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Mensagem 2010 de S.A.R. Dom Duarte, Duque de Bragança

por Pedro Quartin Graça, em 01.12.10

Na perspectiva histórica de um País com perto de 900 anos, o penoso caminhar numa crise comparável à vivida nos tempos da I República cujo centenário este ano faustosamente se comemorou, permite-nos retirar diversas conclusões.

Comecemos pela circunstância de a República, fundada pela força que derrubou um Regime Democrático, nunca, até aos nossos dias, haver sido legitimada pelo voto popular. Significativo é, também, o facto de o regime republicano, nas suas várias expressões, não ter tido capacidade para resolver nenhum dos problemas de que acusava a Monarquia e o facto de que as Democracias mais desenvolvidas e estáveis da Europa serem Monarquias. As nossas três Repúblicas do séc. XX nasceram de três golpes militares após os quais os governantes se lançaram a reorganizar a sociedade, com os resultados que agora estão à vista. Como herdeiro dos reis de Portugal, eu represento um outro princípio, o princípio da liberdade e não o da coerção.

Chegou a hora de a sociedade livremente dizer que Estado quer. Em vários reinos do Norte da Europa ouvi destacados políticos afirmarem que “vivemos em República, mas o nosso Rei é o melhor defensor da nossa República”. Deixo aqui uma mensagem aos monárquicos, aos convictos que, hoje, são a minoria mas, segundo as sondagens, serão a maioria no futuro que se aproxima. Quero lembrar que essas sondagens chegam a referir 20%, 30% ou 40% de monárquicos, conforme as perguntas são feitas, percentagens tanto mais valiosas quanto resultam da escolha de pessoas livres e não de propagandas de partidos ou de movimentos sem transparência.

Quero agradecer-vos a generosidade, o entusiasmo, e a dedicação quando içam nas ruas a bandeira das Quinas com a Coroa e quero dizer-vos que continuarei a acompanhá-los, como sucedeu no 5 de Outubro em Guimarães, o dia da independência nacional. A situação humilhante em que a Nação se encontra perante nós próprios e a comunidade internacional obriga-nos a reflectir sobre novos modelos de desenvolvimento económico e de vida em sociedade, inspirados no bem comum. Com efeito, a expectativa inicial do projecto europeu que a generalidade dos membros abraçou e que se assumiu, na sua origem, como um projecto de cooperação entre Estados – com os mais ricos a ajudarem os mais pobres – corre o risco de passar, rapidamente, de miragem a tragédia, com os mais fortes a ditarem regras e a impor sanções aos mais vulneráveis. Neste contexto de incerteza e preocupação, são, por isso, cada vez mais as vozes autorizadas que preconizam a necessidade da reforma do modelo de desenvolvimento económico global.

A reactivação estratégica de uma agricultura sustentável e ecologicamente equilibrada é fundamental para enfrentarmos com segurança os desafios actuais, como há pouco tempo lembrou o Papa Bento XVI . Precisamos de um novo modelo para conseguir maior felicidade e bem-estar com menor desperdício de recursos, que deverão ser melhor e mais justamente partilhados, para que a ninguém falte o essencial. Havendo tantas necessidades de apoio às populações seria desejável dinamizar as antigas tradições de voluntariado, recorrendo também aos serviços dos beneficiários de subsídios do Estado, como condição para receberem esses subsídios. Receber subsídios sem dar a sua contribuição para a sociedade equivale a receber esmolas, o que não é bom. Portugal não pode cair no desânimo a que nos conduzem os constantes e confusos acontecimentos políticos nacionais amplamente noticiados.

É fundamental acreditar no Futuro e partilhar Esperança, nunca nos esquecendo de onde viemos e para onde queremos ir. Para isso há que cultivar os exemplos de competência, seriedade e coragem na defesa de ideais, combatendo a falta de autenticidade que, infelizmente, constitui uma das mais comuns e perversas características do nosso tempo. Quem está na Política deve ter como primeiro e último objectivo SERVIR a Pátria e, em particular, permitir a valorização dos mais desfavorecidos. E para esta valorização ser possível, teremos de repensar todo o nosso sistema educativo, do pré-primário ao superior, adaptando os cursos às necessidades profissionais actuais e futuras e criando – com suporte da rede de ensino privado e cooperativo – condições às famílias com menos recursos para poderem escolher os estabelecimentos que gostariam que os seus filhos frequentassem, sem que tal venha a implicar aumento de encargos para o Estado.

