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Belém 2011

por Pedro Quartin Graça, em 28.05.10

Existe uma única "solução" para tentar ainda salvar a moribunda III República. E sou insuspeito de o dizer já que, como monárquico, não aposto na continuação deste Regime mas sim na sua queda. Mas, acima disso penso em Portugal, defensor que sou da ideia que a restauração monárquica apenas se dará se essa for a vontade democrática dos Portugueses. A solução para a III República reside então em algo que não é novo mas se tem todavia revelado impossível de concretizar: os titulares dos órgãos de soberania fazerem uma inversão completa, a começar por "cima" e a terminar em "baixo" da sua forma de actuar na política e de lidar com a coisa pública. Terem, no fundo aquilo que se costuma designar de "sentido de Estado". E esse, infelizmente, poucos o têm no presente em Portugal. Na prática, e para começar pelo cargo mais importante da Nação, existir alguém como Presidente da República que defenda e concretize um conjunto de princípios que são comuns a um cada vez maior número de portugueses: a defesa da Família e das suas instituições tradicionais, a defesa da Vida; a defesa dos direitos liberdades e garantias; a recuperação da capacidade económica dos portugueses e do emprego, o combate à corrupção e a defesa do Ambiente e da Qualidade de vida dos cidadãos. Com base na praxis do passado e do presente fácil é concluir que esse alguém não é definitivamente Aníbal Cavaco Silva.

Preso a compromissos assumidos em nome de uma estabilidade podre das actuais instituições da República e dos seus titulares, autor da promulgação do casamento "gay", co-responsável pela actual situação económica do País, Cavaco Silva rompeu definitivamente com a confiança que vastos sectores de Portugueses ainda nele depositavam. É uma Presidente enredado na sua lógica de manutenção no poder. Nada acrescenta de novo a Portugal. Mas hoje Cavaco ganhou uma nova dor de cabeça. Aquilo que o deve passar a preocupar daqui para a frente não é saber se Alegre ou Nobre lhe vão tirar votos. É ter de olhar para o seu eleitorado habitual e recear vir a não estar sozinho na "corrida a Belém". E tudo isto por culpa própria.

O ex-primeiro ministro Pedro Santana Lopes deu hoje ao jornal "i" uma longa entrevista. Uma excelente entrevista, diga-se. Uma entrevista na qual o antigo presidente das Câmaras de Lisboa e da Figueira da Foz critica Cavaco Silva mas fá-lo esgrimindo uma argumentação de peso: "Os actos devem bater certo com as palavras. Uma pessoa não deve fazer o contrário daquilo que defende, principalmente um Presidente", diz Pedro Santana Lopes. Santana Lopes é um homem de valores e de princípios e afirma que o assunto "casamento gay" o fez reabrir a questão do possível apoio a Cavaco. Santana tem razão. Esta mesma dúvida paira no espírito de milhares de Portugueses que, se em ultimo caso vierem a votar em Cavaco, o farão contudo como numa eleição presidencial do passado tapando a cara do candidato no boletim de voto. Será sempre um mal menor e não uma eleição por convicção. Perfila-se todavia a possibilidade de uma mudança, a hipótese do surgimento de uma alternativa credível que evite precisamente que estas eleições presidenciais se venham a revelar as menos participadas da história da democracia portuguesa. Uma alternativa que defenda precisamente os valores que têm sido abandonados ao longo das ultimas décadas. Como refere Santana Lopes, "sabe-se lá se não aparece outro candidato a Belém"...

Sabe-se lá mesmo... afinal hoje quem é a "má moeda"?


10 comentários

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De Citando PPM, outro sumo esquerdista a 28.05.2010 às 19:31

Se o Presidente vetasse o diploma estaria a dar mais uma semanas de alegria à esquerda fracturante culminando numa festa esquerda chic em pleno parlamento, quando fosse reaprovada a lei.

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