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BBC e Economist traziam de Portugal uma visão mais centrada no estado do sistema financeiro e do tecido económico.
Recordavam como, desde que fora expulso do Euro, Portugal já desvalorizara a sua moeda (o novo «Escudo da República») dezoito vezes. Examinavam, depois, o processo de consolidação da banca, como o BPI encerrara, como Santander, BBVA, Barclays, Lloyds e Deutsche tinham fechado escritórios e delegações portuguesas, como o BCP se fundira com a Caixa, por decisão do presidente desta, Paulo Penedos, com acordo do Governo, e como o BES mantinha, hoje, o grosso da sua actividade sediada em Nova Iorque e Berna. Apesar do habitual rigor anglo-saxónico, escapara à BBC e ao Economist que o BPI não fechara realmente: tinha agora sede em Luanda e substancial volume de negócios nas suas filiais de private banking em capitais europeias. O esquecimento daquela instituição angolana acabou por ser providencial: os jornalistas não referiram também que a Fundação Isabel dos Santos distribuia diariamente, nas suas instalações de Porto, Lisboa e Faro, 4 milhões de sopas aos pobres. Já o BES era justamente apontado como um dos raros casos de sucesso. Embora referindo o que isso dizia do estado da economia, o Economist tomava nota de alguns bons negócios residuais do grupo em Portugal , que justificavam a manutenção de uma filial na Avenida da Liberdade - nomeadamente, a propriedade e gestão do novo aeroporto privatizado de Alcochete, verdadeira placa giratória Europa/Brasil, com alguns poucos voos com destino final em ALCX, para os alojamentos de luxo da Comporta. Fernando Pinto, o presidente honorário, falava dos planos de investimento para repintar a fachada do terminal único, já um pouco manchada. A ministra da economia, Inês Medeiros, lembrava como essa pintura, que se estenderia por 4 meses, abriria 11 novos postos de trabalho. E a ministra do trabalho, Fernanda Câncio, lembrava que também no Norte, se criariam empregos com a repintura do Estádio Saudoso Pinto da Costa, nacionalizado. A revista dedicava também uma caixa à curiosidade do centro de caça grossa de Monfortinho, uma área de 5000 ha aramada, que alguns Europeus visitavam para caçar leões, antílopes e búfalos. Embora um pouco trocista do aspecto das nossas notas - as mais pequenas, de 1 milhão de escudos-república, com os bustos enlaçados de Soares e do senhor Afonso Costa - o articulista não deixava de referir que a passagem para a nova moeda não deixara de ter efeitos positivos nalgumas exportações portuguesas, nomeadamente, sandálias de couro e toalhas. Em Palmela, por razões correlativas, a Volkswagen considerava que tinha agora uma pérola produtiva - e a vizinha Sines transformara-se numa baratíssima colónia balnear para excursões cubanas, húngaras e venezuelanas.
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