Tenho visitado muitas escolas onde me explicam que os programas são desajustados às realidades actuais e às saídas profissionais, e particularmente aos jovens com problemas de adaptação. O “Cheque Ensino” seria uma solução para estes problemas, permitindo às famílias escolher a oferta escolar mais adaptada às necessidades dos seus filhos, evitando a discriminação económica actual e promovendo a qualidade do ensino através de uma saudável concorrência… Só desta forma conseguiremos melhorar efectivamente o nível médio cultural, académico e profissional da população com vista ao progressivo desenvolvimento e engrandecimento do País e não com fim exclusivamente estatístico. Na sua longa História, Portugal foi grande quando se lhe depararam desafios que envolveram projectos galvanizadores de verdadeira dimensão nacional. Nessas alturas, os portugueses sempre souberam responder com criatividade, entusiasmo e coragem. Hoje, é no Mar e na Lusofonia que a nossa atenção deve ser focada como áreas de eleição para realizar um projecto de futuro para o País e para a Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa. Afinal, são estas duas vertentes que, desde o início da Expansão Marítima Portuguesa, com períodos de maior ou menor brilho, maior ou menor envolvimento, têm vindo a constituir o nosso Desígnio.

O prestigiado Jean Ziegler, meu professor em Genebra, ensinava que existem dois caminhos para desenvolver os povos. O primeiro começava pela educação profissional, académica e ética da população , que iria desenvolver o país e conduzi-lo ao enriquecimento. O segundo caminho consistia em injectar dinheiro estrangeiro na economia. Os governantes criariam grandes infra-estruturas, enriquecendo-se alguns deles no processo, e a população compraria bens de consumo importados, enriquecendo o comércio. Mas no fim, essa nação estaria endividada e a classe média empobrecida porque as capacidades de produção teriam diminuído. Infelizmente é esta a nossa realidade recente. Deixo para os especialistas apontarem os factores da crise que nos fustiga, fazerem os diagnósticos acertados, apontarem as vias de solução. Mas não posso deixar de dizer que é urgente arrepiarmos o caminho que nos trouxe à gravíssima crise económica e financeira que atravessamos, como venho denunciando desde há anos.

Foi justamente neste sentido que, este ano, pela segunda vez, promovi, no âmbito da Comissão D. Carlos 100 Anos, a organização do Congresso “Mares da Lusofonia”que permitiu uma participada reflexão, com representantes de todos os Países da CPLP presentes, acerca da valia dos mares e das Plataformas Continentais dos países lusófonos nas vertentes estratégica, de segurança, jurídica, ambiental, científica, tecnológica e económica.

A intensificação do intercâmbio de conhecimentos da sociedade civil e o fortalecimento das relações afectivas entre os nossos países contribuirá decisivamente para a supressão das barreiras que ainda existem. Recentemente visitei o Brasil, pátria de minha Mãe, onde, em Brasília, tive a feliz oportunidade de contactar alguns membros do seu Governo. Transmiti os meus sinceros votos de sucesso à recém-eleita Presidente Dilma Russef. Percebi que lá existe uma grande abertura à ideia de uma futura Confederação de Estados Lusófonos, que muito beneficiaria todos os seus membros e cuja adesão não comprometeria as alianças regionais existentes. O facto do Reino Unido pertencer à Commonwealth não prejudica a sua participação na União Europeia mas valoriza-a.

Ainda sobre a importância da afectividade que naturalmente se cultiva na Comunidade Lusófona, virá a propósito salientar a decisão do Governo de Timor – país a que me ligam relações de profunda amizade – quando, à semanas, declarou o seu auxílio a Portugal na compra de parte da nossa dívida pública, num gesto de fraternal amizade. Do mesmo modo, tenho indicações de que muito nos beneficiaria negociar com o Brasil um empréstimo para resolver a crise da dívida pública soberana em melhores condições do que com o FMI ou a Europa. Para concluir, gostaria de transmitir a todos os portugueses uma mensagem de ânimo: Não vos deixeis abater pela situação de dificuldade económica e crise moral que actualmente nos invade.

Lembrai-vos que tivemos momentos bem mais graves na nossa História em que a perenidade da Instituição Real foi suporte decisivo para a recuperação conseguida. A dinastia, baseada na família, oferece o referencial de continuidade de que Portugal está carente há cem anos.

Viva Portugal!


