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(separados à nascença, sem ofensa para o primata)
Paula Teixeira da Cruz está há quatro meses no Governo e já demonstrou bem que quer transformar a justiça que temos numa Justiça a sério.
Esta atitude suscita naturalmente resistências, incompreensões e bloqueios, as mais das vezes decorrentes de interesses instalados que singram no clima de descontrolo e de laissez faire que até agora se viveu também no sector da Justiça.
O que se não sabia é que o imperativo reformista da ministra podia também gerar reacções javardas, boçais e torpes.
Percebo bem que a muitos não interesse a reorganização do mapa judiciário, a revisão das regras sobre prescrição, a limitação dos recursos, a simplificação do processo cível, a limitação do exagerado número de testemunhas, e por aí fora. O que já não percebo é como é que pode um sujeito que exerce as funções de bastonário da Ordem dos Advogados, insultar a ministra da Justiça, chamando-a de “peixeira”, e fazer alcovitices de saiote, para mais falsas, sobre a sua vida privada, assim enlameando a própria associação profissional que deveria representar, quando nenhuma – repito, nenhuma – declaração da mesma (ver caixa) poderia legitimar tal reacção.
É claro que a determinação de Paula Teixeira da Cruz em por cobro aos abusos do sistema e, em particular, às irregularidades que grassam actualmente no apoio judiciário, que custa anualmente aos contribuintes mais de 50 milhões de euros e se processa sem qualquer controlo, para já não referir a sua intenção de acabar com o caso único e injustificado do financiamento de uma ordem profissional com verbas subtraídas às taxas (de justiça) pagas pelos cidadãos (o que, só em 2010, rendeu ao dr. marinho 1,7 milhões de euros), mexe bem com quem se habituou a abusar do desvio de dinheiros públicos e até se faz pagar com estes.
Dito isto, já que Marinho Pinto resolveu uma vez mais abrir a cloaca, que diria o energúmeno se lhe chamassem desbocado, labrego, grosseiro, patife, calhordas, burro, otário, pançudo, azeiteiro, indrominado, mentiroso, pacóvio, chincheiro, esfoçador, palerma, safardana, patego, safado, caifaz, trapaceiro, aldruba, estafermo, bronco, palonso, idiota, pateta, imbecil, nódoa, borra-botas, bode, taberneiro, estúpido, peixeiro, bacoco, artista, coxo, pataroco, chéché, paloio, esponja, bimbo, aborto, parlapatão, copofone, jacobino, chalado, choné, fagulheiro, nhurro, piteiro, má rolha, vendido, zaragateiro, carunfa, bronco, chibato, destabado, camelo, matreco, biltre, foleiro, enfim, canalha?
Excerto do discurso da Ministra da Justiça no último Congresso da Ordem dos Advogados:
"O Ministério da Justiça tem sabido manter e criar mecanismos de diálogo, independentemente da diversidade de opiniões, com todas as instituições.
"A única excepção que devo registar é a do Sr. Bastonário da Ordem dos Advogados que não hesitou em introduzir no seu discurso o ataque pessoal, como forma de endurecer o ataque ao Ministério da Justiça e, na minha pessoa, a todo o Governo.
"Estou aqui neste Congresso, com a determinação que coloco em tudo o que faço, também para lhe dizer, Sr. Bastonário, que tem todo o direito de discordar da Ministra da Justiça e da política do Governo. De, no concreto, divergir. De entender que os projectos que o Ministério da Justiça está a empreender não são os seus. Mas devo igualmente dizer a V. Exª, com igual frontalidade, que a mentira e a ofensa não são o caminho para a resolução dos graves problemas que temos de enfrentar, que a desconsideração e o ataque sustentado em factos pessoais, aliás nem sequer verdadeiros, não são toleráveis na luta política e institucional e que essa forma de agir é censurável e ofende os princípios éticos da nossa democracia, que V. Exª tantas vezes gosta de invocar."
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Olá.Obrigada pela partilha.Boa semanaMaria
Não deixa de ser irónico que uma organização de ho...
Muito obrigado Henrique.
Não me surpreendeu tanto como ao JT em virtude do ...
Realmente, fazia falta aqueles regimes da foice e...