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Esta senhora está a ser promovida.
Está a ser promovida pelo próprio PS, de cujo grupo parlamentar é vice-presidente, e que delega nela a responsabilidade de discursar na Assembleia da República durante as comemorações parlamentares do 5 de Outubro. Está a ser promovida como lídima mandatária do discurso sonoro e vazio de Manuel Alegre. E está a ser promovida pela comunicação social, a maior parte da qual está sempre desejosa de inventar uma alternativa desde que seja socialista.
E como se promove a senhora Maria de Belém Roseira Pina?
Promove-se apoiando «pessoas extraordinárias» que fazem «coisas extraordinárias», que foi como ontem referiu a Fundação Champallimaud, no Frente a Frente da SicNotícias.
Promove-se falando da necessidade de um «sobressalto patriótico», a que apelou na AR e que recordou na mesma Sic.
Promove-se espalhando a tinta da culpa que é sua e dos seus por, afinal, todos. Porque - diz ela - «todos somos responsáveis».
E depois - ecoando talvez a sua condição de mandatária de Manuel Alegre - juntando um protesto contra os dissabores a que «os mercados» nos submetem por causa da dívida.
Mas não só não somos todos reponsáveis (antes, são-no os socialistas e as suas políticas) como as dívidas que pagamos foram geradas pelos socialistas (contra e apesar de alertas variados e a tempo acerca de obras megalómanas, gastos desmesurados, Scut, PPP, irresponsabilidade criminosa, em suma).
A timidez de Guilherme Silva, ontem, no mesmo debate, perante este sorridente descaramento espelha bem as dificuldades do PSD na batalha das ideias e da cultura.
À ministra da saúde e da «Igualdade» (palavra, era assim mesmo) do governo socialista de António Guterres, reiteradamente membro do governo mais perdulário logo após o de Sócrates, não podem ser toleradas estas lavagens de responsabilidades e hipotecas.
À vice-presidente do grupo parlamentar do PS, promotor como não há memória desde o PREC dos negócios de bastidores e da manietação da inciativa privada, não se pode admitir - sem gritar por um mínimo de pudor e silêncio - que pretenda colar-se às pessoas extraordinárias do mundo económico, como António Champallimaud, criadores de riqueza e de emprego criticados, perseguidos e expulsos pela esquerda, ou à sua extraordinária Fundação dirigida por uma pessoa extraordinária como é a adversária de Maria Belém, Leonor Beleza.
À dirigente socialista, defensora em todas as horas das políticas pantanosas de Guterres e da bancarrota de Sócrates, não se tolera a desvergonha de vir recomendar «sobressaltos patrióticos», para cuja convocação lhe falta toda a pinga de autoridade moral.
Quanto à «razão, emoção e sentimento» a que a mesma Maria apelava ontem, ibidem (vejam que bem dissimulado, o discurso: nem sequer falou de «afectos»), conhecemo-los demasiado bem. São passagens daquele discurso encantatório, pretensioso e oco com o qual a esquerda engana os ignorantes e faz da cultura uma arma de arremesso. Vimo-lo, exactamente, quando - governava Cavaco, - a esquerda tresleu e falsificou um livro de António Damásio, para (no que seria a visão científica de Damásio segundo a esquerda) apresentar o então primeiro-ministro como um tecnocrata sem alma.
O PSD precisa de encarar estas batalhas a sério, sempre, consistentemente, sem trégua. Precisa de parar a meio quem, como Maria de Belém, tenta passar contrafacção sua por ideias e obras de marca. Precisa de recordar-lhes insistentemente (já que tentam esquecê-lo) o seu próprio passado, as suas posições, as suas políticas, e as consequências à mostra. Precisa de descompor-se um pouco, ser menos elegante na sala, se verificar - como neste caso gritantemente se verifica - que o oponente não tem vergonha nem memória.
Nisso teria contra si, receará algum PSD, a Comunicação Social? Mas que Comunicação Social? A Comunicação Social dos ex-assesores socialistas que retomaram lugares nas chefias, dos ex-deputados socialistas que regressaram ao comentário, dos destinatários de favores e cargos e dinheiros, dos militantes e simpatizantes socialistas obsequiados com progressos de carreira ... essa Comunicação Social, o PSD tê-la-á contra si exaltada e permanentemente, tente o que tente e faça o que faça. Mas quando se fala da importância e necessidade de uma batalha de ideias e cultura, é também disso que se fala.
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