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A vitória de Passos Coelho foi estrondosa e o estrondo mostrou-me que o PSD deixou de ser o meu partido. Depois de quase 12 anos de militância, decidi sair, não reconhecendo hoje o partido para o qual entrei. Já há muito tempo que não me identificava com as estruturas locais do PSD em Lisboa, a nível de secção e de distrital, mas a nível nacional achava que ainda valia a pena. Desde sexta-feira, quando vi que o partido, perante uma alternativa clara, preferia de forma esmagadora uma candidatura na qual não acredito, perdi a esperança de reencontrar o PSD com que me identifico. É claro que, como de costume, sou pouco prudente. Há quem me diga que esta direcção também não vai durar e que eu devia, quando muito, optar pela "suspensão" da militância. Ou que devia ficar em "oposição interna" à espera de melhores dias. Ou então esperar o que vai dar o congresso. Só que, além de não querer comportar-me como as pessoas que criticava e que hoje ganharam o partido, estou farto de esperar. Prefiro olhar com atenção para outras formas de participação cívica, da qual não abdico, como, por exemplo, organizações de defesa do património e do ambiente. E talvez algum dia ver se há possibilidades de formar um novo partido na área não-socialista, com pessoas que, tal como eu, deixaram de se identificar com os partidos que hoje existem nessa área. Ao mesmo tempo, espero estar enganado e tomara que Passos Coelho e os seus apoiantes, sobretudo se vierem a governar Portugal, sejam melhores do que eu julgo. Nunca tive gosto nenhum em viver num país mal governado.
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Acho que não percebeu a substancia do texto...