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É a ponte, estúpido!!

por Vasco M. Rosa, em 28.10.11

Sim, coitados dos professores... Hoje sexta, com a ponte até terça, os dois professores do dia do meu filho simplesmente faltaram. Lição do dia: o ano mal começou mas o exemplo já está dado! Não se lhes pode exigir atestados médicos ou comprovativos de emergência familiar ou algo aceitável? (a imagem é doutra época...)


42 comentários

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De Ana Mendes da Silva a 28.10.2011 às 16:17


Sou professora, dei aulas hoje, dou aulas na segunda feira e no entretanto tenho 115 testes de Português de 10º e 12º anos para ver. Também serei "coitada"?
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De Vasco M. Rosa a 28.10.2011 às 16:38

Certamente que se trabalha correctamente terá verdadeiras razões para defender os seus direitos. 


Mas se outros mancham a dignidade duma profissão obviamente nobre, também podemos zangar-nos com eles, ou prefere que não?


Da mesma maneira que não aceito que o meu filho falte a uma única aula, por respeito ao professor e à classe, e para benefício dele, também protesto quando um professor manifestamente egoísta falta ao seu compromisso profisisonal. Não acha que faz sentido?


Cumprimentos e bom fim de semana para si
Vasco
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De Ana Mendes da Silva a 28.10.2011 às 17:02


Sem entrar em qualquer tipo de polémica sobre o direito de se pedir um dia de férias e nem sabendo se é esse o caso, o que me incomoda é a generalização inicial. Porque, além de injusta, traduz uma ideia por demais veiculada sobre os professores.
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De Maurício Brito a 28.10.2011 às 17:59

Não sei qual é a profissão do Vasco. Nem me interessa.


Mas acha que ao iniciar um post dizendo "Sim, coitados dos professores..." está, como diz a seguir no seu comentário, "a respeitar o professor e a classe"?


Há aqui uma generalização flagrante no texto do seu post que choca com o respeito que diz ter pelos professores.


Já agora: sabe os motivos das faltas dos dois professores ou a ligação com a "ponte até terça" é uma mera dedução sua?


Para finalizar: existem maus profissionais em todas as profissões.


Da mesma forma que existem pessoas que fazem péssimas interpretações sobre a generalidade dos professores.
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De anónimo a 29.10.2011 às 14:44

 


Sei muito bem do que fala. A generalização que foi feita deu cabo da classe.  Foi o enxovalho/desrespeito perpetrado pela tutela, de má memória, bem sustentada por uma certa comunicação social, sectária e mesquinha, que contribui para isso. Foi pena. Há maus professores, há com certeza, mas também os há excepcionais, de mão cheia … e são muitos.  Vão demorar alguns anos para que regresse o respeito e a estima pelos professores. Bem hajam.

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De Rosa Medina a 28.10.2011 às 16:38

Coitado daquele que apenas sabe fazer generalizações. Dei aulas hoje e darei na 2ª feira. Para a   “ponte” (leia-se fim de semana) trouxe uma turma de testes para corrigir. Serei coitada ou estúpida?

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De Vasco M. Rosa a 29.10.2011 às 20:46

Nem coitada nem estúpida. Cumpre o seu dever. e isso, que é muito bom, deve bastar-lhe.
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De Anónimo a 28.10.2011 às 16:52

Pois ... o problema é o plural: "coitados dos professores..." - enlameia!
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De margarida a 28.10.2011 às 19:01

Como 2 professores do seu filho faltaram, quer dizer que TODOS os professores faltam e que TODOS dão maus exemplos ?
Que tristeza de gente, que faz posts destes...
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De Nelson Pires a 28.10.2011 às 19:05

Sou professor. Dei aulas hoje e darei na 2.ª feira. A minha escola tem 8 professores. Hoje todos deram aulas... e na 2.ª feira apenas uma colega que ficou viúva há poucos meses faltará... para ir prestar uma homenagem ao seu defunto marido. Se calhar somos todos estúpidos: já que temos a "fama"... devíamos TODOS tirar o proveito!
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De Nelson Pires a 28.10.2011 às 19:06

Olhe.. instigue mais o ódio: http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/portugal/dois-professores-sovados-na-sala (http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/portugal/dois-professores-sovados-na-sala)
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De Vasco M. Rosa a 28.10.2011 às 21:25

Calma! Nunca disse que todos os professores faltam indevidamente, o que seria injusto e imprudente; mas como pai dum estudante que quero que seja um dos melhores da sua faculdade não posso deixar de me indignar pela óbvia coincidência das faltas que referi com a existência duma ponte com o feriado de terça.


