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O holocausto secreto de Mr. Churchill

por Rui Crull Tabosa, em 06.12.10

É comummente aceite que os nazis mataram cerca de 6 milhões de judeus.

É sabido que os comunistas assassinaram, só no período estalinista, entre 25 e 27 milhões de pessoas.

O que se desconhecia - e para mim foi uma completa surpresa - é que Winston Churchill, um dos mais venerados estadistas do século passado, também tem a sua quota-parte de mortos.

Já se sabia que Churchill não tinha em grande conta a vida humana quando, apenas a três meses do fim da II Guerra Mundial, estava a Alemanha já militarmente exangue, ordenou, com o auxílio norte-americano, o criminoso massacre aéreo de Dresden, no qual pereceram 250 mil civis sob o efeito devastador das bombas de fósforo.

Agora ficámos a saber que, em 1943, o primeiro-ministro inglês provocou deliberadamente a morte, pela fome, de 3 milhões de indianos que viviam, então, sob domínio britânico. Metade do que matou Hitler e, é certo, 1/9 do que assassinou Estaline.

Em todo o caso, um número impressionante, que atira a reputação de Churchill também para o caixote do lixo da infâmia.

Num recente livro, intitulado “Churchill’s Secret War”, Madhusree Mukerjee, estudiosa que já pertenceu ao conselho de editores da Scientific American, denuncia o desvio de alimentos que Churchill fez de Bengala, região propositadamente empobrecida pelas políticas segregacionistas da administração britânica, recusando mesmo a ajuda alimentar oferecida por americanos e canadianos, que teria permitido evitar aquele autêntico holocausto indiano.

Enquanto se amontoavam os mortos nas ruas, Winston dizia para o secretário de Estado para a Índia, Leopold Amery, que “Odeio indianos” e que a fome é culpa deles porque “se reproduzem como coelhos”. Quando o Governo de Deli apelou a Londres para que o desvio de alimentos de Bengala fosse revogado, Churchill limitou-se a perguntar por que razão Gandhi ainda não tinha morrido…

A catástrofe humanitária atingiu uma tal proporção que o próprio vice-rei da Índia, Lord Wavell, se viu obrigado a considerar a atitude de Churchill como “negligente, hostil e desdenhosa”.

Factos como este obrigam a uma verdadeira revisão da historiografia oficial, que tem preservado alguns dos abomináveis crimes que também cometeram durante a guerra.
Intencionalmente, deixei esta imagem para o fim do Post. É violenta, bem sei, como muitas outras que vemos habitualmente quando nos referimos a holocaustos, fingindo que só houve um. Mas deve ser vista, para lembrar que não há vítimas de primeira e de segunda, conforme sejam brancas ou de outras raças.


53 comentários

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De Miguel Castelo Branco a 06.12.2010 às 11:32

Caro Rui Tabosa
Tem toda a razão naquilo que diz, mas importa matizar as coisas, pois nunca houve projecto deliberado para matar a Índia`pela fome. Na Urss, a campanha para a erradicação dos Kulaks foi metodicamente planeada e executada. Na Alemanha - se a conferência de Wannsee teve realmente lugar, matéria de discussão acalorada entre historiadores - o governo alemão tomou a decisão de aplicar uma política de extermínio a populações. Sabemos que Churchill era um homem brutal, que foi dos mais apaixonados líderes do partido imperialista e das guerras coloniais, que foi absolutamente cego no apoio à URSS e só tomou consciência do perigo soviético em finais de 1945, quando aludiu à tal "Cortina de Ferro do Báltico ao Adriático".
Não podemos, porém, senão pelo efeito provocado, comparar uma decisão de Estado com negligência criminosa do Estado. A fome de 43 na Índia foi, sim, negligência criminosa.
Sabe o Rui que Hitler tinha uma enorme admiração pelo Raj britânico e planeava copiá-lo no leste europeu. Neste particular, a políticasda fome não assistida faria as maravilhas dos nazis.
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De Rui Crull Tabosa a 06.12.2010 às 11:44

