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Trem a Grande Vapor

por José Mendonça da Cruz, em 19.04.10

 

Quando centenas de pessoas acorrem a Santa Apolónia, confiantes em que o comboio é a solução de todas as suas ansiedades e problemas, a empresa pública CP recebe-as ... com 1 bilheteira aberta.

 

No meio de uma crise do transporte aéreo que não tem par nem no pós-11 de Setembro, quando milhares de turistas em Lisboa acorrem a Santa Apolónia em busca de bilhetes de comboio, dispostos a pagá-los até a preços de excepção, a empresa pública CP responde à procura com enfado e oferece 5 horas de espera. Não com 4, nem 3, nem 2, mas com 1 bilheteira aberta.

Quando podia pôr mais comboios na linha, ou mais carruagens nas composições, ou criar ligações por autocarro (coisa, aliás, familiar à CP, empresa pública que ligará Lisboa a Évora e Beja por autocarro durante um ano, por causa de umas obras em Casa Branca) para alguma ou algumas capitais europeias, em vez disso a empresa pública CP fica quieta, e, ao desejo de centenas de pessoas de entregar-lhe dinheiro, responde com 1 bilheteira aberta em Santa Apolónia e 5 horas de espera.

A empresa pública CP, que poderia pedir por ligações de comboio ou de autocarro a algum ponto da Europa o que bem entendesse, já que uma situação excepcional toleraria soluções a excepcional preço, não tem soluções nem serviços: tem apenas 1 bilheteira e 5 horas de espera.

Quando a crise passar (depois de a crise passar), provavelmente, a empresa pública CP gastará dinheiro a estudar como ter respostas adequadas a situações excepcionalmente favoráveis de crise, como oferecer menos de 5 horas de espera e mais que 1 bilheteira. Depois, ficarão todos muito contentes à espera de que aconteça aquilo que acaba de acontecer.

É este o modelo de empresa pública socialista. É assim que os socialistas entendem a reanimação da economia: clientes que gostariam de pagar, mas não podem; uma empresa que poderia vender, mas recusa a venda; e se tudo correr mal (como tem que correr, fatalmente) a garantia do dinheiro dos contribuintes. Relapsos, contumazes, ávidos, querem, ainda por cima, fazer exactamente o mesmo mas fazer-nos pagar muito mais caro. O TGV com esta gente não será outra coisa.


6 comentários

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De Maria da Fonte a 19.04.2010 às 01:34

Caro Mendonça da Cruz

Para isso seria necessário competência e dinamismo, duas qualidades que estes gestores milagrosos, óbviamente não têm.

Além disso, seria necessário pagar horas suplementares ao pessoal, para o que não existe verba.

A verba, foi para pagar aos gestores laureados.

Se o TGV, existisse, continuaria a haver apenas uma bilheteira, porque um TGV já teria partido, e o outro, ainda não teria saido, de regresso a Lisboa.

Maria da Fonte

Maria da Fonte
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De Pan a 24.04.2010 às 10:28


 
Pois como é que a CP poderia alguma vez disponibilizar comboios em alternativa aos aviões, se vendeu a maior parte das suas excelentes carruagens salão algumas delas de1ª classe fabricadas na Sorefame, como sucata, ao sucateiro Godinho?
 Grande parte delas encontram-se ainda abandonadas no Barreiro, porque foi interrompida pelas autoridades o seu abatimento pelo sucateiro Godinho, pois não estavam a ser cumpridas as regras de segurança e sanidade.
 Quem é que assume a responsabilidade de mandar abater centenas de carruagens em bom estado de circulação?
 Ninguém, neste país a culpa morre solteira! O Godinho é que se amanhou, porque comprou, ou melhor, deram-lhas como sucata, e retirava-lhe alguns orgãos
 e peças, que depois de pintados, eram vendidos vendidos como novos à própria CP.
 E assim hoje a C.P. nem tem carruagens para efectuar os comboios em Portugal, quanto mais fazer combóios para o estrangeiro.
 Por cumulo que possa parecer a CP por falta dessas carruagens que vendeu como sucata, tem de efectuar comboios intercidades com apenas com duas carruagens e locomotiva, pelo que obriga à redução de velocidade nesses comboios!
 Incrível, Portugal é um país governado por sucateiros!

J.M.F.
 
 
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De Vasco Rosa a 19.04.2010 às 06:02

José Mendonça, Não poderia estar mais de acordo consigo! Conheço muito bem Santa Apolónia e a forma como os clientes da CP são tratados, uma das maneiras é dizer que são clientes da REFER quando lhes convém... Para um país de turismo como o nosso essencialmente é e pode ser, é intolerável essa incapacidade de avaliar respostas adequadas a momentos de (alguma) crise. Mas o descalabro é geral. Um caso que ali observo muito: não há garantidamente carrinhos para malas ao dispor de todos, porque, dizem, os que havia foram lançados ao rio, e em troca temos 2 ou 3 velhotes, que deveriam estar em casa, a fazer esse serviço por 3 a 4 euros... A gestão duma estação central de comboios é incompatível com estes modos, mas não há quem se responsabilize e a cada vez que protesto e me respondem que devo «fazer sugestões» ou queixas, eu respondo cruamente que não sou administrador da CP e que basta um pouco de bom senso e profissionalismo para entender o que falta fazer. Mas a verdade é que por ali não há e há muito tempo. Raios!
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De Mário Jamé & António Praia a 19.04.2010 às 12:00


Estão a ver? Se houvesse TGV já nada disto acontecia e o pessoal tinha sido escoado em menos de um fósforo até Madrid de Espanha.
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De M.C. a 19.04.2010 às 16:25

Mário Jamé e António Praia

No qual TGV? No que já foi, ou no que ainda não chegou?

A CP, e de uma incompetência incrível, porque a sua obrigação era ter posto de imediato esses Alfas e Inter, que levam meia dúzia de pessoas, cada um, a funcionaram para Espanha, França ou até para mais longe.

Reduziam o número de comboios em circulação interna, e desviávam-nos para o exterior, se as carruagens existentes não fossem suficientes.

Mas como Portugal é um País de faz de conta...
Ninguém faz nada!

E a União Europeia é outra fantochada!
Porque se não fosse o que é, teria de imediato coordenado os transportes alternativos em toda a Europa.

Mas como a União Europeia, só pretende escravizar, em vez de resolver os problemas comuns, aqui está a prova da sua imensa inutilidade.

M.C.
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De Tiago Mouta a 19.04.2010 às 15:08

Num País onde existe uma fatia do PIB tão grande proveniente do turismo, seria lógico investir numa infra estrutura nacional ferroviária, no lugar de desmantelar a existente...
Para que necessito eu de um TGV???
Fará sentido demorar mais de Lisboa a Bragança, do que Lisboa-Madrid???
Uma malha ferroviária nacional ligando as principais cidades do País seria sem dúvida uma mais valia... As ligações à Europa não se resolvem com um TGV Lisboa Madrid... Quanto à bilheteira única, basta referenciar os prémios que recebem os gestores públicos para perceber este tipo de gestão de excelência nas instituições públicas...

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