11.2011 às 14:18

Convém informar-se como e quais as clausulas que submetem a abate as unidades duma frota. Trabalho de jornalista. 
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De Murphy a 29.11.2011 às 14:01

A capa de hoje também é interessante...
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De Jorge Silva a 29.11.2011 às 14:35

Este tipo de jornalismo comecou há muito tempo atrás, ainda no tempo de Socrátes. Passos Coelho tambem será vitima dele.
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De A. a 29.11.2011 às 14:46

Para que não restem dúvidas: votei no partido a que pertence o Mota Soares e embora hoje não votasse isso nada tem a ver com ele.
Agora, e descomplicando: O ministro de um país falido não pode usar um carro de 17 mil contos. E não venham com pormenores legais, se é compra, se já estava ajustado, etc.
Não pode ter um carro de 17 mil contos.
E se não percebe isto...
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De Buiça a 01.12.2011 às 03:11

oitenta e seis mil euros...?
Não há qualquer justificação, peço desculpa.
O Governo é soberano ou qualquer stand de automóveis o consegue obrigar contratualmente a gastar 86 mil euros num só carro?
Qual a percentagem das receitas da SIVA que depende directa ou indirectamente de despesa do Estado?
Por mais que haja contratos leoninos assinados, perante a perspectiva de nenhum deles ser renovado à medida que for vencendo, ganham logo o bom senso necessário para adequarem os contratos IMEDIATAMENTE às condições de austeridade que vivemos. Como é evidente.
Não se admite outra saída se o ministro for gente séria.
Cumps
Buiça

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