Caro Miguel,
É sempre perigoso interpretar as intenções de terceiros, parecendo-me preferível analisar comportamentos e as consequências destes.
Churchill não se limitou a estar nas tintas para a morte de milh~ões de seres humanos que, para mais, se encontravam sob a jurisdição (dizer protecção seria insultuoso para as vítimas...) do Império britânico. Ele entendeu essas mortes como mais um meio para controlar ou reduzir as veleidades independentistas da joia da Coroa, ou seja, matou 3 milhões de sres humanos à fome.
O resto são subtilezas que apenas tentam desculpar o indisculpável...
Mas dói, eu sei que dói aprendermos que o bulldog inglês não foi o herói que muitos julgavam ser, bem pelo contrário. Portou-se, quanto à Índia, como um genocida, igual aos que dizia combater. A investigação sobre este holocausto promete muitas verdades politicamente inconvenientes, mas a História é mesmo assim ou é assim que deveria ser. Em que triunfa a verdade e não as 'verdades' dos vencedores...
abraço
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De Réspublica a 06.12.2010 às 14:03

Por acaso Churchill sabia bem quem era os sovietes, até referiu "Se Hitler invadisse o Inferno, procuraria uma ou duas coisas boas para dizer do Diabo"!
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De Pedro a 07.12.2010 às 10:23

"negligência"? Bem, pelo relato não foi negligência nenhuma, foi mesmo decidido que fosse assim: desviou-se comida e impediu-se a ajuda externa. Portanto, foi delibertado. Mais do que brutal, o Churchill era um homem mau.
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De Réspublica a 06.12.2010 às 12:35

Vergonhoso, Crull, vergonhoso, nem merece comentário!
Churchill é um herói, merece todo o respeito de todos os democratas, mesmo quando praceais em relação ao regime nazi!
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De Rui Crull Tabosa a 06.12.2010 às 12:42

É mentira?
Pois: os 3 milhões de mortos são indianos, portanto uns nativos que não são exactamente pessoas.
A verdade, de facto, é muito inconveniente....
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De Réspublica a 06.12.2010 às 14:01

Ora, claro que são pessoas, mais são seres humanos, com dignidade e direitos, acho estranho é só agora surgir esse facto, clara invenção dos que querem branquear os nazis e comunistas, já estou mesmo a ver o "Livro Negro do Capitalismo, Vol. II - Os Crimes de Churchill e dos Democratas." Prefácio da Ida Edição portuguesa por Rui de CRULL Tabosa!
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De Rui Crull Tabosa a 06.12.2010 às 16:54

Não se irrite, respública, que a verdade não tem nem deve ter preferências ideológicas...
Eu também não sabia que Churchill foi responsável pela morte de 3 milhões de indianos e fiquei verdadeiramente perplexo com tal facto. Mas não é por isso que o devemos omitir, como se não tivesse sucedido.
Menos facciosismo, p.f.
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De Réspublica a 06.12.2010 às 17:08

Caro Crull, é jurista, acha mesmo que a "responsabilidade" recai sobre Churchill? Morreram mesmo 3 milhões, por que causas, o que fez o governo local? e os terroristas hindus de Gandi? Será que isto não é propaganda revisionista? Os adversários de Churchill nunca utilizaram tal facto porque razão? Qual era a população indiana à época e qual a sua taxa de mortalidade?
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De Rui Crull Tabosa a 06.12.2010 às 17:22

Sem comentários.
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De Anónimo a 06.12.2010 às 23:33


Granda nóia, o que é jurista? Um jurista é aquele que não confunde mandato com mandado. Por exemplo, tu não sabes destrinçar aqueles conceitos e não me venhas com links internéticos, pá, que essa treta ainda não chegou às salas coimbrãs. Ou será coimbronas?
Ó Rui, explique aí se faz favor!


Eu não sabia que Gandi tinha terroristas. Coitadinho. Mas agora fiquei a saber. O granda nóia consegue discrever tudo com muita discrição.

Constanço!
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De Pedro a 07.12.2010 às 11:42

Respública, essa táctica já é velha e foi já usada por outros de sinal contrário...
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De Anónimo a 06.12.2010 às 23:27

Sócrates, meu badameco! Começa a tributar a estupidez.

O granda nóia pensará certamente num preâmbulo qualquer, dando conta das razões do novo tributo.
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De Anónimo a 06.12.2010 às 23:24

Granda nóia! Que sabes tu de Churchill? Tão assassino quanto os outros. Que homem é esse que aponta aos outros o que ele também fez alegadamente em defesa dos seus ideais? Qual deles estava certo? Nenhum.

