Intolerância à beira Tejo

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Intolerância à beira Tejo

por Pedro Quartin Graça, em 03.03.10

De repente a sociedade portuguesa ou melhor, algumas cabeças pensantes da mesma, tornaram-se insuportavelmente intolerantes. E o alvo foi, como não podia deixar de ser, a Igreja. É fácil bater em quem, por norma, não se defende. Agora vai-se mais longe e, a propósito do possível gasto de 200 mil euros que custará o altar que o Papa Bento XVI utilizará numa missa em Lisboa - que já sabemos não ir ser paga pelo erário público - contrariamente a uma campanha da ILGA paga por todos nós, compara-se tal gasto com "pornografias".

A verba parece alta, sem dúvida, mas se for obtida através de mecenas, de onde é que vem "mal ao mundo? Faz-me lembrar aqueles que, não sendo católicos, e que se dizem mesmo ateus, teimam em se pronunciar publicamente de forma crítica sobre temas que são de exclusivo interesse dos crentes. Bem prega Frei Tomás...

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8 comentários

De NunoFCouto a 03.03.2010 às 20:28

ridículo, nem merece comentário.

De Réspublica a 03.03.2010 às 21:07

Mas o lobby gay/avental tem dessas coisas, a campanha ilga viola o Cod. da Publicidade, mas não faz mal, viola a consciência colectiva, mas essa é por ser judaico-cristã, etc...

De Daniel João Santos a 03.03.2010 às 22:33

Mas não acha que 200 mil euros dava par alimentar muita gente?

De Ana Vidal a 04.03.2010 às 01:04

Caro Pedro Quartin Graça, a questão de fundo, para mim, não é quem paga os 200 mil euros. Como comentei no post da Leonor, que aliás subscrevo, o que me parece é que eles teriam bem mais e melhor utilidade noutras aplicações, sobretudo nos tempos difíceis que atravessamos. E creio que o Papa, melhor do que ninguém, entenderia e aprovaria a sobriedade da recepção. Não acha que a Igreja deve dar o exemplo da contenção de custos, em vez de ceder a estas tentações de espavento em tempo de crise profunda? Caramba, o país é pobre e está mais pobre do que nunca...

De Pedro Quartin Graça a 04.03.2010 às 07:24

Concordo Com a Ana e o Duarte.Mas uma vez que foi tomada a decisão de fazer uma missa no local e se torna necessário um palco, este deve ter dignidade. Se só 200 mil euros lhe dão, paciência, então deve-se arranjar dinheiro para o pagar, preferencialmente junto de mecenas. Eu preferiria fazer uma missa campal num outro local todavia.

De Ana Vidal a 04.03.2010 às 11:27

A esse argumento, Pedro, respondo facilmente: a dignidade nunca teve um preço.
:-)

De nuno vieira matos a 04.03.2010 às 19:41

O facto de ser ateu não me impedirá de comentar factos destes; seria desprovido de sentido, quem sabe perigoso. Mas caro Pedro, pode trás dessa lavagem não estará uma interrogação sobre o sentido da proclamada caridade cristã numa altura em que alguns países se debatem com situações claramente catastróficas enquanto que um altar vai ser erigido pela soma de 200kEUR?
Intolerância a haver é a sua contra a opinião alheia (à sua vontade).

Muito fraco.

De João Manuel Vicente a 04.03.2010 às 19:57

Por mim, acho mesmo de muito mau gosto, para não dizer algo bem pior, ser celebrada missa num local onde, às mãos da mesma instituição, tantos e tantos foram supliciados.

Oxalá não haja também nenhuma cerimónia papal no Largo de S. Domingos.

Tudo o que essa instituição então fez nesses e noutros locais da cidade é de longe grave de mais para agora serem esses mesmos locais usados pela mesma entidade.

Neles habita ainda um sofrimento e um injustiça antigas, que não prescrevem.