17 comentários

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De Anónimo a 01.12.2010 às 14:06

Tenho pena que Duarte de Bragança não aproveite o «estado das coisas» para avançar! Isto não chega!! O Pedro que é «todo» monárquico, que conhece os meandros do «corredor político» pode fazer mais! Pois que lhe falta, Pedro?
Quando se conhecem as características de um Povo, por demais testemunhadas doumental e oralmente, o país está no «caco» que está, sãoprecisas acções! Programas. Distribuição ads ideias. Press releases. Contactos porta - a porta, com as pessoas. Apresentar Monarquia como uma imagem diferente daquela que muitos outros têm.

Ser duro, denunciar as situações, ter «estaleca» bastante para aguentar com as críticas do outro lado, pois é isso que faz o discurso político neste país e chama a atenção até aos mais desinteressados.

«Pas» de conversas ou de discursos, comunicações. Os pulhíticos deste país têm algo a seu favor: o pomo da discussão é PS - PSD, com a apreciação confortável dos outros da Oposição. Depois aparecem uns partidozecos novos, cujos Presidentes têm o desejo de se promover e serem chamados para o Partido dos grandes.
A abstenção instala-se e lá se comprovada sistemáticamente os ditos dos nossos «Nostradamuus», como Junqueira, Pessoa, etc e tal.
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De João Paulo Magalhães a 01.12.2010 às 15:18

Concordo que a monarquia seria um passo positivo para o nosso país. Mas fico preocupado com alguns dos assuntos levantados por D. Duarte.

Vê-se que SAR partilha uma visão social-democrata, tal como a totalidade dos políticos da nossa praça. Tal como eles, faz uso do mesmo tom sebastiânico e redentor, aludindo a grandes projectos e áreas "estratégicas" que iriam -finalmente- trazer um futuro de prosperidade e glória. No caso de SAR, seria, ironicamente, a fuga para o mar, para a terra, para África e Brasil.

O problema está precisamente nestas apostas. Não em cada uma das proposições, especificamente, mas no mero facto de elas existirem e serem programas políticos. Isto não difere muito dos famosos planos quinquenais, de um país e de um regime que não vou nomear. Como se sabe, e a história acabou por demonstrar, o planeamento central não funciona. Infelizmente, andamos há vários anos a pensar, de forma grandiloquente, em termos que não diferem muito. Educação, choque tecnológico, energias renováveis, agora mar e lusofonia -sempre com o estado no leme. Não vai funcionar e só nos vai empobrecer ainda mais.

Como se não bastasse, as áreas que D. Duarte menciona não são factores de crescimento, são consequências do crescimento. Eu não vou conseguir crescer por comprar roupas maiores que eu. Primeiro tenho que ter o tamanho que me permita vestir essas roupas.

Os únicos que poderiam salvar o nosso país de si próprio são aqueles que compreendem que a solução não consiste em apostar, mas sim em deixar de apostar. Cada uma destas apostas faz-se à custa de tirar dinheiro a quem estava a produzir para entregar (as sobras do que vai ficando pelo caminho) a alguém que não vai produzir nada (senão não precisaria desse dinheiro). Isto introduz um incentivo forte para produzir menos, e torna-nos assim duplamente mais pobres. Mais, a instabilidade introduzida por estas sucessivas curvas apertadas induz as pessoas a retraírem-se nos seus investimentos e a esperar que tempos mais estáveis apareçam. Ficamos por isso triplamente pobres.

Neste momento, em Portugal, a solução não está no que os políticos devem fazer. Está no que eles não devem fazer. D. Duarte devia compreender isto, e acima de tudo não devia ambicionar ser um político, mas um Rei.
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De Anónimo a 01.12.2010 às 19:15

O mar pode ser uma grande fonte de riqueza para Portugal...Dispomos de recursos marítimos que nos permitiriam avançar em áreas como a farmacêutica....
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De João Paulo Magalhães a 01.12.2010 às 19:55

Ainda bem que tem essa convicção. Pegue no seu dinheiro e invista nessa área. Ou, na falta de meios ou de vontade para o fazer directamente, invista em empresas que o façam. Mas não peça ao estado para gastar o dinheiro que manifestamente não tem a produzir mais um elefante branco.