Bom post Rui. As fotografias são impressionantes, sim, fazem chorar.Muito esconde a história, e outra história publica aquilo que convém aos grandas nóias da vida.
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De Vítor Santos a 06.12.2010 às 14:34


Sei que não é o assunto principal deste post, mas mesmo assim há que ter algum rigor no que diz respeito aos números de vítimas dos ataques aéreos a Dresden. Segundo o Museu Histórico Alemão o número máximo será de 25.000 vítimas. Neste caso um zero faz toda a diferença.

http://www.dhm.de/lemo/html/wk2/kriegsverlauf/dresden/ (http://www.dhm.de/lemo/html/wk2/kriegsverlauf/dresden/)

Sei que há quem defenda um número de 250.000 ( ou mais) vítimas, mas cada um cita as fontes que acha mais credíveis.

Com este comentário não quero diminuir o sofrimento dos habitantes de Dresden e das vítimas  na Índia.

Se tiver fontes mais credíveis que as que citei e que contadizem este comentário, agradeço essa informção.

Vítor Santos 
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De Rui Crull Tabosa a 06.12.2010 às 17:17

O número que refere, e que eu também conheço, tem sido avançado, principalmente nos últimos anos, temo que como forma de branquear o crime de Dresden, em que aquela bela cidade alemã da Saxónia foi arrasada de forma brutal e totalmente desnecessária (era, além do mais, um centro de refugiados civis).
Segundo as autoridades locais da polícia o número de vítimas mortais desses bombardeamentos (que, não esqueça, duraram ininterruptamente mais de uma semana, de dia os americanos e, de noite, os ingleses) ascendeu a 253 mil, 36 mil das quais identificadas, 50 mil parcialmente identificadas e 168 mil por identificar.
Tem mais informação (assim como imagens muito chocantes) aqui: http://www.bombenkrieg.net/dresden2.htm
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De Vítor Santos a 06.12.2010 às 22:46

O número que refiro é conhecido desde 1966. Nesse ano foi encontrado no Arquivo Federal de Koblenz (Bundesarchiv Koblenz) um documento do comando militar de Dresden com data de 22 de Março de 1945 que refere os seguintes números:  18.375 vítimas mortais (sendo 50% destes identificáveis), 2212 feridos graves e 13.718 feridos ligeiros. Estimava-se aí também um número total de 25.000 vítimas mortais. Se quiser e se der ao trabalho pode confirmar esta informação, que desmente os números referidos na sua resposta.
Para efeitos de propaganda de guerra as autoridades alemãs tentaram empolar o número de vítimas. Essa tactica teve e tem muitos seguidores. Não vou referir nenhum, para manter algum nível na discussão.
O link que refere e que pretende que ajude a contrariar as minhas afirmações merece-lhe mais crédito do que o site do Museu Histórico Alemão? Se for esse o caso, lamento imenso, mas não irei continuar esta discussão consigo.
Esse site www.bombenkrieg.net (http://www.bombenkrieg.net) é uma criação de um semanário nacional-conservador (Junge Freiheit) que se move num campo muito movediço (revisionistas, NPD, associações de refugiados, tentativas de relativização dos crimes de guerra cometidos pela Wehrmacht, tentativas de tornar os agressores em vítimas, este nosso assunto é um exemplo paradigmático disso). Obviamente que estes orgãos de comunicação social devem existir numa sociedade pluralista, mas há que ter algum cuidado com as nossas fontes.
Portanto sobre o branquear de crimes de guerra estamos falados.
Também acho as passagens a puxar para  sentimentalismo ("bela cidade alemã", as cidades são quase todas belas, apesar de tudo) completamente desnecessárias para uma discussão séria. As considerações sobre a necessidade dos bombardeamentos são mais fáceis de fazer depois do fim da guerra. Sobre este assunto houve dentro do comando militar aliado opiniões divergentes, como também deve saber.

