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CTT - Quem te viu e quem te vê...

por Pedro Quartin Graça, em 01.05.10

Dos meus velhos tempos de radioamador guardo, para além de gratas recordações do "éter" e dos milhares de contactos efectuados para todo o mundo, o fantástico trabalho que era desenvolvido pelo mais precioso "auxiliar" dos amantes deste popular hobby: os correios. Cheguei a receber mais de 5000 QSL´s, ou seja, postais confirmativos de contactos via rádio, por semana. Caso houve em que uma carta remetida de Itália, que guardo religiosamente, apenas com o meu nome nela inscrita "Pedro ...." e "Lisbona - España (!!!)", me chegou às mãos... 2 dias depois. Era mesmo para mim e os correios não falharam. Era a época em que uma carta chegava com frequência no próprio dia em que era remetida, uma altura em que não havia controle de qualidade, mas em que os CTT se dedicavam à sua verdadeira missão: serem Correios. E os Correios de Portugal eram, sem margem para quaisquer dúvidas, dos melhores do mundo. Daí para cá tudo mudou. E para pior, claro está. Hoje os Correios são uma sombra do passado. Uma carta "normal", que antes da fase da "qualidade" e... do aumento dos preços, chegava no dia a seguir à sua expedição, demora, em média, 4-5 dias (!); uma carta em "correio azul", com sorte, chega 2-3 dias depois e apenas se for no Continente... Até mesmo um registo não é garantido que chegue antes de 2 dias. Como tudo mudou... Em vésperas de uma anunciada mas desastrosa privatização (desde quando é que é desejável privatizar os correios, com todos os riscos que isso implica para a segurança do Estado?), os CTT bateram no fundo. No condomínio em que moro, por falta de carteiros, o saco da correspondência chega às 11 horas da manhã e fica depositado (!!!) na portaria até...às 16 horas, altura em que o único carteiro regressa da sua "volta" e à pressa (e mal - são tantos os enganos!) distribui a correspondência.... E se alguém foi ultimamente a uma estação de correios, então o choque é grande. As estações transformaram-se em lojas, em autênticas drogarias, onde só falta serem vendidos... produtos de limpeza doméstica. De resto, tudo lá se vende. Entramos e não acreditamos naquilo que os nossos olhos observam... Em nome do progresso e do negócio, os Correios de Portugal afastaram-se do seu "core business", como agora se diz, e banalizaram-se. Vendem de tudo e tratam de tudo, mas fazem-no mal.

Como foi possível, em tão pouco tempo, destruir algo que sempre funcionou bem em Portugal? É o custo do "progresso", dirão uns.

Para mim, decididamente, este " progresso" não me diz nada...


4 comentários

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De Vasco Rosa a 01.05.2010 às 12:11

Caro Pedro, este é um assunto da maior importância e realmente não entendo a indiferença de quase todos. As lojas são um bazar, sem comodidade alguma para que espera (bancos), nem balcões prioritários para velhos, grávidas e debilitados físicos, como seria sensato haver e o Brasil tem há muito.
As entregas deveriam ser feitas (sobretudo para as empresas) ao abrir das mesmas, porque a entrega tardia interfere nas acções produtivas, bancárias e outras.
Para operações hoje pouco manuais de separação dos envelopes , com o fantástico acréscimo das comunicações electrónicas, operando num raio de acção que é afinal um território pequeno, e com as cartas em tarifa de correio azul, a verdade é que nem mesmo assim os CTT não cumprem as suas funções devidamente.
A corneta está rouca e avariada.
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De Vasco Rosa a 01.05.2010 às 15:50


Peço desculpa pelos lapsos do que escrevi apressadamente. A seguir o que realmente acima quis dizer. VR




Caro Pedro, este é um assunto da maior importância e realmente não entendo a indiferença de quase todos. As lojas são um bazar, sem comodidade alguma para quem espera (bancos), nem balcões prioritários para velhos, grávidas e debilitados físicos, como seria sensato haver e o Brasil tem há muito.
As entregas deveriam ser feitas (sobretudo para as empresas) à primeira hora do dia, porque a entrega tardia interfere nas acções produtivas, bancárias e outras.
Com separação mecanizada de de envelopes , fantástico acréscimo das comunicações electrónicas, e operando num raio de acção que é afinal um território pequeno, além de muitas cartas em tarifa dupla de correio azul,  nem mesmo assim os CTT cumprem as suas funções devidamente.
A corneta está rouca e avariada.
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De Pedro Quartin Graça a 01.05.2010 às 17:11

Concordo em absoluto Vasco!
abraço
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De A. a 02.05.2010 às 06:22

A avó de uns amigos meus recebeu em casa (uma capital de distrito) uma carta do entrageiro que tinha como morada o seu nome, Mme. E de S e o país, Portugal. Intrigados como teriam os Correios conseguido a entrega, foi-lhes explicado dito que a carta ficou exposta num quadro que para esse efeito existia nos correios do Terreiro do Paço em Lisboa.
Passados dois ou três dias alguém reconheceu o nome da mulher  do governador civil da cidade de provincia e a carta seguiu para o seu destino. 

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