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Curiosa República esta, em que muito se perora sobre a humildade e o direito à diferença de opiniões, mas, sempre que se toca numa das vacas sagradas cá do burgo, temos de levar com os zelotas do sistema a rasgar as vestes e a gritar ‘sacrilégio, sacrilégio!’
Passe a boçal superioridade revelada pela enfatuada Isabel Moreira, vamos aos factos.
Com ironia – coisa que a dita senhora não parece perceber – escrevi que uma certa 'impressão' de Jorge Miranda me provocara outra 'impressão'.
É que acho deveras curioso que um constitucionalista tenha ‘impressões’ sobre projectos de revisão constitucional, assim como impressionado ficaria se um médico tivesse a ‘impressão’ de que uma pessoa tem certa doença. Não cumpre ao médico ter ‘impressões’, mas, isso sim, diagnosticar e, se possível, curar as doenças. Mutatis mutandis, competirá aos constitucionalistas estudar, apreciar, analisar, dar parecer sobre os ditos projectos de revisão da lei fundamental e não sobre os mesmos ter e partilhar meras ‘impressões’, por natureza pouco rigorosas, como é próprio do vulgo.
De resto, a associação que fiz entre as 'impressões' de Jorge Miranda e a sua pretérita indicação, pelo Partido Socialista, para o cargo de Provedor de Justiça, não é leviana ou caluniosa, como a sua infrene defensora pretende fazer crer.
Com efeito, Jorge Miranda não se limitou a ser indicado pelo PS para o referido cargo constitucional. Aceitou que esse partido anunciasse publicamente o seu nome, sem cuidar de o negociar previamente com outras formações políticas (que sempre seriam necessárias para concretizar a referida eleição), sabendo bem que, desse modo, estava a transformar-se numa mera arma de arremesso político do PS contra o PSD.
A isto chamo frete!
Como se não bastasse, recordo ainda, para quem tenha esquecido, o pouco reprimido mau perder democrático então evidenciado por Jorge Miranda, que parecia achar-se no direito de ser eleito Provedor de Justiça. Acaso não afirmou que "Lamento é que, havendo voto secreto, com o objectivo de garantir a liberdade dos deputados, funcione, afinal, a disciplina partidária”? E não se permitiu dizer que "confesso que nunca esperei e desagradou-me, sobretudo, uma série de atitudes do PSD. De uma rigidez e arrogância com que eu não contava”?
Como se a eleição de órgãos constitucionais pertencesse à esfera da consciência individual e não fosse, precisamente, uma das matérias em que plenamente se justifica a disciplina de voto…
Seja como for, nem eu, nem Jorge Miranda, nem mesmo a senhora Isabel Moreira estamos acima da crítica dos outros, as quais são sempre legítimas, diga-se, exceptuando, naturalmente, as de certos excrementos anónimos que gravitam na blogosfera.
Finalmente, tenho pena que a sua deselegância chegue ao pondo de não preservar, sequer, o nome deste seu interlocutor, o que lamento apenas pelo grande respeito que nutro pelo Senhor seu Pai.
Para os que não sabem:
Berloque é um pingente, uma jóia.
Encontra-se pendurado junto a uma
corrente.
Agora, ao contrário, será uma jóia especial, tipo special one, como o Mourinho.
Adorei.
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