P. S.: obviamente que não vou responder a paranóicos que citam DI & companhia.
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De Rui Crull Tabosa a 06.12.2010 às 23:27

Recordo-me de ter certa vez lido que, após os bombardeamentos, os bombeiros pretendiam entar numa cave onde se tinham refugiado civis (homens, mulheres e crianças) e de, ao descer as escadas, se deparrem com um líquido, uma papa enorme, de onde sobressaíam alguns ossos ainda não liquefeitos. Eram pessoas, percebeu?
Dresden tinha cerca de 650 mil habitantes no início da guerra e é consabido que, desde final de 44, se tinham aí refugiado largas centenas de milhares de civis fugidos do avanço soviético. Pretender que um bombardeamento que dura de 13 a 15 de Fevereiro de 45, dia e noite, com bombardeiros Lancaster, que despejam milhares de milhares de toneladas de bombas, só mataram 25 mil pessoas é uma linda história, muito conveniente para branquear um crime contra a Humanidade, mas, desculpe, não pega.
Aliás, não sei se sabe, mas as bombas principalmente utilizadas, denominadas de fósforo, caracterizavam-se por a sua destruição não ser feita propriamente por estilhaços e pelo impacto, mas por gerarem ondas de calor verdadeiramente insuportáveis, que queimavam tudo e geravam ondas de calor que, não só impossibilitavam a acção da água, como puxavam as próprias vítimas para si. O horror que Dresden - sim, a bela cidade de Dresden, então conhecida como a Florença da Saxónia, o que, para si, provavelmente não tem qualquer valor - viveu, de uma forma absolutamente gratuita e criminosa, dispensa bem o seu comentário politicamente branqueador.
Veja as imagens do bombardeamento de Dresden (You tube, se não arranjar melhor) e logo perceberá como é ridículo o número a que se agarra. De resto, depois da guerra, muita coisa foi 'convenientemente encontrada', de modo a permitir reescrever a história de forma mais 'correcta'. A diatribe que escreve contra as associações de refugiados e todos aqueles que não se curvam perante a verdade oficial revela bem como está conformado com o que 'interessa' que se pense (vi a sua referência às vítimas indianas de Churchill, mas também, como outros, dirá que é exagerado, eles reproduziam-se como coelhos, etc.)
Quanto às opiniões diferentes nos governos e comando militar aliado, de pouco valem quando é certo que o sinistro 'bomber Harry' triunfou no seu plano genocida (deve conhecer a bela frase em que ele diz que vai fazer uma experiência nova, que é arrasar as cidades alemãs...).
Podia ainda referir que uma pessoa conhecida minha seguia para Dresden na altura daqueles terríveis acontecimentos e, a largas dezenas de km daquela cidade, o comboio parou e via-se uma enorme fogueira onde Dresden ardia e os seus habitantes eram queimados vivos. Claro que o sr. se está nas tintas para mais esta consideração que a sua evidente falta de humanidade novamente dirá que "puxa para o sentimentalismo".
Não vale mesmo a pena... 

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De Vítor Santos a 07.12.2010 às 09:57