A questão não é se essa área de investimento é desejável ou não. A questão é que o investimento e a direcção estratégica não deve ser uma competência do estado. Estes últimos anos provaram isso à saciedade.
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De Anónimo a 02.12.2010 às 13:32

Investimento, meu caro, aproveitamento. Braços cruzados não. Porém, acho que sim, quem sabe, pagar impostos para os fatos daquele homem que nos (des)governa.
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De Anónimo a 01.12.2010 às 19:36

Na verdade, servir a Pátria NUNCA devia passar pela política. Esse aspecto devia, tinha que ser enfatizado. Há gente atenta a esses detalhes, que podem fazer diferença. Portugal não precisa de POLÌTICA. Como o passado recente o demonstra sem qualquer esforço de pesquisa. É nessa diferença que os monárquicos deviam trabalhar! Mas não fazem!!!! Vão na onda, encarreiram no cliché, partem «dos outros» ou da República. Partem do que não interessa, porque apesar de sermos adormecidos de olhos abertos, sabemos há muito tempo que a Republica, aquela que se critica tão acesamente não funciona. Irra, que tenho que ir escrever os discursos de Duarte de Bragança e empurrá-lo!!!
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De Pedro Quartin Graça a 01.12.2010 às 19:50

Portugal não precisa de politica? Quer V. Exa  o País entregue à tecnocracia? Já agora aos bancos? Havia de ser bonito!
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De Anónimo a 01.12.2010 às 20:02

Ai! Havia de ser bonito, não! Já é muito bonito o que se está a passar em Portugal, por causa da POLÌTICA que falei! Ou duvida, Pedro? Claro que não precisa de POLÌTICA! Precisa de políticas, de medidas, de acções, porque a POLÍTICA PORTUGUESA, aquela que está em causa, é a maior ilustração da falência deste País. Isso é que devia ser explorado pelos monárquicos e não é!



Duvida? Image
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De Pedro Quartin Graça a 01.12.2010 às 20:20

E quem faz ou aplica as políticas? não serão os políticos?
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De Anónimo a 01.12.2010 às 22:36

Não! São os que conhecem as realidades dos administrados, os que entendem os administrados, e não aqueles que pensam no seu interesse em primeiro lugar - seja, os actuais e não tão actuais políticos em Portugal.
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De João Paulo Magalhães a 01.12.2010 às 20:18

Caro Pedro,

É ao contrário. Portugal está entregue aos bancos porque foi entregue à política.

Quando a compra e venda são controladas por legislação, as primeiras coisas a serem compradas e vendidas são os políticos que produzem as leis. E quem tem o dinheiro para comprar, compra.

E já agora, a tecnocracia só existe no domínio político. Um privado não pode ser tecnocrata porque simplesmente não tem o poder de forçar os outros a fazerem o que não querem. Apenas o estado tem esse direito.
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De Pedro Quartin Graça a 01.12.2010 às 20:27

Como pretende V.Exa construir um País sem política?
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De João Paulo Magalhães a 01.12.2010 às 22:44

Não espero que o Pedro concorde, mas cá vai.

A política não constrói o país. Um político sem pessoas em quem mandar não serve de nada. Quem constrói o país são as pessoas, as suas tradições e as suas escolhas perante as realidades concretas que a vida de cada uma lhes apresenta. Nesse processo, os políticos podem intervir pouco ou muito. O que se verifica historicamente é que a partir de um certo limite, quanto mais intervêm, mais pobre e subdesenvolvido é o país.

Qual é esse limite? Quais são os serviços fundamentais para que uma sociedade funcione? Sem sombra de dúvida, pode-se dizer que sem protecção de vida e de propriedade, uma sociedade é substituída por barbaridade. Isto é: se houver serviços que o estado deva "oferecer", são certamente a segurança dos cidadãos, e justiça para resolver efectivamente conflitos entre eles. (São precisamente esses os serviços que pior funcionam hoje, em que o estado presume dar-nos grande parte daquilo que precisamos).

O problema é institucional, de incentivos.

Primeiro, qualquer serviço "oferecido" pelo estado tem um custo - há sempre alguém que paga. O problema é que para muitos serviços o custo não é transparente, nem suportado por quem beneficia do serviço. Assim, tem o efeito sumamente perverso de privatizar o benefício mas socializar o custo. É por isso que o estado democrático cresce sempre.

Segundo, na base da operação do estado encontra-se a tomada de decisões por terceiros: são os agentes do estado que tomam as decisões sobre o que é que quaisquer dois privados possam fazer entre si, mesmo que -e especialmente quando- estes o façam de comum e livre acordo. Infelizmente, os terceiros, por serem terceiros, tipicamente sabem menos -mesmo quando convencidos que sabem mais. O conhecimento sobre a realidade é disperso, difuso, tácito e implícito. Está, de forma parcial, nas cabeças de muitas pessoas em pontos distintos, e aquele que os elementos no estado conseguem congregar é sempre uma pálida parte do conhecimento total, muitas vezes distorcida e enviesada.


