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No tempo verdadeiro das fronteiras, essa parte além das muralhas não existia. Apenas o rio, a fortaleza e as suas bocas de fogo e uma estranha rivalidade de sermos povos diferentes (sê-lo-iamos?) riscavam no mapa onde acabavam uns e começavam outros.
Já mais recentemente, foi construida, ligando Valença a Tuy, a Ponte Eiffel (em ferro, para variar), e, só agora, cada vez mais esbatidas as diversidades, surgiu essa pista quase aeronáutica. Onde as placas com os dizeres "Espanã" ou "Xunta da Galicia" tem o mesmo efeito daqueloutra - "Gavião", prenúncio da minha freguesia...
Seja como for, quem dera aos galegos a imponência de Valência nossa. E a beleza da vilória dentro do forte, onde eles se deslocam amiúde. Esta é, na realidade, a "fronteira" portuguesa mais atravessada.(De uma ponta à outra do Rio, é um mar de emoções, um mundo outro; nada parecido com qualquer passeio a Setúbal...). E, dizia, o movimento suplanta, à vontade, a de Chaves, de Vilar Formoso, do Caia, de Vila Real de Santo António).
Também nestes dias que antecedem a enebriante Cimeira da NATO, Valença foi alvo de atentíssima vigilância. Tal como, aliás, Cerveira e Monção. Mas nada de anormal foi detectado: nem droga, nem armas brancas, nem panfletos subversivos, nem parentes ou aderentes de Bin Laden. Somente galegos, vindos às compras ou a uma almoçarada no Minho. Será anacrónico falar em divisas?
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