Em parte alguma relativizei ou menorizei o sofrimento da população alemã vítima dos bombardeamentos aliados. Também não fiz qualquer comentário sobre os acontecimentos na Índia. Aprendi durante os vinte anos em que frequentei o ensino escolar e universitário na Alemanha a não utilizar uma argumentação baseada em descrições emocionadas dos acontecimentos, devendo esta basear-se antes em factos. É essa a minha maneira de abordar as coisas. Por isso vou lembrar alguns factos nos quais o bombardeamento aéreo de Dresden se enquadra históricamente:
- A Alemanha começou a 2.ª guerra mundial ocupando quase toda a Europa;
- No seguimento dessa guerra os aliados bombardearam várias cidades alemãs (especialmente Dresden, Berlim, Hamburgo e Colónia), método também usado a partir de Novembro de 1940 em Coventry e Londres (bombardeamentos da força aérea alemã) e numa segunda fase em 1944/45 (com os foguetes V1 e V2).
- No período pós-guerra houve na Alemanha Ocidental uma política de afastamento e esquecimento dos acontecimentos da guerra. http://www.faz.net/s/Rub117C535CDF414415BB243B181B8B60AE/Doc~E88C5A89794474BA99E5D1752FF800DDF~ATpl~Ecommon~Scontent.html (http://www.faz.net/s/Rub117C535CDF414415BB243B181B8B60AE/Doc~E88C5A89794474BA99E5D1752FF800DDF~ATpl~Ecommon~Scontent.html)
- A partir de meados da década de 60  a geração dos filhos dos que fizeram a guerra e suportaram o regime nacional-socialista começou a questionar os pais sobre os acontecimentos, deparando-se com uma barreira de silêncio. A acreditar nestes testemunhos toda a população alemã era opositora do regime.
- É esta geração que começa a investigar nos arquivos históricos o envolvimento da geração anterior na máquina do regime de Adolf Hitler.
- Assim esta geração descobre o grau de envolvimento dos pais com o anterior regime (recuso-me a comentar a ligeireza com que aborda este assunto).
- Não se sabe com certeza quantas pessoas morreram nos bombardeamentos aéreos de Desden, mas o número que referi é o único que pode ser confirmado por documentos do regime nacional-socialista.
- O número que refere resulta de uma falsificação que se baseia na necessidade de relativização dos crimes de guerra cometidos pela Alemanha. Só é referido por historiadores revisionistas que remetem quase sempre para David Irving que já assumiu públicamente ter acrescentado um zero ao número de vítimas.
- A alegação às bombas de fósforo também não resiste a uma abordagem mais rigorosa (pode encontrar aqui a referência às fontes: http://de.wikipedia.org/wiki/Luftangriffe_auf_Dresden)
- A única fonte que apresenta para fundamentar o seu número não é de todo credível (para comparar: é como alguém que quer abordar o assunto dos Gulags soviéticos e usa o "Avante" como fonte). Nesse jornal (Junge Freiheit) escrevem autores com ligações a revisionistas históricos, negadores do holocausto, às associações de refugiados (que têm alguma dificuldade em aceitar o status quo das fronteiras actuais da Alemanha com a Polónia e a Rep. Checa). No meu entender gente pouco recomendável para abordar este assunto (desculpe mais esta "diatribe").
- Agradeço a sua sugestão para ver no Youtube as imagens dos bombardeamentos. Mas tendo vivido 25 anos na Alemanha deu para me informar do sofrimento desta geração.

Para finalizar: para caracterizar a Alemanha nacional-socialista e por consequência a sua população ela é em primeiro lugar agressora e não vítima. É este o principal ponto da discussão. Com isto não se exclui que também foi vítima, mas num plano secundário. Negar isto é negar a própria história como ela me foi transmitida pela Alemanha. 
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De Rui Crull Tabosa a 07.12.2010 às 10:09

Lamento que não tenha feito uma referência a Versailhes (1919) e à irresponsável (para não dizer pior) política das minorias étnicas que distribuiu na Europa.
O sr. considera, refere-o expressamente, que a população alemã "é em primeiro lugar agressora e não vítima". Desculpe mas não tenho nada a responder a quem assim escreve e que pode ter-se aproveitado da hospitalidade alemã durante 25 anos, mas não tem familiares que morreram durante a guerra e que em nenhum momento aceito que possam ser considerados agressores!
De resto, as suas alegações sobre o massacre de Dresden, os efeitos das bombas de fósforo, etc., dão claramente para perceber que o sr. não se comove muito com o sofrimento daqueles que o acolheram. tenha um pouco mais de respeito pelos mortos, s.f.f.
Nada mais a acrescentar.
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De Anónimo a 07.12.2010 às 10:29

Não quis recuar muito no tempo, mas sei que para abordar mais aprofundadamente a segunda guerra tem de se referir Versailles, a primeira guerra e a guerra franco-prussiana de 1870/71, mas não quis alongar assim tanto o meu comentário. No entanto Versailles não serve de justificação para iniciar a maior guerra da história. Em relação a ter-me aproveitado da hospitalidade alemã durante 25 anos, só lhe posso dizer o seguinte: foram 25 muito bons, apesar de me sentir sempre como visita (o termo Gastarbeiter é muito mais revelador do que o actual Migrant). Quando conhecia algum alemão mais cedo ou mais tarde vinha a famosa pergunta: quando é que pensas voltar para Portugal?
A referência que faço da população alemã caracetrizando-a em primeiro lugar como agressor é uma generalização. Como deve entender isto não quer dizer que todos os alemães o eram, é antes uma caracterização de uma sociedade. E não contradiz o facto de uma parte da população alemã ter sido apenas vítima.
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De Rui Crull Tabosa a 07.12.2010 às 11:39

