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Um partido perigoso

por Rui Crull Tabosa, em 25.09.11

Há pouco mais de cem dias, pusemos termo a um dos mais negros períodos da nossa História recente.

Um período caracterizado pela sublimação da arte da propaganda ao Estado-rosa (quem não se lembra das sumptuárias festanças nas inaugurações das famigeradas SCUT?), pelo descontrolo das contas públicas (uma dívida de 83 mil milhões de euros acumulada nos governos de Sócrates) e pelo rebaixamento dos valores cívicos, éticos e morais (afinal, o exemplo vem de cima…).

Derrotado nas últimas eleições, poderia o PS libertar-se dessa sinistra herança socratista, mostrando ao País que os tempos do despesismo já lá vão. Mas não, António José Seguro, figura simpática, embora pouco liderante, como o comprovou o seu continuado silêncio durante estes anos, continua a preferir a demagogia como forma de luta política.

No princípio de Julho dizia, porventura inspirado no inenarrável Jorge Sampaio, que "Há mais política para além do memorando da troika".

Agora, embora incapaz de reconhecer publicamente os evidentes erros da gestão socialista nos últimos anos, veio declarar-se contra o estabelecimento de limites ao endividamento e ao défice na Constituição, quando todos sabemos que essa é uma condição indispensável para a credibilidade das políticas orçamentais dos Estados na zona Euro e mesmo para uma eventual criação dos Eurobonds, tão defendidos pelo mesmo Seguro no último Congresso socialista.

Esta displicente visão sobre a necessidade de Portugal ter finanças sãs apenas revela que o PS não aprendeu com o passado e não merece confiança no futuro.


5 comentários

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De Ping ping a 26.09.2011 às 09:34

O Seguro é obviamente um lider fraco, melhor dizendo fraquíssimo, sem uma ideia na cabeça.

Mas esses limites na CdR é das medidas mais parvas que imaginar se pode.

Também se lê isto na CdR:

Portugal preconiza a abolição do imperialismo, do colonialismo e de quaisquer outras formas de agressão, domínio e exploração nas relações entre os povos, bem como o desarmamento geral,

simultâneo e controlado, a dissolução dos blocos político-militares e o estabelecimento de um sistema de segurança colectiva, com vista à criação de uma ordem internacional capaz de assegurar a paz e a justiça nas relações entre os povos.

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De Rui Crull Tabosa a 26.09.2011 às 09:48

Conhecendo a impenitente queda para o esbanjamento dos dinheiros públicos em Portugal, parvoice é não impor limites jurídicos à delapidação do erário público.
Não percebe que se trata de reforçar, no País, mas também perante os nossos financiadores externos, as garantias de boa gestão orçamental? Não vê o crime que foi aumentar o envididamento público em cerca de 100% nos últimos 6 anos, passando de 80 mil milhões de euros para quase 170 mil milhões? É assim uma ideia tão parva? Só para quem não percebe o buraco para o qual Portugal foi atirado...
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De E o que Cavaco disse foi: a 26.09.2011 às 10:14

"Constitucionalizar uma variável endógena como o défice orçamental - isto é, uma variável não directamente controlada pelas autoridades - é teoricamente muito estranho. Reflecte uma enorme desconfiança dos decisores políticos em relação à sua própria capacidade de conduzir políticas orçamentais correctas".

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De Rui Crull Tabosa a 26.09.2011 às 10:24

E não lhe parece que, com uma dívida pública na ordem dos 170 mil milhões de euros, tanto como o PIB, é plenamente justificada "uma enorme desconfiança dos decisores políticos em relação à sua própria capacidade de conduzir políticas orçamentais correctas"?
Acha que chegámos à bancarrota por acaso?
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De Concluindo... a 26.09.2011 às 10:37

Apenas disse que também acho que "Constitucionalizar uma variável endógena como o défice orçamental - isto é, uma variável não directamente controlada pelas autoridades - é teoricamente muito estranho".

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