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De Anónimo a 02.12.2010 às 08:50

Excelente comentário! Aprende alguma coisa Quartin que pode ser que te arranje um lugarzinho...ali em cima nas galerias para ver se desta aprendes alguma coisa. lagarto, lagarto
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De João Paulo Magalhães a 01.12.2010 às 22:44

Terceiro, os elementos do estado não têm os incentivos daqueles que directamente beneficiam por estarem certos ou sofrem por estarem errados. Que haja tantos esquemas políticos grandiosos (que parecem plausíveis às elites intelectuais) não apenas a falhar, mas a acabarem por ser desastradamente contraproducentes, não é de todo surpreendente, quando estes esquemas são analisados em termos das características dos processos por que operam, em vez dos objectivos que procuram ou das visões de ideal que lhe estão subjacentes.

<i>Nobody spends somebody else's money as carefully as he spends his own. Nobody uses somebody else's resources as carefully as he uses his own. So if you want efficiency and effectiveness, if you want knowledge to be properly utilized, you have to do it through the means of private property.</i>

Note-se que a visão de que o problema político consiste na qualidade dos políticos é sintomática de uma maneira de pensar sebastiânica, messiânica, utópica até: consiste em esperar que, por entre as brumas de um futuro incerto, apareça um salvador justo e honesto que nos "resolva" todos os problemas. Claro, tal pessoa não vai aparecer, porque só nós podemos resolver eficientemente os nossos problemas. Mas se continuarmos à espera desse messias-dos-tempos-modernos-e-dos-amanhãs-que-cantam por um tempo suficiente, ao mesmo tempo que tentamos externalizar os nossos problemas tornando-os em problemas de todas as outras pessoas, sai-nos um brinde indesejado: um ditadorzinho, ou um ditadorzão, que toma o poder do estado para "resolver" não os nossos problemas, mas sim os dele e os da minoria que tiver suportado a sua ascendência ao poder. Pois é esta a ordem natural das coisas no estado, quando o estado tem poder demais. E sempre que de facto "resolver" algum dos nossos problemas, fá-lo-á precisamente da maneira que menos fôr desejável. É este o caminho para a servidão, que nós temos vindo a trilhar, com impulsos e retrocessos, desde há muito tempo.

Enfim, o argumento é longo de mais para ser feito aqui de forma completa ou até satisfatória. Se quiser, terei todo o gosto em falar consigo.
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De Anónimo a 01.12.2010 às 22:44

A pergunta Pedro, deverá ser colocada assim:

Como se pretende construír um País sem políticas?

Mas esta questão sequer deve ser colocada, pois o que está em causa é a falta de políticas, de medidas de actuação por parte de quem saiba gerir. Sem a política de interesses como, de resto, se reconhece e tem reconhecido, em Portugal.

Será que D. Afonso Henriques ou seus descendentes tinham POLÌTICA ou políticas? Politizar a sociedade ou a comunidade é o que tem derrubado este país. Tudo feito ao sabor de interesses privados, até «telecomandados», porque efectivamente, a gestão da realidade portuguesa actual não tem descurado dos «recados» estrangeiros, mormente engendrados em outras «mesas» a que só alguns têm acesso. Por isso, os monárquicos, sabedores disso e de muito mais - como presumo - deviam ser hábeis o bastante para reverter o estado da situação a favor das ideias que defendem - Pátria, Família, etctc.
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De João Afonso Machado a 02.12.2010 às 09:32

O discurso de SAR o Senhor D. Duarte distingue-se excelentemente em alguns aspectos:
1 - É pautado por palavras serenas. Repudia as 3 Republicas que nos assolaram mas de um modo que não suscita a divisão entre portugueses.
2 - Dá a grande dimensão da Monarquia, ao citar o ponto de vista dos nórdicos.
3 - Aponta para o futuro, mormente quando refere as possibilidades que se abrem no âmbito do mundo lusofono,
4 - Transmite confiança e solidariedade. Fala para todos os portugueses, não para qualquer punhado - maior ou menor - de eleitores.


Em suma, é o discurso - não apenas de um chfe de Estado mas do mais alto expoente da Nação portuguesa.

(Alguém liga Cavaco ou Alegre à portuguesa Nação de 9oo anos de existência?)

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