A IIGM teve muitos pais e não um só. Veja a questão de Danzig e do 'corredor', ou as perseguições polacas a russos brancos, húngaros, ucranianos e alemães, logo a partir de 1919, que ficaram nos territórios incorporados nesse 'novo' país, isto para dar só alguns exemplos. Devemos evitar o maniqueísmo e olhar com objectividade para os factos, sem os pretender encaixar em ideias pré-concebidas. A História não tem, não deve ter assuntos tabus. Quanto a Versailhes, basta ver o inteligente comportamento que os aliados ocidentais tiveram em relação à Alemanha a partir de 1949 para perceber os erros crassos que foram cometidos em 1919.
No que respeita à caracterização que faz da sociedade alemã, de que esta foi agressora, então, o que pensa, então, da sociedade inglesa, considerando que, nos anos 30 e durande vários séculos, o Império britânico se foi estendendo por todo o planeta ao ponto de dominar cerca de 25% da terra (sim, em cada 4 km2 de terra 1 era ou estava sob domínio britanico), ou a francesa (com o seu império norte-africano e no sudeste asiático), ou mesmo a portuguesa (comas colónias)? Não fomos, então, todos, agressores? Só os alemães? Desculpe mas estou francamente farto dessa ideia, que aliás rende muito dinheiro em indemnizações, de que os alemães carregam as culpas de todos os outros povos.
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De João das Regras a 07.12.2010 às 15:56

Numa guerra há sempre pelo menos dois lados em conflito, quer se queira quer não cometem-se sempre actos de selvageria pura e esses actos acontecem em qualquer dos lados em conflito, claro que quando a guerra termina o vencedor empola os actos do derrotado e esconde ou menospreza os por ele cometidos, a II guerra mundial não foi excepção a esta regra.
O início da guerra, segundo fontes russas o responsável pelo início da guerra foi a Polónia (http :/ www.belfasttelegraph.co.uk news /world news russia-blames-poland-for-wwii-14329494.html " http :/ www.belfasttelegraph.co.uk news /world news russia-blames-poland-for-wwii-14329494.html </a> ), eles lá saberão pois fizeram parte dos vencedores.
Quanto aos bombardeamentos, os factos históricos registados indicam a seguinte cronológia de ataques da RAF a alvos civis alemães, 5 Setembro de 1939 raid sobre Wilhelmshaven e Cuxhaven, 29 de Setembro 1939 raid sobre Vechta, 24 de Abril 1940 raids sobre Heide, Wenningstedt e Sylt, 10 de Maio de 1940 raid sobre Freiburg, 17 de Agosto de 1940 raid sobre Weimar, tudo isto antes da força aérea alemã começar a retaliar.
Formalmente a guerra começou com a declaração formal e unilateral da Inglaterra e da França contra a Alemanha.
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De Der untergang des abendlandes a 07.12.2010 às 22:56

A sua experiencia educativa na Alemanha foi manchada por uma coisa chamada lavagem ao cérebro, derivada do infame processo de desnazificação imposto pelos aliados e aceite pelos governos da Alemanha Ocidental e actual Alemanha unificada, onde foi e continua a ser martelada a noção de que o III Reich personificava o inferno na Terra e Adolf Hitler a encarnação do demónio, esta perspectiva maniqueísta é dogma nesse país onde a sua população é bombardeada desde a mais tenra infância com complexos de culpa, permanentemente avivados e causadores de uma terrível angst sobre todo o povo alemão. Este estado de mistificação provocado pelos vencedores ocidentais, também é servido em doses mais moderadas ao resto do mundo ocidental, com mais ênfase nos países anglo-saxónicos que nos outros mas sempre presente e progressivamente mais delirante, qualquer pessoa de bom senso e minimamente céptica, terá sempre uma posição de duvida quando certos acontecimentos históricos, passam de argumentos racionais a verdades dogmáticas, caso actual em que a razão é substituída pela irracionalidade e em que o cepticismo sobre o que nos é apresentado como verdade histórica oficial, é punido com a prisão, já não estamos no domínio da inteligência e da discussão livre e aberta, mas sim no reino da censura e da formatação dos espíritos a uma única e insofismável versão da história, em que de um lado estão os absolutamente bons, puros e virtuosos vencedores e do outro os incomensuravelmente maus, nojentos e odiosos derrotados. Something is rotten in the state of the West .
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De Outros numeros a 07.12.2010 às 23:10