Querem os senhores professores acima indignados comigo entender isso? Ou acham que deste lado (alunos incluídos, naturalmente) devemos ser complacentes e passivos diante daqueles professores que se permitem faltar ao compromisso básico de qualquer trabalhador: comparecer ao local de trabalho e dar nessas horas tudo o que pode?


Muito obrigado!
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De Nelson Pires a 31.10.2011 às 17:12

Procurou saber os motivos da falta? Nem sequer lhe ocorreu que podem existir motivos válidos? Não lhe ocorreu que as suas palavras poderiam levar a uma generalização brutal e injusta? Não lhe ocorreu que as suas palavras podem ter a mesma violência que a que está presente no indíviduo que vai à escola e bate no professor do seu filho? É pena...
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De Rosa Silva a 28.10.2011 às 19:59

Boa noite, sou professora de 6 turmas, cada uma com 25 meninos, e fui trabalhar hoje, tal como irei na segunda-feira. O seu comentário é extremamente injusto para com aqueles que trabalham! Se está chateado com os professores do seu filho, não generalize! Com este tipo de comentário, alguém poderá pensar que não tem inteligência suficiente para educar uma criança! Bom fim de semana para si, o que não me irá acontecer devido às pilhas de testes que tenho para corrigir!!
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De maria teresa amaral a 28.10.2011 às 23:21

Também não fiz ponte. Mas era um direito que me assistia. Poderia faltar na 2ª feira, pedindo ao diretor e deixando plano de aula. Depois de termos carreiras congeladas, reduções no vencimento, eliminação dos subsídios, de termos sido vilipendiados... muito fazemos nós. Pergunte aos professores dos seus filhos se trabalham as 35 horas por semana, como é sua obrigação, ou se trabalham mais do que isso. Pergunte aos professores dos seus filhos quantos fins de semana passaram a corrigir testes. Depois queixe-se, se entender, que faltaram um dia ou dois.
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De Vasco M. Rosa a 29.10.2011 às 00:30

Finalmente chegámos onde eu não queria — que alguém viesse dizer que diante das restrições actuais os professores têm o direito (sic) de faltarem para demonstrarem o seu desagrado.


Trabalhar 35 dias é pouco, desculpará a sinceridade!
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De maria teresa amaral a 29.10.2011 às 01:12

Hesitei em responder porque me parece perca de tempo. 
Mas esclareço que (sic) indica citação. E ninguém falou em 35 dias! Não compreendo. A perversidade da sua resposta é dar a entender que o professores faltam para mostrar desagrado (se assim fosse...) criando com isso uma ideia de que os professores  usufruirem de direitos é uma espécie de vingança. É pena. Como disse não fiz ponte. Mas se tivesse faltado era um direito meu. Também era bom perguntar a quantos kilómetros de casa trabalham os professores dos seus filhos. E se eles também têm filhos...
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De Vasco M. Rosa a 30.10.2011 às 20:24

35 horas — não 35 dias. 


Creio já ter respondido anteriormente.


Fiz uma generalização e tenho certeza de que se os professores não estivessem à beira dum ataque de nervos por causa da redução das suas regalias nos últimos dias, não perderiam o seu tempo pessoal, familiar e, claro está, o tempo que precisam para ler e classificar testes, de que tanto se queixam, não viriam aqui insultar-me de estúpido e incapaz. Por isso, acredito que aqueles professores, poucos, mais ou muitos, que aproveitaram esta ocasião do calendário para uma folga larga, não estiveram disponíveis para se defenderem e foram aqueles que tiveram de ficar no seu posto que aqui viriam indignar-se. Os outros, caros professores ao serviço, não querem saber nada de vocês, podem ter a certeza. OK?
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De mais um a 29.10.2011 às 01:30

Apenas posso acrescentar que alguns professores também são pais... no entanto a maioria dos pais não sabe o que é ser professor. Algumas pessoas procuram associar a ideia que têm de si próprios enquanto adultos com uma pitada da sua experiência na escola quando eram alunos... e isso não faz deles especialistas em ensino, mas isso pouco importa a quem não se dá ao trabalho de pensar...
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De Álvaro Marques a 29.10.2011 às 00:59

O título do post "É a ponte estúpido!!" terá alguma ligação coma primeira frase "coitados dos professores..." ?
Se tem, parece ser jocosa.

