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Um ano com doze meses: uma causa

por João Távora, em 05.11.11

 

Enquanto não forem “tecnicamente” possíveis despedimentos na função pública, pouca coisa será possível fazer para domesticar o monstro que verdadeiramente consome os recursos financeiros do nosso país subjugado pela dívida. Por isso é com alguma apreensão que leio aqui que o governo pondera atender à proposta de António José Seguro de sustentar em 2012 um dos subsídios aos funcionários do Estado, coisa que se resolve com mil milhões de euros que logo se vê onde se os vai buscar, que isso da receita fiscal já deu o que tinha a dar.
A aberração paternalista dos “subsídios” de Natal e de Férias, um vício há muito inculcado nos portugueses como panaceia da baixa média salarial, carece de urgente terapêutica de desabituação. Até porque sabemos bem como isso das “médias” promove equívocos grosseiros, como a velha história do meio frango por habitante, que ilude a realidade dos que verdadeiramente comem e dos que não comem frangos. Além do mais, o 13º e 14º meses constituem a maior parte das vezes um quebra-cabeças para as tesourarias das empresas, porque não crescem o dobro das alfaces nem se pesca o dobro dos peixes, não se limpa o dobro do lixo ou se fazem o dobro das camas nem se vendem o dobro dos jornais por ser Natal ou tempo de praia.
A ser verdade que o governo equaciona desembolsar mil milhões de euros da senhora Merkel com os seus funcionários, seria bom que os facultasse em doze avos, ou seja na forma de vulgar actualização salarial, por forma a serem geridos pelos próprios, não em função dos eventos do calendário mas das suas concretas prioridades.


21 comentários

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De Acho eu a 06.11.2011 às 10:34

Chamo a atenção para que, além dos funcionários públicos, está previsto que pensionistas fiquem sem os 2 subsídios.

E não se trata apenas de quem ganha 1000€ ou mais. Quem ganhar mais que o ordenado mínimo já fica a arder. Quem ganhar 700€, por exemplo, perde mais de 50% dos tais subsídios.

Imagine-se um casal de professores, ou enfermeiros, ou reformados, ou outra coisa qualquer, que auferem cada um 1000€ e de cujo orçamento anual desaparecem por inteiro 4 subsídios...

(e se em vez de 1000€ forem 900€ desaparecem 90% dos subsídios)

Há muito que a FP pede reformas urgentes, sem dúvida, mas esta medida é em minha opinião absolutamente cega e de um simplismo atroz.


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