Aqui o paranóico tem para lhe comunicar que o David Irving que você despreza, publicou o livro sobre a destruição de Dresden que refiro em 1963, altura em que começou a conquistar uma sólida reputação como autor especialista e profundamente conhecedor sobre o período da II guerra mundial, caso esteja esquecido, relembro-lhe um caso que andou nas primeiras páginas da imprensa mundial há alguns anos atrás, sobre o descobrimento dos diários secretos de Adolf Hitler e que a revista alemã Stern comprou e pretendia publicar, quem é que a própria revista Stern , na altura contratou para verificar a autenticidade dos ditos diários e provou a sua falsidade, quem? Adivinhou, pois claro, o David Irving de quem você duvida e que por associação classifica de paranóico também, veja bem as voltas que o mundo dá.
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De Z a 07.12.2010 às 01:37

Rui, Martin Gilbert na sua história do Século XX indica cerca de 20.000 identificado e 30.000 não identificados.

Bem sei que o senhor é Inglês, contudo acrescenta que não é possível calcular o número real de mortos.
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De Rui Crull Tabosa a 07.12.2010 às 09:39

Claro que não é possível calcular esse número de forma precisa.
E, já agora, esclareço que o número que avancei (250 mil) é uma estimativa que pode até ter sido ultrapassada, como pode ter sucedido o contrário.
A questão, porém, é esta: se a cidade foi destruída durante três dias e três noites, ininterruptamente, largadas centenas de milhares de toneladas de bombas incendiárias, viviam na cidade cerca de mihão e meio de pessoas (650 mil residentes e entre 500 mil e um milhão de refugiados principalmente do Leste da alemanha, fugidos ao avanço russo), não é manifestamente verosimil o número de 25 mil mortos.
É claro, eu percebo que convenha MUITO que não se fale destes assuntos e que se menorize os crimes que, também do lado aliado, foram cometidos na IIGM. Agora, para mim, a verdade está bem acima das conveniências do politicamente correcto.
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De Outros numeros a 06.12.2010 às 19:06

The destruction of Dresden , editado por William Kimber & Co. Ltd, 1963, da autoria de David Irving. Num universo total de 255.470 habitações registadas na cidade, foram totalmente destruidas 86.474, tendo mais 13.502 ficado destruidas de forma irreparável. Na altura dos bombardeamentos, a cidade estava inundada de refugiados não registados na sua imensa maioria, cujo numero é apenas calculado por estimativa mas sempre na ordem das centenas de milhar, por isso o numero de mortos exactos é extremamente difícil de enumerar, o autor refere 135.000, outras fontes apresentam outros numeros, uns mais, outros menos, a verdade é que foi um crime de guerra que ficou impune.
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De cb a 06.12.2010 às 15:00

Quanto mais vou conhecendo os homens mais perto me sinto dos animais, falo dos verdadeiros, os irracionais, por isso mesmo desculpáveis.
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De Anónimo a 06.12.2010 às 23:34

Num ma diga! Certo, certo.
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De Nuno Resende a 06.12.2010 às 15:36

E não esqueçamos os Campos de Concentração e o extermínio selectivo dos Aborígenes Australianos. O Império Britânico nunca olhou a meios para atingir os seus fins. E os heróis não são imaculados...
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De Winston Leonard Spencer-Churchill a 06.12.2010 às 18:40