A pergunta: " Não se lhes pode exigir  atestados médicos...?"

Tem uma resposta:
Sim. É o que se exige.

E o autor tem a certeza de que não foram apresentados? Tem a certeza de que essas pessoas não vão trabalhar na 2ª feira? Tem a certeza de que vão fazer ponte?

Não sei. Portanto não tiro ilações apressadas sobre realidades que não conheço.

A generalização que faz e o tom jocoso é que podia evitar...

1º  - porque, como sabe, a generalização é um erro crasso de argumentação - é uma falácia.

2º  - porque muitos professores competentes cumpridores e dedicados estamos fartos de ser vilipendiados e maltratados; fartos de nunca ver uma palavra de reconhecimento sobre o que está bem feito; fartos de ser agredidos por muitos cidadãos pais, alunos, jornalistas, políticos, etc.

Um país que assim vem tratando os seus melhores professores, confundindo tudo e todos, embarcando no discurso do ódio e da generalização abusiva, ficará reduzido, em breve, à ignorância e à pobreza...

Muitos professores são empurrados, para fora do sistema, por pessoas como o Vasco Rosa e outros, que assim se sentem confirmados na agressão quotidiana.

Não merecemos isto!
Sinto cada uma das suas palavras como um murro de injustiça sobre 33 anos da minha vida dedicados ao serviço da Educação.

Hoje trabalhei na escola 13 horas seguidas e... Pasme!  Não farei ponte.

Portanto, não me chame "coitado". Não me confunda! 
Valia a pena começar a distinguir e a respeitar. Ainda há quem valorize e mereça respeito.
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De Paulo G. a 29.10.2011 às 16:56

Caro Vasco,

Não conheço a sua profissão.
Conheci um homónimo seu, há muito tempo, que trabalhava na Cosmos.
Se é o mesmo, não faço ideia se se lembra de mim.
Mas não é o que vem ao caso.

Diga-me só duas coisas:

1) Qual a proporção de trabalhadores que farão ponte na 2ª feira em comparação com os professores?
2) Qual a proporção de pais que farão ponte, mais os seus filhos, por comparação com os professores.

Sou pai e professor. Não farei ponte e a professora da minha filha também não.
Mas conheço alunos que vão fazer.
Deverei generalizar a partir desta amostra?

São alguns que mancham uma profissão, ou será que são alguns olhares que estão machados à partida?
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De Vasco M. Rosa a 30.10.2011 às 20:37

Caro Paulo, Sou aquele que identificou. Não respondo no seu blogue porque foi aqui que escrevi, aliás também escrevi algumas respostas a comentários que esclarecem a minha posição e creio que não foram anexados ao seu post . Seja como for, alguns breves comentários: 1) ser professor não é uma profissão qualquer, está investida duma função social especialíssima, razão pela qual não entendo que se queira estender ao grosso do mundo laboral o percentual dos pontistas ; 2) acredito que o PG aceita defender essa alta função social do professorado, pelo que a sua argumentação me parece excessiva neste contexto; 3) escrevi que não aceito que o meu filho falta ou sequer se atrase às aulas — que acha disso, não tem qualquer relevância no argumento em causa? Quee me interessa os outros alunois, seus pais etc. Ora essa! 4) Não alinho com críticas aos professores: observo apenas o caso do meu filho que saiu do secundário e entrou numa universidade: deram-lhe textos ilegíveis e tontos como bibliografia, e também comentei isso neste blogue, e ninguém veio reclamar ou refutar, muito menos tentar traduzir aqueles arrazoados que afastam os estudantes de qualquer conhecimento — assunto sério, esse de os académicos NÂO saberem escrever convenientemente, não acha? 5) sou livre de comentar, acertar, errar e de voltar aos assuntos que considero centrais, e o ensino é certamente um deles!
Um abraço
Vasco Rosa

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