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Em 29 de Março de 1809 as tropas francesas da 2ª Invasão, tendo partido de Braga, chegavam finalmente ao Porto. A notícia fez o pânico alastrar, e a fuga foi o intento de toda uma população indefesa perante a fama hedionda de Soult e dos seus soldados. Os quais, de resto, principiaram logo banqueteando-se com o saque do burgo, sem deixar peça de ouro ou de prata no seu sítio.
O rumo possivel, para escapar às atrocidades do exército napoleónico, era apenas o do rio. A sua travessia, Gaia e, servindo de barreira à progressão da jacobinagem, a força das águas, uma vez utilizada e destruida a ponte.
Vale dizer, uma longa sequência de barcaças, amarradas entre si, a toda a largura do Douro, e com um estrado por cima. Frente ao cais da Ribeira.
A multidão precipitou-se sobre esse improviso oscilante. Que cedeu, quebrou, a meio do percurso. Na aflição das gentes, os que vinham atrás não se aperceberam e continuaram a gritaria, os empurrões, a correria... para a morte.
Parece não ser possivel determinar com precisão quantos os afogados e desaparecidos. Entre os 400 e os 2.000 há muitos números e muitos autores, coevos ou não, absolutamente díspares. Sabe-se, de ciência certa, que - como quase sempre - as vítimas foram sobretudo mulheres e crianças.
As "Alminhas da Ponte" é um baixo-relevo da autoria do Mestre Teixeira Lopes (pai), em 1897. Então como hoje - 202 anos volvidos sobre o desastre - mantém acesas as velas quem não esquece os (possivelmente) seus antepassados, o horror dos seus momentos finais, a raiva que os tripeiros sempre manifestaram ante os estranhos que chegam e já querem mandar e rapinar.
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