Sobre isto o que dizer?
A minha posição é a seguinte:
Sejamos sinceros. Estávamos à espera de quê? Figos?
Confesso que admiro a honestidade de me olhar nos olhos enquanto me apertam um testículo.
É de Homem.
O estado do Estado é calamitoso, podemos afirmar que o sabemos, ainda que por apenas no-lo terem dito. Estamos falidos. O empréstimo que pedimos chega em controladas fatias e só se nos portarmos bem.
Qual seria a alternativa? Uma solução exequível, entendamo-nos?
Há pouco tempo os media ejaculavam tumultos e revoluções, greves e procissões, o rebentamento do dique que contém os vândalos e cabrões.
Nada disso, para já, acontecerá.
O Povo português é extremamente singular. Tem características únicas moldadas pela sua História. Sim, o fado. Sim um trauma carneirista fascizóide,pois claro. No entanto somos um povo determinado. Encornado, se quiserem. Não vamos para onde os outros querem, não seguimos, muitas vezes, pelo caminho que só a nós mesmos beneficiaria seguir. Não somos muito espertos. Mas somos teimosos. Encornamos.
Nas passadas eleições o memorando de entendimento com a troika foi subscrito por todos os eleitores, não tenhamos a mais pequena dúvida. Se PS, PSD e CDS firmaram, com tinta, o documento, no último acto eleitoral o Povo de Portugal rubricou esse mesmo tratado, não com tinta, mas com o seu sangue. Os Partidos que escolheram a errada estratégia de se porem de parte na negociação com o triunvirato foram, sem o esperar, postos de parte nos votos dos eleitores.
Sim temos os votos no PCP, mas esses sempre os mesmos. (Não critico, notem bem, apenas o constato.)
Por tudo o que expusemos até ao momento a conclusão a retirar é por demais evidente:
A margem de manobra deste Governo é total. Não tenho medo de o afirmar. Reitero-o, pois!
Estamos, enquanto nação, dispostos a sangrar por este país.
Não haverá tumultos, a não ser os politicamente organizados.
Não haverá pilhagens e anarquia. Portugal está encornado em seguir o rumo que a maioria diz ser o único.
Até ao último limite.
A crença.
Quando e se os portugueses entenderem que tanto sacrifício não serve para resolver o problema, meus amigos, a reação será explosiva e incontrolável. Não haverá cacete capaz de segurar um luso enrabado e sem esperança.
Como diria o Bush (pai ou filho, é indiferente):
Make no mistake.