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Nem de propósito, Spielberg trouxe Tintin à ribalta nos cinemas. Será a melhor oportunidade para revisitar a obra genial de Hergé, começando por um dos seus álbuns primordiais.
Concretamente de “Tintin no Congo”, lançado em 1931. Está-se a ver… O herói-repórter desbravando a África mais africana, ao ritmo das concepções da época, branco é branco, negro é negro…
Sobrevieram guerras múltiplas, a mundial, e as mais, civis e coloniais. Ficou a obra e a contestação puritana de uns tantos – o texto era xenófobo, urgia remodelá-lo. Assim se procedeu.
A imagem do preto agarrado ao transístor, circulando de bicicleta, enchapelado, ridículo ou caricato, tudo se fez para ser apagada. Nada contra.
Já, porém, mais difícil será ocultar outro cliché. O nosso. Fatalmente o da nossa gente. Onde o transístor deu lugar ao telemóvel. Télélé-télélé.
Tudo porque entre o miserabilismo que vai invadindo a Europa, há dois países que se destacam no consumo desse aparelho. O primeiro é a Grécia; o segundo é Portugal. Estatisticamente, entre nós, com 1,5 TM per capita.
As conclusões deste dado seguro ficarão a cargo de V. Ex.cias…
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