Com que então a falar de mim, cambada de ineptos, quem pensam que são para discutirem as minhas decisões? Eu que não recuei perante nada para conseguir satisfazer a minha colossal vaidade, eu que consegui destruir o império britânico , eu que consegui com a criação de israel inventar um problema sem solução aparente, eu que consegui que metade da Europa ficasse submetida a uma tirania megalómana e assassina durante meio século, bananas é o que vocês são, cambada de frouxos a malharem na minha memória. Já que tentam pôr-me sangue nas mãos ao menos que o façam com os números correctos, eu não fui apenas responsável por uns míseros três milhões de mortos na India , então e o resto que eu fiz questão que fossem eliminados , como os Sérvios e Croatas anti comunistas que fugiram para a Grécia e que por minha ordem expressa foram devolvidos ao Tito que lhes tratou da saúde , foi uma limpeza, homens, mulheres e crianças tudo passado a ferro, entre esses e os que não deixamos sequer fugir, calculo perto de um milhão, mas mesmo assim não chega pois com muito orgulho declaro que em Fevereiro de 1945 em Yalta concordei em entregar ao Zé Estaline, toda a chusma de leste que caísse nas nossas mãos, se os números não falham consegui empacotar mais de dois milhões The last secret , de Nicholas Bethell , Penguin Books 1995), seus pequenotes de alma dorida para ficarmos nas páginas da história como grandes não podemos ser fracos, olhem para o mapa de África todas as fronteiras que existem em linha recta fui eu que as desenhei, embora com muito esforço e concentração pois a partir das 11h da manhã já costumava estar bêbedo, as vezes até mais cedo, mas que importa isso, pois consegui criar divisões étnicas que ainda hoje provocam explosões de mortandade e tudo apenas com uma caneta, uma régua, nenhum bom senso, menos inteligência e muito álcool. Por tudo isto apontarem apenas três milhões de vitimas à minha conta pessoal, é uma vergonha no que diz respeito à investigação histórica, sejam verdadeiramente objectivos seus moralistas de salão, não me menosprezem senão ainda arranjo maneira de voltar e aí é que vão ser elas.
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De Anónimo a 06.12.2010 às 23:38

Cala a mouth churchill, seu trambolho histórico, nunca enganaste ninguém com o teu charuto e os teus olhos de anafado com cara de lard ass.
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De Rita Ferro a 06.12.2010 às 18:53

Rui Crull Tabosa, boa tarde, desculpe a invasão: vê inconveniente que publique este post no meu blogue? Impressionou-me muito. 


Obrigada, Rita Ferro (escritora, sem rodrigues :-)


P.S. - E a interessante troca de comentários? Alguém se opõe que publique também? Apenas os argumentos de ambos os lados? Obrigada.
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De Rui Crull Tabosa a 06.12.2010 às 19:15

Cara Rita,
Não só não vejo inconveniente, como agradeço, já que a procura da verdade não deve ter barreiras. 
E, como a Rita, também penso que "Não é sinal de saúde estar bem adaptado a esta sociedade doente"...
Cumps.
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De Rita Ferro a 06.12.2010 às 19:21

LOL Obrigada, Rui. Beijinho, Rita
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De José Manuel a 07.12.2010 às 00:46

Idênticos aos crimes realizados pela França na Guerra da Argélia, onde pontificava um certo Miterrand. Crimes que ocorreram não só em solo argelino mas também na França continental.
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De Pedro a 07.12.2010 às 12:22

Confirma tudo (para quem tivesse dúvidas) o que o Soljenitsine pensava do Churchill...
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De Alexandre Carvalho da Silveira a 07.12.2010 às 15:59


Desde que há guerras, existiu alguma onde não tivessem sido cometidos crimes? violencia gratuita?
No caso em discussão porque é  que quem dava as ordens, mandou bombardear selvaticamente uma cidade como Dresden, que nem era um alvo militar? Sempre ouvi dizer que foi para vingar os bombardeamentos não menos selvagens de Londres. Além disso, foi nessa epoca que o mundo começou a ter consciencia do que passava em Auschwitz, e noutros locais parecidos, e a passividade dos alemães em relação a isso. Não há apenas uma explicação, mas uma conjugação de factos que ajudam a explicar (não a justificar) certas situações.
Quanto ao que se passou na India, que confesso, desconhecia completamente, se foi verdade  representa uma enorme machadada na reputação de alguem que é considerado um heroi da resistencia ao nazismo. Há-de ser a Historia a julga-lo.




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De Pedro a 07.12.2010 às 18:12

Alexandre, para uns é um herói, para outros não. Os russos, e todo o leste da Europa, não lhe devem nada, muito pelo contrário. Assim como não lhe devem nada muitos outros povos do antigo império colonial britânico, pelo contrário, também. É um herói para eles? E porque há-se ser a História a julgá-lo? Não podemos ser nós, como fazemos com tantos outros? Estamos sempre a conderar estes e aqueles... porque não fariamos o mesmo com o Churchill? É bem verdade que cada um tem os seus heróis e em relação a eles somos cegos.
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De Rui Crull Tabosa a 07.12.2010 às 19:28

Sensatas palavras, caro Pedro.
cumps.

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